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Análise Saints Row: The Third (Playstation 3)

Uma das grandes e mais conhecidas séries de jogos de sempre, quer para PC (inicialmente), quer para as restantes plataformas (posteriormente) é, sem dúvida, a saga Grand Theft Auto. Polémica quanto baste tornou-se rapidamente num sucesso por demonstrar duma forma livre e bastante violenta a vida dum gangster numa grande cidade.

Um pouco mais tarde e, talvez influenciado em parte pelo titulo da Rockstar surgiu no longínquo ano de 2006 um outro jogo que apostava numa mecânica algo semelhante, Saints Row. As semelhanças entre ambos os títulos são algumas, mais particularmente pela grandeza das metrópoles, vivacidade das mesmas, carácter de livre exploração, mecânica de missões e actividades diversas. No entanto, Saints Row caracteriza-se por uma jogabilidade e ambiente menos realista e mais…. absurdo!

2011 foi o ano que viu aparecer o terceiro capitulo de Saints Row, que … além de manter as tradições genéticas da série, tenta levá-la a outro patamar de loucura.

Será que os Santos voltaram para dominar?

A história de Saints Row: The Third apresenta-nos os Santos como autênticas figuras públicas de respeito em Stillwater e tem o seu inicio num assalto a um banco. O assalto corre mal e os nossos gangsters preferidos são recambiados para a prisão. No entanto e após conseguirem safar da cadeia um novo sindicato do crime consegue expulsá-los e numa frenética queda livre dum avião damos connosco na cidade de Steelport onde vamos tentar voltar a colocar os Santos nos calendários dos gangsters mais respeitados. Assim começa a nossa história, como um gang a tentar ganhar o seu espaço na cidade de Steelport.

Gráficos: 8,6

Quando iniciamos Saints Row: The Third é-nos pedido que criemos o nosso avatar do jogo e logo nesse momento podemos presenciar uma das grandes mais-valias do jogo, a Personalização. É impressionante a quantidade e variedade de ferramentas e acessórios colocados à nossa disposição para criarmos o nosso herói. Podemos ser um hispânico de rabo-de-cavalo e usar saltos altos, ou um corte de cabelo à Apache fazendo um cumprimento à 50 Cent. As possibilidades são inúmeras e quase que aposto que iguais ao vosso Avatar não deverão existir muitos.

Esta customização aliás, estende-se ao longo do jogo, não só no que respeita ao estilo do nosso herói como também dos veículos que vamos “adquirindo”. Impressionante.

Os gráficos de The Third, apesar de terem sofrido melhorias visíveis em relação aos seus antecessores, acabam por deixar ficar uma sensação de “esforço”. Existe algum “ruído” nas imagens, a escrita dos objectos do cenário por vezes ocorre demasiado perto da acção fazendo com que objectos apareçam quase do nada. Não quero com isto dizer que os gráficos estejam maus. Atenção, tanto a cidade e o seu pulsar, os seus habitantes, os seus veículos, … encontram-se bastante aceitáveis.

Steelport apresenta uma riqueza de tipos de ambientes diversificados bastante aceitável, com zonas residenciais, zonas industriais, doca, aeroporto, …. Steelport é uma cidade bastante grande e se vos disser que, a pé, somos capazes de demorar mais de 3 horas a percorrê-la não estarei certamente muito longe da verdade.

Também a riqueza de Steelport se pode encontrar na variedade de personagens que encontramos na rua … desde indivíduos vestidos com roupagens de cabedal Sado-masoquista, a moçoilas semi-nuas, a veículos (sim, veículos) com grandes cabeleiras afro … a cidade encontra-se viva e repleta de loucura.

Som: 8,7

O som duma grande metrópole poderia facilmente ser o de The Third. Os sons dos carros, as apitadelas, as pessoas a falarem na rua … Steelport é uma cidade que pulula de vida e que, apesar de menos rica que Liberty City.

As vozes dos personagens encontram-se bem enquadradas no âmbito do jogo, que apesar de apresentar um carácter algo violento, apresenta também uma grande dose de comédia.

Quando andamos em algum veículo temos acesso a ouvir uma estação de rádio, das muitas disponíveis em Steelport. Algo que já vimos noutros jogos, mas que fica sempre bem. Há sons para todos os gostos, desde o rock, ao jazz.

Jogabilidade: 8,7

Saints Row: The Third gira em torno duma coisa: O controlo de Steelport pelo nosso gang. Para tal, teremos de ir ganhando Respeito ao longo da aventura de forma a controlarmos mais zonas da cidade.

Esse Respeito ganha-se de várias formas .. desde a maneira como nos vestimos, ao carro que conduzimos, ou pela conclusão de missões ou actividades. E dessas há dezenas … além das missões centrais da história e que nos vão fazendo avançar no enredo e indo afastando os nossos gangs adversários existem dezenas de outras actividades secundárias que nos vão dando, quer o tal Respeito, quer dinheiro com o qual podemos ir comprando novas armas, upgrades, roupas, operações estéticas …

Grande parte da mais-valia de The Third está precisamente nessa quantidade de missões, mas principalmente nas suas dinâmicas variadas. Embora haja actividades que nos pedem para fazer algo repetidamente, como por exemplo, Tráfico, ou seja, providenciar apoio a um nosso colega que vai traficar material suspeito, acabam quase na sua generalidade por nunca se repetirem exactamente.

Há missões e actividades para todos os gostos …. Assassinato, Fraude de Seguros, Tráfico, Cobertura de fugas, fugas à policia, Tank Mayem, participação em jogos televisivos do género de Jogos Sem Fronteiras … enfim.

Uma das quais mais gostei foi a Fraude de Seguros onde temos de nos aleijar a sério para conseguir angariar dinheiro das seguradoras. Vale tudo … desde atirarmo-nos para debaixo dum carro, como subir a uma ponte e saltarmos de cabeça … brutal … irreal, mas brutal. Outra actividade frenetica e empolgante é a Tank Mayem, onde conduzimos um blindado e temos um determinado período de tempo para causar o máximo de destruição possível … quer seja, em carros, em pessoas, em infra-estruturas. Loucura Total.

Á medida que vamos ganhando mais Respeito novas actividades e upgrades de habilidades para o nosso avatar vão sendo desbloqueadas.

Quase tudo em The Third nos possibilita aquisição de Respeito e dinheiro. Por exemplo, ganhamos respeito por conduzirmos na mão contrária, ganhamos respeito por razar o maior numero de carros, ganhamos respeito por tudo e por nada … ou seja, basta jogar para ganhar Respeito.

Os veículos em Steelport são variadíssimos e bastante agradáveis à vista. Além dos que normalmente andam nas estradas e que podemos pedir emprestados, alguns através de saltos acrobáticos dignos de Jackie Chan, outros são disponibilizados ao longo da aventura. Uma coisa interessante é que após termos um carro na garagem, temos acesso a uma remessa infindável desse modelo, podendo estoirar um à vontade que na garagem teremos sempre outro à nossa espera. Pode ser ainda desbloqueada uma outra particularidade bastante útil, que é a opção desses mesmos carros serem-nos entregues onde estivermos na altura. Por exemplo, se estoirarmos o nosso carro num local podemos ter a opção de nos virem entregar outro igual no local.

Existe ainda a opção de jogar o modo de campanha em Co-Op, que poderá ser interessante, embora à partida não me pareça que grande parte da acção e das missões esteja direccionada para tal.

Em algumas missões temos a possibilidade de pilotar um helicóptero, mas que não conseguem entusiasmar como deveria ser. Pilotar o helicóptero é simples (tendo apenas teclas para ganhar e perder altitude e para curvas rápidas á direita e esquerda), mas os comandos não respondem tão rapidamente quanto seria necessário. No aeroporto temos também a possibilidade de pilotar um jacto e isso já é outra praia. É entusiasmante, mas ao final de algum tempo torna-se aborrecido.

Ao longo do jogo temos também a possibilidade de pilotarmos um avião não pilotado de combate (à semelhança do que CoD) que consegue por momentos fazer-nos lembrar esse mesmo jogo, e que permite bons momentos de destruição maciça. Aliás, tudo em Saints Row: The Third quase que implora por destruição… e todas as armas podem ser melhoradas de forma a ganharem poderes de fogo quase absurdos.

E alguns desses upgrades são necessários pois em Saints Row: The Third temos alguns inimigos bastante chatos, tais como uns gigantes que nos aparecem aqui ou ali com uma vontade danada de nos fazer em carne picada.

A aquisição de propriedades ao longo da cidade de Steelport serve também para gerar mais Respeito e manter a posição dos The Saints nessa zona.

Longevidade: 8,9

Saints Row: The third é um jogo viciante e que de tanto vício consegue fazer-nos perder o tempo de jogo. Com muitas horas de jogo, à volta da missão principal e mais ainda em redor das actividades paralelas, sem falar nos momentos de descoberta da própria cidade, The Third consegue garantir certamente mais de 15 horas de jogo ou mais. Há sempre algo a fazer, a ver …

Depois há o multiplayer cooperativo onde mais motivos para se jogar surgem. Nada como tentar refazer algumas missões com um amigo, embora não funcione tão bem quanto os programadores certamente pretendiam. Aliás, além de poder refazer as missões/Actividades com outras pessoas, acaba por parecer algo desconexa do contexto e depende muito de quem encontramos para jogar. No entanto, e nas actividades mais engraçadas torna-se brutalmente entretido.

Por fim, existe um Whored Mode em que temos de sobreviver a sucessivas ondas de inimigos, cada qual mais “interessante” durante o máximo tempo possível e armados com armas diferentes de cada vez, desde uma serra eléctrica a um super dildo. É sempre fixe, massacrar meninas da noite  e seus Pimps com um super-vibrador… dá pica!

Entretanto já saiu um DLC, Warrior Pack!

Nota Final- 8,7

[0…....10]

Se bem que goste muito de desfrutar dum jogo que reproduza a realidade, também tenho os meus momentos em que aprecio dum pouco de loucura e, Saints Row: The Third consegue isso mesmo. Consegue através duma jogabilidade simples e intuitiva, aliar tanto o realismo duma metrópole que respira e vive a uma quantidade imensa de situações a roçar a loucura. Este equilíbrio assenta bastante bem e consegue aliciar-nos permanentemente durante inúmeras horas de diversão louca. Embora com algumas missões e actividades menos divertidas, Saints Row: The Third tem todos os condimentos para providenciar bons momentos de devaneio total.

Em Saints Row: The Third, a loucura não tem limites! Renasce o gangster que há em nós!

Género: Acção Plataforma Analisada: Playstation 3 Outras Plataformas: Xbox 360, PC Homepage: Saints Row: The Third

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