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Análise Resident Evil 6 (Playstation 4)

Quase 4 anos depois de ter sido lançado para Playstation 3 e XboX 360, eis que a Capcom nos brinda com a reedição de Resident Evil 6 para as consolas de nova geração.

Trata-se do regresso de uma das mais conhecidas e valiosas séries de Survival Horror que o mundo das consolas já teve oportunidade de receber. Com mais de 20 anos de vida, Resident Evil chega agora ao futuro, com o lançamento para as consolas de Última Geração (Xbox One e Playstation 4).

O Pplware enfrentou uma autentica horda de zombies e traz-vos o relato da experiência em primeira mão.

Esta reedição traz-nos de volta personagens bem nossas conhecidas como Leon, Helena e Ada e um mundo povoado por zombies e estranhas criaturas mutantes. Será que vamos conseguir escapar a este verdadeiro pesadelo ou iremos sucumbir e transformar-nos, nós próprios, em zombies?

Foi em Outubro de 2012 que Resident Evil 6 foi lançado pela primeira vez. Agora, em 2016, a Xbox One e Playstation 4 recebem a sua reedição. A história é contada segundo as perspectivas dos quatro personagens principais: Leon Kennedy, Chris Redfield, Jake Muller e Ada Wong em quatro campanhas distintas e todas bastante diferentes umas das outras.

O jogo começa com um prelúdio em que participam Leon e Helena Harper e que servirá como tutorial para o resto do jogo. Leon terá de ajudar a sua companheira a fugir, escapando através de um cenário caótico povoado por humanos infectados pelo C-virus. Aqui, o jogador irá necessitar de toda a sua perícia para escapar com vida, quer fugindo de uma monumental explosão, quer evitando a queda do helicóptero onde efectua a sua fuga. Após a conclusão deste prólogo, é-nos dada a escolher uma das quatro campanhas e inicia-se o jogo propriamente dito.

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Em cada uma destas “histórias”, temos a possibilidade de escolher qual a personagem que iremos controlar, sendo que – para a maioria das campanhas – existem sempre dois personagens. O jogador tem a oportunidade de controlar um deles, sendo o outro controlado pela consola ou por outro jogador (online ou através de um segundo controlador).

Ao contrário de muitos outros jogos, a existência deste sidekick acaba por ser útil: o nosso companheiro de campanha desempenha um papel activo e chega mesmo a ser determinante em situações em que a nossa sobrevivência está, literalmente, presa por um fio. A desvantagem é a de que acabamos por relaxar bastante perante algumas ameaças, o que acaba por diminuir um pouco a experiência que retiramos do jogo.

Tal como foi referido atrás, todas as campanhas são diferentes umas das outras e – ainda que acabem por se interligar, por vezes, de forma muito inteligente -, levam-nos a quatro “universos” diferentes, o que faz deste jogo uma espécie de “4-em-1”. Mas este facto pode ser um ponto negativo: somos levados a percorrer os mesmos cenários e a viver as mesmas situações mais do que uma vez, ainda que de uma perspectiva diferente. Infelizmente isso não torna a experiência melhor nem mais compensadora, porque são sobretudo as cutscenes e não a acção em si que contribuem para o avançar da história.

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Cada campanha tem um nível de horror e acção associados muito próprios: se Ada Wong terá de escapar de um submarino resolvendo puzzles complexos e desafiantes, Leon e Helena terão de sobreviver a todo o horror presente em Tall Oaks. Nisto, Resident Evil mantém-se fiel à sua essência, oferecendo aos jogadores momentos de acção e adrenalina únicos.

A mecânica do jogo assenta, essencialmente, em destruir os diversos monstros e zombies que se nos atravessam no caminho e seguir com a nossa missão. E se os monstros são muitos, poucas vezes aparece algum que se apresenta como um desafio sério: na maioria das vezes causam apenas algum transtorno à nossa progressão. Mais uma vez, deixa de ser um desafio quando podemos simplesmente correr por entre um grupo de zombies sem, na realidade, sentirmos que estamos em sério perigo.

Por outro lado, o conceito que está por detrás de muitos dos monstros presentes em Resident Evil 6 é realmente muito bom, chegando a ser espectacular em algumas situações. Exemplo disso é o monstro que Leon, Helena e Ada têm de derrotar nas catacumbas da catedral em Tall Oaks. Para além de estar bastante bem concebido, é um dos poucos inimigos que se revela bastante difícil de derrotar.

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Existem também diversos puzzles que temos de resolver para podermos avançar na nossa missão. Embora alguns sejam realmente um desafio, outros acabam por se revelar um pouco frustrantes por serem pouco intuitivos. Quando, por exemplo, Leon está na catedral, tem de “iluminar as estátuas” para que as diversas portas se abram. Nesta situação, tal como em muitas outras, não é fácil perceber à primeira qual a acção que devemos levar a cabo.

Apesar disso, Resident Evil 6 tem momentos de puro brilhantismo: os cenários estão, na sua grande maioria, extremamente bem construídos e desenhados, criando uma atmosfera escura e opressora que nos leva a temer o que vai surgir ao virar da esquina. É muito fácil sentir a tensão e o medo quando estamos numa masmorra rodeados de caixões ou quando descemos a escadaria em caracol numa catedral antiga. Também os cenários citadinos facilmente nos transportam para o centro de um apocalipse zombie que mergulhou a nossa sociedade num caos. Não há dúvida que – para cada uma das campanhas – o ambiente criado consegue, de forma eficaz, transportar o jogador para dentro da acção, imprimindo-lhe uma assinalável carga emocional.

Esta atmosfera é conseguida através de múltiplos jogos de luz e sombra que acabam por criar ambientes dramáticos capazes de fazer acelerar o nosso batimento cardíaco. Também os efeitos sonoros não foram descurados e estão de tal maneira bem utilizados que complementam na perfeição o ambiente gráfico onde a acção se desenrola.

Infelizmente, apesar do brilhantismo dos cenários, os gráficos não atingem o nível desejado para uma consola de nova geração como é a Playstation 4 levando-nos, muitas vezes, a pensar que não houve, na realidade, um aproveitamento de todas as potencialidades da consola, muito longe disso.

 

Veredicto:

Apesar de extremamente bem conseguido no que ao ambiente de jogo diz respeito, Resident Evil 6 tem muitas lacunas que poderão tornar a experiência de jogo, por vezes, algo frustrante. A interligação das várias campanhas, ainda que bem pensada, leva por vezes a situações repetitivas e algumas sequências de combate remetem-nos mais para um género Call Of Duty ou BattleField. Os puzzles existentes, apesar de terem uma componente de desafio, são por vezes pouco intuitivos, nem sempre sendo fácil perceber que estamos perante um mistério que aguarda resolução.

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