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Análise: Street Fighter IV

Por Luís Perfeito – LusoGamer – para o Pplware Hoje voltamos a falar de jogos. Esta rubrica tem ficado um pouco afastada dos nossos diários, mas vamos tentar que estas análises sejam mais assíduas. Então hoje apresentamos uma análise do Street Fighter IV.

Depois de muita especulação, imagens divulgadas, vídeos entre outro tipo de informações, a Capcom colocou no mercado Street Fighter IV, um dos melhores, se não o melhor beat´em up de todos os tempos. Um jogo que conta com uma história já muito longa, recordo que Street Fighter nasceu há 21 anos atrás, esta quarta série é um luxo para os jogadores veteranos e não só.

Os novatos que agarram pela primeira vez este título vão-se deliciar com toda a acção que o jogo consegue proporcionar. Recordo-me como se fosse hoje, as minhas idas aos salões arcade e passar tarde e tardes a jogar ao comando de Ryu, Blanka ou Ken, os meus lutadores predilectos, já lá vão uns “aninhos largos”.

A Capcom, produtora do jogo, conseguiu pegar em todo o êxito alcançado em Street Fighter II e transportou-o para esta quarta série introduzindo elementos novos como também apresentou uma lufada de ar fresco ao design, um design alternativo cheio de cores e ao mais estilo cartoon. Referi a segunda série, pois a terceira para além de não ter saído no nosso país, teve um fracasso total apresentando um elenco de lutadores completamente novos esquecendo o êxito do passado. E vamos começar pelos intervenientes da acção.

Para os mais veteranos, vamos ter acesso a lutadores como os tão conhecidos Ryu e Ken, entre os restantes, Chun-Li, Guile, E. Honda, Blanka, Dhalsim, Zangief, Balrog, Vega, Sagat e M. Bison. Estes estão inicialmente todos desbloqueados e prontos para a acção. Temos também entradas novas, como o conhecido Abel (correu muita tinta na imprensa), um lutador completo, com truques exemplares, mas peca por ser algo lento e pesado, e as outras três caras novas, C. Viper, El Fuerte (um Mexicano malabarista e muito ágil ao mais estilo Rey Misterio) e Rufus. No que toca aos bosses temos o Akuma, Seith (diabólico) e Gouken (mestre de Ryo e Ken). É claro que defrontar os bosses não será tarefa fácil, vão ter que usar e muito esses dedos a ponto de os ultrapassar. Os três bosses possuem efeitos estonteantes e desbloquear estes três não será de ânimo leve. Preparem-se… E para finalizar a lista temos mais uns quantos lutadores como, Dan Hibiki, Fei Long, Cammy White, Sakura Kasugano, Gen e Rose.

O resultado deste elenco a nível técnico é tão bom, que até os seus comportamentos, golpes e os truques especiais resultam na perfeição, um ponto que irei referir mais à frente nesta minha análise. Para já, começo pela excelente jogabilidade arcade que Street Fighter IV nos proporciona durante muitas horas, horas e horas.

 

. O sistema de jogabilidade mantém-se, ou seja, temos disponíveis seis botões, divididos em murros e pontapés e pela sua velocidade de acção, médio ou forte. A deslocação dos lutadores será a mesma, deslocando-se na horizontal e na vertical, mas sempre num sistema bidimensional (2D), coisa que se assemelha há 21 anos atrás, simplesmente maravilhoso. É por estas e por outras que a Capcom conseguiu mostrar a todo mundo e à indústria em geral, de como se deve fazer um “remake” de um título que no passado teve um êxito brutal e que até há pouco tempo ninguém se lembrava dele. Por vezes o grafismo e o realismo empregue nos dias de hoje, não será fundamental para a apresentação de um jogo simplesmente magnífico.

 

Mas voltando à jogabilidade, cada lutador terá os seus golpes especiais e isso torna a acção mais intensa e mais alternativa. No canto inferior do ecrã vamos visualizar uma barra de preenchimento e que serve, quando cheia, para executar movimentos e truques de arregalar os olhos. Temos ao serviço quatro técnicas que irão derrotar o vosso adversário: Focus Attack, Ultra Combo, Super Combo e EX Special Moves.

O Focus Attack é activado quando pressionamos ao mesmo tempo o Pontapé e Murro médio, em que absorve um ataque ou na quebra da defesa do nosso adversário. Super Combo que será activado consoante os golpes que aplicamos ao nosso adversário e quando a barra estiver preenchida, executa golpes poderosos. Temos também o EX Special Moves que utiliza a mesma barra do Super Combo e que são os mais poderosos golpes de cada lutador e por fim o Ultra Combo, uma técnica que poderá virar o jogo a nosso favor quando o combate não está a correr da melhor maneira.

Quanto aos modos de jogo vamos ter à nossa disposição o Challenge Mode, podendo desfrutar de um Time Attack, um Survival ou mesmo um Trial. O Versus Mode, capaz de ser um dos mais interessantes na companhia de um amigo ao nosso lado. Podemos agarrar em dois comandos e ficarmos uma tarde/noite inteira a jogar num um contra um. Dentro deste modo existe ainda o jogo single vs cpu ou cpu vs cpu. E para finalizar em relação aos modos de jogo, vem o mais interessante para ser jogado a solo offline. Um modo que segue uma história de cada um dos lutadores, um modo que irá proporcionar o desbloqueio de outras personagens, um modo em que vamos poder defrontar os bosses à disposição, great!

Apenas posso vos adiantar que desliguem o request, pois se não, em cada combate que entram, podem ser interrompidos por outros lutadores espalhados pela rede Xbox Live ou Playstation Network. Apesar de ser um modo história, este tem uma ligação ao modo online e se o vosso “request” estiver ligado, preparam-se para as interrupções e desafios propostos por outros jogadores. É certo também que no modo história e para os mais apressados, podem sempre colocar um só combate por round, escolher a dificuldade mínima e voilá, toca a desbloquear lutadores. Mas o realismo não passa por aí. Coloquem o clássico em três rounds e escolham uma dificuldade para os duros e assim assistam ao verdadeiro Street Fighter.

Não me canso de frisar o modo em que a Capcom desenvolveu este título. Apesar dos combates serem realizados em 2D, os lutadores estão em 3D com um design fabuloso. Um estilo cartoon que faz saltar à vista e um misto de cores vivas e salientes. Acompanhar este luxo, temos os cenários, desenhados com uma realidade brutal, onde em muitos casos existe vida e animações verdadeiramente soberbas. Os cenários variam consoante os lutadores. Por exemplo, o cenário do El Fuerte é um assombro, situado numa ponte de madeira com paisagens paradisíacas e “animaizinhos” a saltar como por exemplo os macacos. Reparem na serpente situada em cima de uma árvore… Outros cenários estão também muito bem desenhados e que dão cor e vida a toda a acção como o do Dhalsim, situado no meio de montanhas cobertas de lava e vulcões em erupção, realmente um luxo.

Já os lutadores apresentam um modelo cartoon bem definido. Hoje em dia, em qualquer jogo que envolva cartoon, o exagero das personagens vem ao de cima e a musculatura dos mesmos é exageradamente retratada. Em Street Fighter isso não acontece. Ryo assume uma postura série, com um corpo bem desenvolvido e delineado, Ken, com os seus cabelos loiros e com um estilo próprio até ao brasileiro Blanka, e o seu aspecto bizarro. Não só o design vive de boa saúde. Os movimentos das personagens e seus comportamentos estão retratados de uma forma sublime e sublinho, com uma fluidez impressionante. Desde um simples murro, pontapé, até ao EX Special Moves, a frame rate corre como nunca visto e a animação é constante e reparem que falo em real time, em pleno combate e não nas animações introdutórias nem nas finais, após uma derrota ou uma vitória.

Mas depois de um óptimo desempenho no departamento gráfico, eis que surge um dos pontos menos positivos do jogo, o campo sonoro. Mas realmente o que se pode pedir para um jogo deste género? O som ambiente do jogo ainda nos traz velhas recordações no passado, aquele som de fundo tipicamente arcade e que os veteranos o irão reconhecer logo à partida. As vozes que anunciam os duelos têm aquele efeito retro e dos personagens deixam pouco a desejar, isto falando da língua inglesa. Aproveitem, após desbloquearem, a língua Japonesa, esta sim, muito melhor que a Inglesa.

A Longevidade em Street Fighter IV é enorme. Para além das campanhas individuais de cada lutador, o jogador tem a oportunidade de juntar amigos em casa para desfrutarem de autênticos torneios e para além disto, podem sempre experimentar a componente online através do Xbox Live ou da Playstation Network.

De realçar uma breve nota. Quando tiverem no online, espreitem a ligação do vosso adversário. O jogo dá-nos essa oportunidade e não joguem com jogadores de péssima ligação pois o Lag será constante. Se por ventura encontrarem alguém com óptima ligação, então o divertimento é puro e duro. Ainda no sistema online, existe um ranking, onde as vossas vitórias serão contabilizadas e os lutadores que desbloquearem ao longo do vosso percurso estarão disponíveis para jogarem online.

Em modo de conclusão, todo o jogador quer jogar Street Fighter IV, não só pela sua extensa história, mas por ser um dos melhores, se não o melhor beat´em up da actualidade. Sem dúvida uma compra bastante recompensadora.

Mais informação: LusoGame

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