No mês passado a Saber Interactive lançou SnowRunner, o sucessor de SpinTires e de MudRunner. Para quem desconhece, estes títulos referem-se a jogos que simulam a condução de veículos pesados de transporte, em algumas das mais complicadas zonas do planeta.
SnowRunner, como o nome indica, traz à série, uma novidade importante: a neve e o gelo. Bom, dito isto, vamos mostrar o que já experimentamos.
Desenvolvido pela Saber Interactive, SnowRunner foi lançado no passado mês de março e traz de volta, todas as emoções (e desespero) de condução de alguns dos mais potentes veículos pesados de transporte, em alguns dos ambientes mais hostis do planeta.
Para quem conhece os jogos anteriores (SpinTires e MudRunner), SnowRunner não traz nenhuma remodelação na mecânica de jogo. Como nos anteriores, começamos com um camião (e um jipe de apoio) e a partir daí temos de completar missões (recompensadas com dinheiro) e comprar novos camiões, atrelados e upgrades.
SnowRunner apresenta 3 zonas completamente distintas ao jogador para dominar, cada qual com os seus problemas próprios.
Por um lado existe uma zona baseada no Michigan, e é uma zona selvagem repleta de floresta e pântanos, onde os lamaçais abundam. Depois há o gelado Alaska onde a neve e gelo são reis e por fim Taymyr, na Rússia gelada.
Cada um desses locais apresenta mapas bastante grandes (maiores que em MudRunner) e mais importante, apresentam variações de terreno. Por exemplo, um mapa do Michigan tanto pode ter pântanos e lamaçais nas zonas baixas como florestas repletas de detritos nas zonas mais altas, entrecortadas por riachos de água corrente (pronta a dar cabo do motor de carros mais baixos).
Em cada cenário, existem dezenas de missões com alguma diversidade de oferta. Apesar de os mapas serem abertos desde o início, existem zonas “escondidas”. A Saber incluiu algumas Torres de Vigia pelos mapas que, quando o jogador as descobrir, irão revelar essas zonas (e as suas missões escondidas).
Em SnowRunner, a velocidade não é sinónimo de sucesso. Muito pelo contrário.
E essas missões, conforme referi, são importantes para ganharmos dinheiro e dessa forma, adquirir novos carros, melhorar os camiões que possuímos e comprar atrelados essenciais para concluir novas missões.
Dependendo dos veículos, existem inúmeras melhorias a comprar e equipar em cada um. Pneus, caixa de velocidades, transmissão ou outras menos importantes como a pintura e efeitos decorativos.
Duas mais-valias onde o jogador deverá investir algum dinheiro são, a tração às 4 rodas a suspensão alta.
O guincho vai ser o nosso melhor amigo em muitas situações.
Num jogo deste tipo é extremamente importante força e aderência ao terreno e conforme os desafios. Puxar pela tração às 4 pode ser a solução para muitas ocasiões. Contudo, caso o veículo não possua, sempre se pode optar pela tração reduzida ou mesmo pela inversão de tração.
Um dos pontos fortes de SnowRunner é a capacidade que o jogo tem de nos lançar com obstáculos como estradas enlameadas, lençóis de água, neve e gelo. E neste capitulo ganha importância outro pormenor: posição dos pneus.
A posição exata dos pneus ao entrar na lama ou num mar de neve é extremamente importante para a forma como vamos daí sair. Além disso, o próprio terreno vai-se deteriorando à medida que passamos pelas estradas.
A degradação do terreno obriga o jogador a calcular sempre a melhor trajetória.
A câmara do jogo ganha particular importância neste aspeto, pois permite controlar bastante bem o movimento dos veículos e a direção exata dos pneus enquanto conduzimos.
Existe ainda a opção de colocar a câmara por detrás da cabine ou do atrelado, ajudando bastante a evitar choques, colisões e danos nos veículos.
No entanto, e apesar de extremamente útil nesse capitulo, a câmara apresenta alguns problemas também e os mais chatos prendem-se com a sua teimosia em posicionar-se mal em certas circunstâncias.
Durante o jogo, passamos muito tempo ao volante destes animais de 4 rodas e a perspetiva tradicional (dentro do veículo) também é bastante interessante, permitindo sentir todos os solavancos e movimentos do camião. Mas, importante ter em mente que, jogando nesta perspetiva temos de saber lidar com o fato de termos um atrelado.
A condução, por seu lado, está eficaz. Virar demasiado a direção e o camião (ou atrelado) pode resvalar para uma zona da estrada que não queremos. Acelerar em demasia e poderemos ter uma derrapagem involuntária. SnowRunner tem tudo a ver com calma, paciência e conhecimento dos veículos e terreno.
Outro amigo que em SnowRunner descobrimos cedo, é o guincho. Trata-se de uma ferramenta extremamente útil, para nos desenrascar. Podendo ser preso em várias zonas dos veículos, basta depois escolher a árvore, poste, ou outro objeto do cenário para nos livrar da prisão.
Tudo isto demora o seu tempo, e dado o ritmo lento do jogo, por vezes acaba por se tornar um pouco monótono. Acredito que os jogadores mais acelerados terão poucas razões para jogar SnowRunner.
O ritmo é bastante lento, afastando assim jogadores mais ‘acelerados’.
Mas a verdade é que para quem decida arriscar em SnowRunner, o jogo tem bastante para oferecer. Cada cenário tem dezenas de missões a serem concluídas, estando algumas disponíveis desde o início e outras que surgem naturalmente como, por exemplo, uma ponte caída para a qual é preciso transportar placas de metal.
E o jogo não é só sobre transporte de mercadorias. Tirando o multiplayer cooperativo, existem inúmeras ocasiões (e vão ser muitas) em que o jogador vai ficar atolado, avariado ou seco de combustível. Nessas situações o melhor remédio (tirando o desistir e voltar à garagem para recomeçar) será ir no seu auxílio com um veículo de apoio.
Isto obriga também a que o jogador tenha algum conhecimento (o jogo ajuda um pouco) sobre as diferentes categorias de atrelados a acoplar. Em SnowRunner existem dezenas de opções prontas a serem compradas (ou encontradas).
Em certa medida, o jogo também vai dando uma ajuda ao jogador. Com dicas úteis e uma boa quantidade de informação sobre os atrelados disponíveis.
Por fim, um pormenor que acaba por ser chato. A ‘interface’ criada para a escolha e acompanhamento das missões em curso está um pouco confusa.
Palavra final para o som dos motores que até arrepia.
Veredicto
SnowRunner é o melhor jogo da série até à data e cumpre aquilo a que se propõe. Pega no melhor dos seus antecessores SpinTires e MudRunner e amplifica-os de uma forma que irá satisfazer todos os apaixonados por este tipo de condução e desafios.
Não irá agradar a quem dê importância à velocidade frenética certamente, mas, quanto aos restantes, SnowRunner é uma força da Natureza à espera de ser domada.