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Análise Ratchet & Clank: All4One (Playstation 3)

Ao longo dos anos, os jogos de plataformas têm-se conseguido manter de plena saúde e inclusive, têm apresentado uma franca evolução nas suas dinâmicas. Talvez pela sua simplicidade na jogabilidade, ou pela sua rápida curva de aprendizagem, ou apenas pelo facto de serem altamente viciantes são jogos que tanto graúdos como miúdos jogam com igual satisfação.

Sendo um dos mais emblemáticos neste tipo de jogabilidades, aparece a mais recente incursão de Ratchet e dos seus amigos no Mundo dos Videojogos. Ratchet & Clank: All4One é o mais recente título que, como iremos ver de seguida, não só mantém o que de melhor já nos trouxe no passado como ainda consegue dar-nos algumas surpresas.

A história por detrás de All4One é simples e serve apenas de impulso para horas e horas de puzzles, quebra-cabeças, saltos e divertimento. O nosso bem conhecido Dr.Nefarious convida Ratchet, Clank e Captain Qwark para uma misteriosa reunião mas, que corre mal e os quatro são raptados, sem saber o que se passou. Esse é o ponto de partida do jogo, que apresenta pela primeira vez a possibilidade de se jogar com Nefarious, enquanto tentamos fugir dos nossos captores e descobrir quem está por detrás da armadilha, num mundo novo e repleto de novos adversários e aventuras.

Gráficos: 8.2

Os gráficos de All4One encontram-se a um bom nível e apresentam-nos cenários altamente coloridos, imaginativos e dinâmicos, onde os nossos personagens tentam avançar na aventura. Trata-se dum mundo com cor e movimento bem condizente com os nossos heróis.

Os nossos personagens estão bastante bem caracterizados, e com uma fluidez excelente, apresentando no entanto, um leque de movimentos algo repetitivos. Deveria haver uma forma mais visível de diferenciar os diferentes movimentos de cada um dos personagens.

Uma das coisas que pode ocasionalmente ser um problema, e que considero um pontos negativos, embora necessário, é o facto de a câmara ser fixa. Embora na maior parte dos casos ela se apresente bem localizada no cenário, ocorrem por vezes situações em que se posiciona de tal forma que deixamos de ver os inimigos ou a acção. Também no Multiplayer pode levar a situações menos positivas, quando os jogadores se afastam uns dos outros e a câmara tem de gerir essa distância, ocasionalmente levando a que um dos jogadores morra por um salto falhado ou algo do género. De qualquer forma considero um ponto negativo necessário pois no multiplayer evita ter de se dividir o ecrã.

Som: 8.0

Se é verdade que os jogos da série se caracterizam por uma personalidade menos séria e mais divertida, em All4One isso mantém-se. Ao longo do jogo encontramo-nos com inúmeras sequências animadas ou simplesmente algumas falas dos personagens que causam boa disposição e ocasionalmente nos libertam uma gargalhada.

Aliás, o que disse anteriormente deixa claro uma das maiores mais-valias do jogo, que é o facto de se encontrar totalmente em português. É sempre bom, ver um jogo que se intitula para toda a família, vir em português não deixando de fora os mais pequenos. Com um diálogo simples e claro tanto os adultos como as crianças se conseguem manter dentro do jogo.

De resto e no que toca à música, a mesma passa quase despercebida pelo jogo e os efeitos especiais são à altura dos que já nos habituou, desde as diferentes e divertidas armas disponíveis aos sons dos Lacaios e outras personagens que vamos encontrando pelo caminho.

Jogabilidade: 8.2

All4One apresenta controlos simples, que aliás, são regra neste tipo de jogos. Os tradicionais controlos de ataque corpo-a-corpo, uso do Vácuo, salto e disparo com a arma que equipamos são simples mas tal não impede a existência de algumas combinações desses mesmos controlos.

A jogabilidade em All4One é frenética e desde o momento que começamos a jogar que, as coisas sucedem-se a um bom ritmo, tal como Ratchet já nos habituou. No entanto, existe um equilíbrio bem criado que nos permite relaxar um pouco a seguir a secções mais rápidas.

Uma das coisas que mais impressiona no jogo é o facto de ser completamente orientado para o Co-Op. Isso vê-se em pormenores como por exemplo, ambos os jogadores terem de disparar sincronizados contra um objecto ou inimigo para o destruir ou derrubar. Quando em Multiplayer esses mesmos pormenores exigem uma certa coordenação entre os jogadores, pois em certos ambientes o jogo não perdoa erros.

O facto de ser Co-Op traz também uma certa dose extra de competitividade, pois no final de cada secção são-nos apresentadas as estatísticas individuais (mais mortes, mais caixotes destruídos, mais peças encontradas, mais roscas e parafusos apanhados …) e isso leva a que, mesmo dentro da cooperação haja uma certa rivalidade.

Uma grande mais-valia do jogo é a diversidade de missões ou dinâmicas emprestadas à sua jogabilidade. Apresenta secções de shooter, secções de puzzles bastante divertidas, secções de equilíbrio, de condução, …. Enfim, variedade existe e isso é de louvar, mantendo o jogo emotivo e pouco monótono.

As secções de condução de veículos embora visualmente interessantes, acabam por ser algo limitativas, pois apresentam-nos um caminho definido onde apenas temos de nos desviar dos obstáculos. Poderiam ser mais abertas e livres.

Uma das inovações em All4One é a existência da possibilidade de usarmos uma máquina de Vaúco, que basicamente nos permite aspirar objectos ou personagens para dentro dela. Por exemplo, podemos destruir os caixotes de roscas com ela, activar dispositivos espalhados no cenário ou então aspirar alguns bichos que se passeiam nos cenários e nos dão pontos. A máquina de Vácuo serve também para ultrapassar determinadas barreiras no jogo. Em alguns (bastantes) momentos é necessário saltar precipícios e com o recurso do Vácuo podemos aspirar o nosso companheiro Clank e lançá-lo para o outro lado, saltando depois nós atrás dele. É uma novidade refrescante e divertida de usar, embora tenha momentos de frustração quando mal usada, especialmente par passar grandes quedas.

Apesar de ser orientado para uma experiência multi-jogador é perfeitamente possível fazer a campanha a solo, encontrando-se o nosso inseparável companheiro Clank presente às nossas cavalitas e sempre pronto para daí saltar e ajudar-nos sempre que o cenário ou obstáculo necessita de uma segunda mão. Neste aspecto a IA está bastante bem implementada.

A possibilidade de adquirir novas armas e itens em lojas colocadas ao longo da aventura é bem-vinda, pois o arsenal que vamos tendo à nossa disposição é variado e divertido de usar, além de ser necessário para irmos enfrentando os cada vez mais difíceis desafios que se vão aparecendo. No entanto, e neste capitulo merece a pena indicar que não há assim tantos momentos de extrema dificuldade e o jogo encontra-se muito orientado para se chegar ao fim com relativa facilidade.

A escolha de arma activa durante o jogo é algo que deverá merecer a atenção da Insomniac pois é, no mínimo, complicada. É feita com recurso do analógico direito, e aparece sob a forma dum círculo com as várias armas adquiridas (como a roda de comandos em Operation Flashpoint, ver aqui) mas, verdade seja dita, deveria ser melhorada. É bastante pequena e pouco clara, e a selecção da arma nem sempre é fácil, repetindo-se as vezes em que temos de repetir a selecção.

Uma coisa que a Insomnic também poderia melhorar era a diferenciação e individualização dos 4 personagens que podemos escolher.

Longevidade: 8.2

Com já foi referido a possibilidade de se jogar com mais 3 companheiros de aventura acaba por trazer uma grande mais-valia ao jogo. Aliás, a entrada e saída do modo Co-Op é extremamente simples e não afecta a jogabilidade de quem se mantém.

O modo Co-Op é sem dúvida o grande objectivo do jogo e é extremamente divertido, exigindo bastante coordenação dos seus elementos mas potenciando também a rivalidade entre eles.

O jogo apresenta uma campanha a solo com mais de 10 horas o que quer dizer que há muito para descobrir, aliás, pois ao longo da aventura existem inúmeros objectos para destruir, roscas para apanhar e itens para encontrar, tornando a aventura ainda mais variada.

A possibilidade de re-visitar os mundos percorridos e tentar assim completá-los torna o jogo ainda mais envolvente e prolonga a sua longevidade.

 

Nota Final- 8.4

[0…....10]

Fiquei surpreendido com Ratchet & Clank: All4One, Fiquei surpreendido porque conseguiu, acima de tudo, divertir-me e manter-me agarrado ao jogo, sem aquela sensação de repetitividade. Com uma história simples que serve apenas de lançamento à aventura, apresenta-nos bastantes horas de divertimento, onde a diversidade das dinâmicas das diferentes secções de jogo certificam-se de que o jogo seja tudo menos monótono ou chato. Se bem a que para a maioria dos jogadores hardcore, All4One passe ao lado, para os restantes, que gostem de aventuras divertidas, de jogo co-operativo, com puzzles, muitos saltos, muita loucura e imaginação, All4One é um jogo e quem sabe uma boa prenda para colocar no sapatinho.

 

Género: Plataformas Plataforma Analisada: Playstation 3 Homepage: Ratchet & Clank: All4One

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