Já foi há mais de 10 anos que saiu para o mercado um jogo que na altura foi considerado como uma autêntica pérola e, porque não, uma pequena revolução no mundo dos videojogos, Red Faction. O porquê de tanto alarido? É fácil … na altura foi o primeiro jogo a permitir ao jogador destruir quase tudo o que via no ecrã.
Para além da componente divertida, pois é porreiro e libertador arrebentar com coisas, foi assim adicionada uma outra dimensão a uma outra componente do jogo, a Táctica.
Conforme disse, isso foi há mais de 10 anos …
Recentemente foi lançado Red Faction: Armageddon. Será que o divertimento se mantém?
50 anos depois da Resistência ter libertado Marte, algo acontece e o planeta vermelho regressa a ser um cenário de guerra. Num inicio de jogo algo confuso, acabamos por descobrir que inadvertidamente, acabamos (somos Darius Mason, neto do herói que libertou Marte no passado) por ficar ligados à destruição dos Geradores de Ar, que obrigam a que toda a vida de Marte se passe no subsolo. Para piorar mais ainda o cenário, eis que surge uma praga alienígena sobre Marte, The Plague, e que agora temos de a eliminar.
Gráficos: 8,8
Grafismo de grande qualidade, com cenários abundantemente populados com pormenores e detalhes bem conseguidos e bastante coloridos. Tanto os cenários interiores (maior parte do jogo) como os exteriores estão bem realistas e absorvem-nos a atenção para os admirar mas, no entanto, há alguns que parecem ter sido mal limados e que aparentam ter algum grão e sujidade.
Os inimigos, desde os aliens mais pequenos até aos maiores encontram-se também eles com grande trabalho de cosmética, mas os grandes bosses, esses sim, tiveram certamente muita atenção da equipa gráfica.
Os restantes personagens e veículos existentes no jogo passam quase despercebidos.
Som: 7,5
Com uma banda sonora razoável, o jogo vive muito dos efeitos sonoros, tais como tiros, explosões, veículos, gritos, ordens, grunhidos … tudo isso está em Armageddon e de certa forma, não desilude, ajudando a criar um ambiente propicio à pancada. Os comentários e interacções ocasionais com outros personagens estão competentes e com alguns laivos de desespero e acção frenética.
A voz de S.A.M. que ouvimos persistentemente a indicar-nos o caminho e a pressionar-nos constantemente torna-se por vezes chata, e no calor dos combates por vezes os sons são demasiado distorcidos e ruidosos!
No entanto, as diferentes armas (principalmente a dos nossos adversários) poderiam ter um som mais diversificado.
Jogabilidade: 8,0
Primeiro quero deixar bem frisado que o jogo é um linear em demasia. Basicamente, temos de percorrer certos percursos, daquela forma especifica e poucas são as surpresas e reviravoltas que nos esperam pelo caminho. Falta-lhe um pouco de união entre o desenrolar do jogo e o nosso desempenho.
Não pretendo alongar-me muito sobre o principal porta-estandarte da série Red Faction que é a capacidade de, graças ao motor Geo-Mod 2.0, destruir quase tudo. No entanto gostava de lhes falar de algo novo e que é, essencialmente o oposto. Se há alguma estrutura ou item destruído no nosso caminho, então muito provavelmente poderá ser reparado pelo Nano Forge que nos acompanha desde perto do inicio. É uma novidade bem-vinda, mas que deixa no ar a ideia de simplificar um pouco em demasia o nosso progresso.
Uma outra novidade é a Magnet Gun que vem trazer novas opções tácticas ao jogo. Tem como principal função a de nos permitir “agarrar” qualquer coisa ou inimigo e lançá-lo na direcção que pretendemos, seja ela para uma parede ou para cima dum inimigo. Em determinadas alturas é deveras importante, e pode sempre funcionar para alternar entre o tiroteio frenético que por vezes se gera.
Um pormenor que tem de entrar obrigatoriamente nas equações dos combates é o facto de se formos feridos a nossa recuperação demora muito tempo a ser feita, e enquanto estamos a recuperar, estamos vulneráveis. Torna-se importante, saber recuar quando é necessário, embora o próprio cariz do jogo nos tente empurrar sempre para a frente de arma na mão.
Gostei particularmente de em alguns cenários, estar sempre presente aquela sensação de que algo vai acontecer, embora por vezes não aconteça. (algo bastante semelhante a uma secção do primeiro Aliens vs Predators quando andávamos nuns túneis e havia sempre a sensação de que iria acontecer alguma coisa e, de repente, acontecia, e era apenas um cano roto … mas entretanto já tínhamos descarregado um cartucho inteiro de balas no cano com o stress). Gosto quando um jogo me consegue transmitir essa sensação de ansiedade, receio, expectativa e Armageddon consegue por uma ou outra ocasião.
Armageddon, apresente um sistema de Upgrades bastante funcional. Pelo caminho, encontramos variados itens perdidos contendo equipamentos, armas, e outras coisas que podem ser trocadas por upgrades aos nossos equipamentos e armas. Armas essas que à medida que vão sendo desbloqueadas no Modo Campanha, também vão ficando utilizáveis no online.
Longevidade: 7,2
O jogo que se consegue completar em mais de uma dezena de horas acaba por, em alguns momentos se tornar frustrante (dependendo do nível de dificuldade) pelo que em determinados níveis, podem-se preparar para perder imenso tempo, e vários loads. Recordo-me perfeitamente dum cenário onde temos de arranjar uma escavadora ao mesmo tempo que vagas e mais vagas de aliens são lançados contra nós com tudo o que têm … é um pouco o sufoco … e para animar mais a festa, quando já fomos alvejados bastantes vezes a visão começa a ficar algo turva …
O Multiplayer apresenta os modos do costume e é interessante, embora tenha tido alguns problemas de estabilidade.
Nota Final: 7.5 [0..10]
Red Faction: Armageddon é divertido. Destruir quase tudo acaba por ser divertido. No entanto convém que num jogo deste tipo haja um fio condutor, uma história bem contada, e isso não acontece. Contudo, as cenas de acção são frenéticas e empolgantes, e dá gozo repelir hordas e mais hordas de aliens com os nossos brinquedos bélicos (onde se volta a encontrar o nosso bem conhecido SledgeHammer) ou com a nossa Magnet Gun. Matar, explodir, arrebentar têm em Red Faction, desde sempre uma outra dimensão e isso pode-se encontrar também em Armageddon. Pena que duma forma tão linear. Falta-lhe um pouco de liberdade de movimentos. Está bem que há inclusões que nos permitem outras alternativas tácticas, mas falta-nos a liberdade de movimentos que outros titulos (e mesmo os mais antigos da série) nos oeferecm. Armageddon, não é o melhor do género, sem dúvida, mas acaba por proporcionar alguns bons momentos de diversão, especialmente para os jogadores que gostem acima de tudo, de tiros e de porrada!