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Análise SpiderMan: Edge of Time (Playstation 3)

Será seguro afirmar que uma das bandas desenhadas mais massivamente transpostas do papel para outros suportes, é o nosso bem conhecido Homem-Aranha. E coloco mesmo a dúvida, se não será o herói de bd mais vezes colocado em cinema, televisão ou videojogos.

Já com uma longa lista de títulos lançada para as diferentes plataformas de jogo, culminada com o fantástico Shattered Dimensions, eis que surge este Edge of Time.

A história de Edge of Time, coloca-nos novamente no controlo do nosso conhecido Peter Parker (homem-aranha actual) e do seu sucessor de 2099 (Miguel O’Hara). Na sequência de imagens inicial é-nos apresentada a “aparente” morte do Homem-Aranha actual num combate com o Antivenom.

No entanto, nem tudo está perdido. O’Hara que em 2099 suspeita das intenções de que Walker Sloan da Alchemax, vem a descobrir um portal do tempo usado por este e acaba por o seguir através dos anos.

Assim estão lançados os dados para um grande jogo, em que o Homem-Aranha de 2009 pode bem vir a ser o salvador de Peter Parker, bem como do futuro de 2099.

Gráficos: 8.0

Bem, o que dizer do jogo graficamente? Simplesmente basta afirmar que o jogo consegue-nos convencer que estamos a jogar efectivamente com o Homem-Aranha. É bastante boa a qualidade gráfica atribuída às personagens (texturação muito boa), e quase que se sente a borracha do fato do nosso aracnídeo preferido. Tanto o actual como o de 2099 (com as respectivas diferenças) estão perfeitos.

Pormenores como rasgões nos fatos após lutas mais intensas são muito bem-vindos e trazem mais veracidade visual ao que se passa.

O mesmo não se pode dizer na totalidade dos cenários que envolvem a acção, encontrando-se na maior parte dos casos despidos de conteúdo.

No entanto é engraçado encher de teias de aranha uma das muitas armas fixas que se encontram ao longo dos cenários, e assim impossibilitando-a de disparar contra nós.

As sequências animadas que nos acompanham aqui ou ali durante a aventura, alem de serem extremamente úteis para irmos percebendo o que se passa com a outra Aranha encontram-se perfeitamente embebidas no jogo. As partes em que, durante o jogo, nos aparece uma conversação com o outro Homem-Aranha, numa caixa no canto inferior direito da imagem estão bem feitas e fluem no jogo.

Som: 7.0

Se bem que por vezes o som, principalmente as vozes, sejam descuradas ou pouco emotivas nestes tipos de jogos, em Spiderman: Edge of Time isso não acontece frequentemente. As vozes emprestadas ao jogo por dois actores bem conhecidos da série (Josh Keaton para Peter Parker e Christopher Daniel-Barnes para Miguel O’Hara) enquadram-se quase sempre bem no que se passa no ecrã, mostrando nos seus tons as emoções adequadas à situação. Gostei bastante.

O famoso actor, Val Kilmer também faz cartaz no jogo, como voz de Walker Sloan mas, quase que não se dá por ele.

Quanto à banda sonora e efeitos sonoros durante o jogo, imiscuem-se bem no meio da acção.

Jogabilidade: 7.0

A jogabilidade de Homem-Aranha não é nada de outro mundo nem obriga a muita ginástica ou treino. É simples, tal como o jogo pretende ser apresentando os comandos normais para, saltar, lutar, lançar teias de aranha, criar lianas com teia de aranha para saltarmos dum lado para o outro …

Há, no entanto, variadas combos a serem usadas ao longo da aventura. Com recurso a combinações de teclas, na altura e sequência certa, teremos alguns movimentos ou ataques diferentes. No entanto poderiam ser mais em número e em diversidade. Isso por um lado leva-nos em determinadas sequências de jogo a, apenas ir martelando as teclas e massacrando os adversários que se nos vão aparecendo.

Este é um aspecto importante, pois à medida que avançamos na aventura, cada inimigo derrotado atribui-nos “moedas” que poderemos usar para fazer o upgrade aos poderes dos nossos Homens-Aranha. Melhor ainda, esses upgrades podem ser feitos para um deles especificamente, ou para ambos quando escolhemos um poder que ambos tenham. É um sistema útil e só peca por não ter ainda mais variedade.

Tenho de realçar que o jogo peca um pouco por se tornar bastante repetitivo nas dinâmicas impostas nas missões. A sua grande maioria consiste em, ir ao ponto x, bater e esmurrar os adversários lá presentes, adquirir a chave para abrir uma porta, aceder a um computador para ganhar mais pontos e passar ao próximo nível. É pena, pois poderia ter havido maior cuidado em diversificar mais a experiência de jogar com o Homem-Aranha.

As secções de combate são algo intensas, havendo algumas classes distintas de adversários a derrotar, mas sendo na maior parte dos casos algo fáceis. No entanto, o mesmo não se pode dizer dos Bosses que se nos vão aparecendo. Aí os combates são bem mais renhidos e têm de ser bem pensados, embora o ecrã de loading seja em grande parte das vezes o resultado final.

Embora bastante semelhante a Shatered Dimensions em muitos aspectos, há no entanto algumas coisas novas. O nosso Homem-Aranha actual apresenta agora um poder (Hyper Sense) que lhe permite mover-se a velocidades estonteantes chegando assim perto dum inimigo mesmo antes deste disparar contra si. Por outro lado, o Homem-Aranha de 2099 apresenta um sistema de deixar um “fantasma” que confunde os inimigos e lhe permite assim mover-se e atacar o inimigo que está entretido com a sua “sombra”. São novas mecânicas que, de certa forma, se aceitam e que trazem algumas mais valias tácticas aos confrontos.

Por vezes, para se atravessar determinada porta fechada, é necessário uma “chave” que está na posse de algum inimigo. O Spider Sense, presente em ambos os Homens-Aranha encontra-se presente e serve essencialmente para sabermos qual o inimigo que tem a chave. É útil e acaba por nos ajudar a descobrir o que fazer, em certos cenários.

Por fim, gostava de mencionar as sequências de queda livre que o jogo apresenta e que estão brutais. Com a ajuda duma mira que nos vai apresentando a nossa trajectória, vamos caindo a grande velocidade e tendo apenas milésimos de segundo para nos desviarmos dos obstáculos que nos vão surgindo. Embora pudesse haver aqui algo de novo, como curvas e trajectórias menos lineares, acabam por se tornar em missões bem empolgantes.

Longevidade: 6.0

Multiplayer … não há … o que, se por um lado pode ser compreensível dado o carácter solitário do Homem-Aranha, por outro deixa ficar um amargo na boca, pois assim de repente lembro-me de várias situações em que poderia facilmente aparecer um modo Co-Op por exemplo online …  Enfim …

Quanto à campanha a solo, além das perto de 10 horas que apresenta, permite-nos também voltar a jogar as diferentes secções do jogo e para os fãs do Homem-Aranha creio que será motivo para voltar a jogar.

 

Nota Final- 7.0

[0…....10]

Creio que tanto o Homem-Aranha como o seu Universo especifico é algo de especial para a generalidade da população portuguesa. De adultos a miúdos, quase toda a gente conhece Peter Parker e companhia e, tenho de admitir que Edge of Time consegue trazer toda essa envolvência à memória. Gostei da história sólida e interessante que dá o mote à aventura, gostei de ver o Homem-Aranha representado quase na perfeição e com uma qualidade extremamente boa, gostei dos movimentos do Homem-Aranha tanto no chão, como nas paredes, como no ar pendurados em teias de aranha, gostei da jogabilidade simplista mas eficaz. No entanto e como em tudo, há o reverso da medalha e devo dizer que fiquei algo desiludido com o facto de, não encontrar grande inovação na jogabilidade, existência de alguns cenários mais pobres que outros, as missões serem algo repetidas.

Resumindo, é um jogo que entretém, tanto fãs da série (especialmente estes), como não fãs, mas que não aprofunda muito a sua jogabilidade e inovação.

Género: Acção/Aventura Plataforma Analisada: Playstation 3 Outras Plataformas: Xbox 360, Nintendo Wii, Nintendo 3DS, Nintendo DS Homepage: SpiderMan: Edge of Time

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