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Análise Silent Hill: Downpour (Xbox 360)

Desde os finais do século passado, quando o primeiro titulo da série chegou ao Mundo dos Videojogos que, Silent Hill tem sido sinónimo de horror e terror.

Ao longo dos anos, vários jogos têm sido lançados sob a marca Silent Hill, explorando cada vez mais fundo, o ambiente sinistro desta vila norte-americana, onde entramos noutro mundo … o mundo do paranormal.

Chegou recentemente às lojas este Downpour que segue de certa forma as pisadas dos anteriores jogos da série e volta a colocar Silent Hill nos mapas de todo o Mundo.

A história de Downpour começa na prisão Ryall State onde interpretamos o papel de Murphy Pendleton, um prisioneiro sobre o qual inicialmente pouco sabemos e que vamos descobrindo à medida da evolução no jogo. Nesse primeiro contacto com o nosso personagem assistimos, ou melhor, cometemos um assassínio nos balneários da prisão, onde nos começamos a aperceber de que Pendleton tem alguns outros assuntos por resolver. A partir daí somos transportados para um novo lar, de segurança mais apertada mas, algures no caminho um acidente com o autocarro, leva-nos até às imediações de Silent Hill. Desde o primeiro momento em que colocamos os pés em Silent Hill (ou nas redondezas) que os clichés deste tipo de jogos/filmes se apresentam, nevoeiro, chuvinha miudinha, ausência de vida, luzes apagadas, sombras, … e durante as seguintes horas iremos descobrir muito sobre a vila e seus habitantes, bem como de Murphy.

Gráficos: 7,8

Dado que Silent Hill é um jogo de Horror, é imperativo que os seus gráficos sejam orientados para ambientes mais pesados, sinistros … e Downpour consegue-o duma forma mais conseguida por vezes, como por exemplo nas grutas ou nas passagens subterrâneas, mas falha um pouco noutras alturas, como por exemplo nas ruas de Silent Hill, onde o nevoeiro poderia ser bem mais assustador e claustrofóbico. O nevoeiro, diga-se em abono da verdade, é presença assídua na série e em Downpour está quase sempre presente mas, penso que se ganharia um pouco mais com uma maior densidade, havendo assim menos visibilidade e maior capacidade de potenciar situações mais assustadoras.

A vila em si, está aberta à exploração e é bastante grande. Enquanto que em determinadas secções do jogo tenhamos de percorrer um certo caminho, enquanto estamos em Silent Hill o mundo está quase aberto à exploração. Isso é bom, pois dá-nos a sensação de liberdade que por sua vez nos oferece o conforto do poder de escolha e que por sua vez pode potenciar confiança excessiva e assim colocar-nos a jeito para verdadeiros cagaços.

Os interiores dos edifícios onde podemos entrar encontram-se recheados de pormenores e objectos com os quais podemos interagir, mas fica-se com a ideia de que poderiam ser mais as casas abertas ao nosso personagem.

Quanto ao nosso personagem, Murphy Pendleton desde cedo se livra das vestes da prisão e vagueia pelas grutas, túneis, casas e ruas de Silent Hill com movimentos fluídos embora que limitados nos movimentos. No entanto é possível saltar por obstáculos, correr, atirar coisas …

Um pormenor que gostei particularmente é o facto de em determinadas secções do jogo, se usar câmara fixa. O facto de termos a câmara fixa em determinada localização ajuda a criar aquele ambiente de ansiedade que se pretende. No entanto este mesmo facto por vezes não ajuda na resolução de determinados puzzles.

Algo com o que fiquei desiludido foi com os diferentes monstros que encontramos. O problema não está nos próprios monstros em si, mas no facto de serem tremendamente repetitivos. E uma vez que aparecem vezes sem conta, também não ajuda.

Som: 7,8

Ao nível do som, importante para captar a essência dum jogo de terror, as coisas encontram-se bem compostas.

Para começar, as vozes emprestadas ao jogo estão irrepreensíveis e o trabalho dos actores que as emprestaram estão impecáveis e com sentimento, quer seja nos diálogos com as intrigantes personagens com que nos cruzamos ou nos pensamentos de Murphy.

A banda sonora de Silent Hill não desilude. Consegue ter o dom de não deixar desfalecer as emoções causadas pelo jogo e foi composta pelo compositor da banda sonora de Dexter, Dan Licht. Já o tema do jogo foi produzido pelos Korn.

Os efeitos sonoros e a banda sonora que acompanham Silent Hill ajudam a complementar o ambiente sonoro de forma competente. Já os grunhidos ou screams das criaturas com que nos deparamos poderiam assustar um pouco mais …

O jogo é totalmente em inglês e com opção de legendas em …. inglês. É pena!

Jogabilidade: 7,5

Downpour apresenta uma jogabilidade simplista, assim como deveria ser exigido. O nosso personagem consegue andar, correr, saltar sobre obstáculos e interagir com determinados objectos. Mais do que suficiente para sobrevivermos a Silent Hill.

Ao longo da aventura e, conforme mencionei acima, vamo-nos deparando com (não tão) variados monstros com os quais temos de nos haver. Aliás, embora em algumas circunstâncias tenhamos mesmo de os ultrapassar, noutras podemos apenas fugir e acreditem que quando uma chuvada forte cai sobre Silent Hill, a melhor opção é mesmo fugir.

Bem, mas enquanto lutamos podemos usar alguns dos diversos objectos espalhados pelos cenários como arma. Temos muitos à escolha desde pedras, paus, picaretas, vassouras, martelos … no entanto, não pensem que só por terem uma picareta que estão safos, pois as armas sofrem dum acelerado desgaste e ao fim de alguns combates temos de arranjar outra.

Aliás, esta é uma questão que considero algo abusadora em Downpour, a quantidade de combates. Para um jogo de horror, fiquei com a sensação de que há combates a mais. E uma vez que são na maior parte do tempo contra os mesmos adversários, torna-se repetitivo e monótono. Aliás, esse próprio facto acaba por tirar alguma da sensação de antecipação que muitas vezes se quer num destes jogos, pois ao se saber diante de mão o inimigo que encontramos, já sabemos como o derrotar.

Como referi, durante os combates podemos usar essas armas para atacar e mesmo para bloquear os ataques das criaturas mas, quando não temos nenhuma arma estamos praticamente indefesos pois nem os nossos socos os conseguem atingir como não conseguimos bloquear minimamente os seus ataques.

Durante o desenrolar da aventura encontramos também outros objectos que nos são úteis na nossa demanda. Por exemplo, os isqueiros são uma mais-valia para a pesquisa de zonas escuras e também são os elementos que possibilitam as melhores secções de terror psicológico.

Quando empunhamos um isqueiro a câmara muda da posição de terceira pessoa, para uma localização ao nível do nosso ombro e uma vez que o isqueiro tem pouca força só conseguimos ver apenas um metro em nosso redor e … desarmados. A sensação de desconforto que nos é causada por tal, quando avançamos pé ante pé por uma cave completamente às escuras é brutal e chega a criar pelos eriçados nos braços, pernas e outros sítios.

O jogo apresenta também, e à semelhança dos seus antecessores, uma forte componente de resolução de puzzles. Estes continuam a existir e podem ser mais ou menos exigentes levando-nos ao quase desespero. Poderia haver um mecanismo de dicas mais prático.

Aliás, isso leva-nos ao nosso diário que é uma ajuda preciosa no desenrolar da aventura. Desde os mapas, a outros documentos que vamos encontrando, como em determinadas dicas ou pistas sobre factos e eventos está tudo no nosso diário e em certos momentos é de extrema importância.

As missões paralelas com que Downpour nos presenteia ajudam a diversificar um pouco a aventura bem como servem para ir desvendando um pouco mais sobre o sinistro passado da vila americana e sobre alguns eventos ali passados, como desaparecimentos, acidentes ….

Ocasionalmente acontecem certos fenómenos estranhos, que nos transportam para Otherworld, que se encontram particularmente bem delineados.

Por exemplo ao inicio do jogo, surge-nos numa determinada casa, uma entidade feita de energia que nos persegue e da qual temos de fugir como se não houvesse amanhã. A criação gráfica desses fenómenos está muito bem criada e parece saída dum filme de ficção cientifica mas o que deixa ainda mais vincado na memória é quando fugimos pelos corredores da casa que se vão auto-estendendo à medida que chegamos ao fim. Essa secção do jogo está deliciosa.

Não tendo a ver directamente com a jogabilidade em si houve uma particularidade que me irritou bastante que é o facto de a auto-gravação por vezes não … gravar. De tempos a tempos lá surge o ícone de gravação para pouco depois nos apercebermos que não gravou nada e que temos de repetir toda uma sequência de passos novamente

Longevidade: 8,0

Silent Hill Downpour leva-nos por uma visita guiada por Silent Hill, onde os dedos de duas mãos são necessárias para ilustrar as horas necessárias para o completar.

Com a promessa de finais diferenciados, a vontade de voltar a jogar poderá ser maior aumentando assim a longevidade do jogo que já de si é bastante boa.

 

Nota Final- 7,7

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Sendo Silent Hill um jogo que aposta numa premissa de sobre-natural será de esperar que haja alguma acção física, mas acima de tudo, que haja uma maior interacção com o jogador a nível psicológico e creio que a esse nível Downpour não conseguiu a perfeição. Creio que seria bem mais positivo se houvesse uma ainda maior aposta na vertente do horror psicológico. Contudo Downpour não desilude e a vários níveis consegue manter o jogador agarrado ao comando com grande entusiasmo. Penso que todos os amantes da série vão gostar certamente de voltar a percorrer a enigmática vila de Silent Hill.

 

Género: Aventura/Horror Plataforma Analisada: Xbox 360

Outras Plataformas: Playstation 3 Homepage: Silent Hill Downpour

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