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Análise Starcraft 2: Legacy of the Void (PC)

A famosa série de jogos de estratégia da Blizzard Entertainment, regressa para colocar um ponto final na história de Starcraft 2. A expansão independente, com o subtítulo Legacy Of The Void foca-se na raça que faltava explorar, os Protoss. Os anteriores Wings of Liberty e Heart of the Swarm focam-se nos Terran e nos Zerg respectivamente.

A série com fãs em todo o mundo, procura com esta ultima parte, dar um final concludente ao que é considerado um dos melhores RTS (Real Time Strategy, ou jogo de Estratégia em Tempo Real) existentes no mercado, tanto pela crítica, como pelos jogadores. Resta saber se uma nova campanha, com foco numa única raça e novos modos de multijogador são suficientes para manter os jogadores agarrados ao rato e teclado nos próximos tempos.

Nesta expansão somos Artanis, um hierarca dos Daelaam, a unificação de tribos da sua raça, os Protoss. O principal objectivo é recuperar o planeta natal dos Protoss, Aiur, que foi conquistado pelos Zerg. Numa das primeiras missões somos confrontados com a recuperação de uma nave, a Spear of Adun. Esta é a única  sobrevivente de três construídas para preservar a raça Protoss e é com a ajuda desta que Artanis vai tentar salvar o seu povo e reconquistar o planeta da ameaça Zerg.

Como é natural, sendo uma expansão, alguns personagens e a história tem fortes ligações com os jogos anteriores e para a perceber é fundamental terem pelo menos a percepção do que se passou nesses títulos. Caso contrário vão andar um pouco perdidos.

A jogabilidade é semelhante aos jogos anteriores, com isto quero dizer que temos as diferentes estruturas, as unidades e os recursos, o básico de qualquer jogo de estratégia. No decorrer das missões são dados objectivos bónus que podem ou não ser cumpridos. O cumprir destes objectivos secundários podem facilitar ou ser mesmo cruciais para o desfecho da missão.

Por exemplo, na missão de recuperar a Spear of Adun, temos como objectivo principal activar cinco geradores de energia que estão na posse dos Zerg. Como objectivo bónus podemos capturar warp gates, estes permitem fazer deploy de unidades em qualquer parte do terreno onde tenhamos visibilidade. Como os geradores de energias estão espalhados pelo mapa e estamos constantemente a ser atacados na base, é fácil de perceber a utilidade dos warp gates para a conclusão da missão.

 

Após a conclusão desta missão vamos ter acesso a outras funções, disponíveis através da Spear of Adun. No celestial array temos a oportunidade de escolher que  missão queremos fazer primeiro. Por exemplo: no primeiro contacto com este sistema podemos escolher entre fazer primeiro a missão no planeta Shakuras que desbloqueia os Dark Templar e os Khaydarin Monolith ou ir a Korhal que desbloqueia os Immortal. Fazendo uma missão não inviabiliza fazer a outra, podem apenas desbloquear primeiro as unidades que acharem melhor para a vossa maneira de jogar.

No War Council podem ainda fazer mais gestão a nível das unidades, como desbloquear habilidades e escolher diferentes variantes dessa unidade. Por exemplo, uma das variantes dos Zealot (unidades de curto alcance) consegue autor regenerar vida, enquanto outra variante causa dano adicional aos inimigos em seu redor. Este aspecto de micro gestão está bem conseguido e enquadrado com o espírito do jogo, experimentar as várias variantes e adequar ao vosso estilo de jogo eleva ainda mais a vertente estratégica.

Existem duas novas unidades em cada raça, nos Protoss, os adept e os disruptor. Os Adept conseguem teleportar-se entre curtas distâncias e os disruptor emitem uma onda de energia que causa enormes quantidades de dano. Nos Zerg temos os Iurker e os ravager, os lurker são unidades móveis que se escondem debaixo da terra antes de atacar a adversário. Os ravager utilizam ataques de longo alcance, tanto a unidades terrenas como aéreas.

 

Por fim, os Terran, com uma nova unidade aérea, o liberator que tem um modo ofensivo, manobrável e um modo defensivo estacionário, para proteger o perímetro de determinada área. O cyclone é ideal para causar enormes quantidades de dano às unidades mais fortes dos inimigos.

As missões estão constantemente a colocar à prova a vossa capacidade de gestão, os vossos reflexos e a maneira de abordar os objectivos. Digo isto porque quando comecei a jogar estava a fazer o que costumo fazer nos jogos de estratégia, focar-me primeiro nos recursos e na defesa da base, depois passo para a construção de edifícios, por fim faço as unidades e ataco os objectivos.

Neste jogo rapidamente percebi que com esta estratégia demoraria eternidades para completar uma simples missão e o sucesso não era garantido! Tinha que ser  mais multi-tarefa. A inteligência artificial dos inimigos, mesmo no modo normal estava a provar-se mais desafiante do que pensava.

Após algumas tentativas e alguns restarts lá me adaptei e já estava mais rápido a jogar. Defesas, edifícios e unidades em construção ao mesmo tempo, atacava num lado e defendia a base ao mesmo tempo em trocas rápidas entre locais com cliques no mini-mapa. Pela primeira vez um jogo de estratégia fez-me mudar a minha maneira de jogar… e para melhor! Incrível a maneira como o jogo me “agarrou” com a sua jogabilidade viciante e recompensadora para quem procura ser o mais eficaz e rápido a jogar.

 

No multi-jogador existem alguns novos modos de jogo. Os automated tournaments, o archon mode e as missões cooperativas.

Os automated tournaments, que são o que nome sugere, torneios diários de três ou seis rondas onde os jogadores se enfrentam entre si e o vencedor enfrenta o vencedor de outro jogo. Cada partida tem uma duração máxima de vinte e cinco minutos.

No archon mode, dois jogadores controlam um único exército, o trabalho de equipa e a comunicação são cruciais para alcançar a vitória contra os jogadores adversários. Joguei este modo com um amigo e não me lembro da última vez que me diverti tanto a jogar um jogo de estratégia, sem duvido o modo onde passei e irei passar mais tempo nesta expansão.

Não há muito que possa dizer em relação aos gráficos ou à sonoplastia, é igual a Wings of Liberty e Heart of the Swarm. Apesar do motor de jogo já ter alguns anos não deixa se ser competente, tanto visual como tecnicamente. Mesmo com a minha máquina não sendo nada de especial, correu sempre de forma bastante fluido e sem quebras na framerate. Uma evolução drástica neste departamento estará certamente guardada para uma eventual sequela.

Veredicto

Numa perspectiva exclusiva de jogabilidade, podem receber este jogo de braços abertos, não se vão sentir inferiores por não beneficiarem da experiência de jogar os títulos anteriores, mas se sempre se sentiram intrigados, e procuram agora iniciar o vosso percurso no mundo de Starcraft, jogar os anteriores para ficarem a conhecer a sua história é um requisito quase obrigatório.

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