Pplware

Análise Prototype 2 (Playstation 3)

Prototype, um dos grandes hits de 2009, teve recentemente o lançamento da sua sequela.

Baseando-se principalmente numa grande liberdade de movimentos e decisão, num enredo bastante peculiar e com um herói algo … diferente, Prototype foi uma lufada de ar fresco nos jogos de acção e veio-se a demonstrar como um sucesso.

É, portanto, neste contexto que surge este Prototype 2, um jogo que aspira a manter toda a excitação e divertimento do seu antecessor e ainda ir mais além.

O Pplware já teve nas mãos, Prototype 2 e ….

A história de Prototype 2 encontra-se intimamente ligada à de Prototype. Após o final do primeiro jogo, permanece uma pequena dúvida se Alex Mercer, o improvável herói, se mantém aí para as voltas. Pois, em Prototype 2 desde cedo que nos apercebemos que Mercer se encontra presente, de boa saúde mas com alguns objectivos muito próprios. A nossa aventura começa quando, na pele do Sargento Heller, somos enviados para a zona de quarentena para uma simples missão de extracção mas … algo acontece e eis que Mercer dá o primeiro sinal de vida. Após uma perseguição mais ou menos atribulada, Mercer dá-nos o prazer de ser como ele, contaminando-nos com o vírus. Com o intuito de descobrir o que se passa em Nova Iorque City, de deslindar o que a BlackWatch anda realmente a fazer (e anda a fazer muita coisa) e de tentar deslindar as reais motivações de Mercer, vamos avançando na história com a ajuda improvável do Padre Guerra. Também, ao longo do jogo vamos descobrindo um pouco mais sobre o que sucedeu à família de Heller, da qual apenas sabemos que morreu às mãos dum contaminado …

Gráficos: 8,4

Há uma coisa que tenho de mencionar e que está simplesmente delicioso em Prototype 2 e que são as sequências animadas. Em diversas alturas do jogo entramos em contacto com o Padre Guerra (ou outras personagens) e essas sequências animadas passam-se numa tonalidade sépia, onde apenas a cor vermelha é mostrada. Um pouco como o filme Lista de Schindler. Estão muito bem conseguidas essas animações que, além de servirem para preparas as nossas próximas missões, também servem para nos ir guiando no enredo do jogo.

Os gráficos do jogo embora não fascinem, encontram-se bastante bons. A distancia de escrita dos diversos bairros da cidade é grande, e é gratificante subirmos ao cimo dum arranha-céus e vermos as ruas lá embaixo ou os outros edifícios ao longe. No entanto apresentam um pouco de grão … não tão límpidos.

De qualquer forma é extremamente viciante vaguear pela cidade, saltando por cima de carros, escalando arranha-céus atrás de arranha-céus e ir a beleza como a mesma foi concebida. É uma cidade viva, com bastante gente nas ruas, carros a movimentarem-se, patrulhas da BlackWatch, … pontos de controlo, pontos de acolhimento, … há vida em Prototype 2 …

… mas também há morte e destruição … especialmente quando atacamos tudo o que nos aparece pela frente … seja no meio duma missão, ou apenas pelo gozo que dá destruir metade dum bairro. Seja com armas roubadas aos tropas, ou com recurso às nossas armas que o vírus nos oferece os efeitos visuais estão muito bons …

Gosto particularmente de quando assimilamos um qualquer transeunte. O efeito está muito bem conseguido, fluído e com pormenor. Já os ataques com as lâminas ou com os tentáculos estão brutais e as mortes que provocam são visualmente deslumbrantes.

De qualquer forma os movimentos de Heller no geral estão bastante fluídos e realistas (dentro do possível, claro).

Já os inimigos, acabam por aparecer um pouco repetitivos, nomeadamente os soldados e alguns espécimes infectados.

Som: 8,2

Sendo um jogo que se passa numa grande metrópole será de esperar aquela algazarra e barulho da cidade, e é verdade que isso se encontra em Prototype 2, mas duma forma algo tímida. Apenas há maior excitação quando estamos a meio duma missão ou então a fugir dos helicópteros da BlackWatch.

No entanto, pormenores como a chuva a cair estão deliciosos.

Quanto aos actores e às suas vozes emprestadas, este será um dos momentos altos de Prototype 2. Os actores levaram a sério as personagens e Heller consegue transmitir grandes doses de adrenalina, raiva, vingança, ódio, compreensão …

Quanto à música, passa quase despercebida durante o jogo. Não é mau, mas podia ser melhor.

Jogabilidade: 8,6

Prototype 2 é um jogo brutalmente sanguinário … no entanto afaste-se da ideia de que caia no campo do absurdo ou exagerado. Aliás, até que cai, mas cai bem …

Os controlos podem ser considerados algo complexos, mas em parte apenas porque se tem de usar os gatilhos para seleccionar as nossas habilidades especiais activas. De resto, temos os inevitáveis controlos para correr, saltar, planar, atacar e por aí fora … A jogabilidade é extremamente simples e viciante … especialmente quando tomamos gosto aos melhores poderes que o vírus confere a Heller.

Conforme mencionei acima, no decorrer da aventura enquanto tentamos descobrir toda a verdade acerca do vírus, de Alex Mercer e da BlackWatch temos inúmeras missões a completar.

A maior parte das missões corresponde a uma mecânica simples de, ter de assimilar algum cientista ou soldado para poder entrar numas instalações da BlackWatch e, uma vez lá dentro, destruir algo ou aniquilar alguém. Por esta altura já devem estar a pensar que o jogo é algo repetitivo … e assim o é. Pode-se considerar que a maior parte das missões têm uma mecânica algo semelhantes, mas também é verdade que a maneira como as completamos pode ser completamente diferente. Por exemplo, podemos entrar numas instalações com a “pele” dum soldado assimilado por nós, mas podemos depois e uma vez lá dentro passar para Heller e semear destruição. Ou então fazer tudo pela calada, eliminando os alvos quando ninguém está a ver …

Ainda assim existem alguns outros tipos de missões que asseguram alguma variedade e estas podem passar por conduzir um veiculo, ou por apanhar em tempo limite uma quantidade e itens perdidos nos arranha-céus da cidade.

Existem também outras tarefas paralelas a completar no jogo como por exemplo, encontrar diversos itens escondidos nos diferentes distritos da cidade, ou destruir várias equipas de contenção enviadas para nos aprisionar que nos garantem alguns troféus, bem como maior diversidade de objectivos.

A I.A de Prototype 2 está aceitável, … embora as tropas da BlackWatch sejam na sua maior parte, autêntica carne para canhão, existem ocasionalmente alguns adversários de maior respeito, como por exemplo os soldados do Projecto Orion. Com estes adversários já temos de calcular melhor as nossas acções, e saber como, quando e de que forma atacar, defender ou recuar.

Ao longo da aventura, vamos encontrando muitas personagens, muitas delas que acabamos por consumir. À medida que assimilamos o ADN das nossas vitimas, passamos a poder transformar-nos nelas … e em casos especiais e importantes para a história podemos ver trechos importantes das suas memórias, que tanto servem como dicas para que possamos perceber melhor a trama por trás de Prototype, como para perceber algumas coisas acerca das personagens e suas orientações.

À medida que ganhamos experiência no mundo do jogo, vamos podendo expandir as nossas habilidades. A quantidade de mutações a desbloquear é imensa bem como a diversidade de opções onde colocar os pontos de experiência. Podemos por exemplo usá-los para melhorar a nossa velocidade, assimilar mais ADN de cada vez, saltar e planar durante mais tempo … é tudo uma questão de estratégia, no momento da escolha da atribuição dos pontos de XP.

Conforme mencionei ao inicio, os ataques de Prototype 2 encontram-se novamente brutais e os finish que aplicamos são autênticas obras de arte. Sangue por todo o lado, desmembramentos, explosões, …. brutal. Heller é uma Killing Machine e à medida que evolui melhor fica. A diversidade de movimentos de finish é brutal e apelativa para que se tentem constantemente novas maneiras de acabar com um inimigo. E também bastante importante é o facto desses finish serem perfeitamente enquadrados com o cenário real na altura, ou seja, tudo o que se passa à nossa volta continua enquanto o nosso movimento (alguns em slow motion) é mostrado no ecrã. As mutações que acima referi a muito ajudam … por exemplo a dada altura é possível injectar uma vitima com o vírus e esta após algum tempo explode levando consigo alguns outros inimigos que estejam por perto …

Quanto aos ataques, além dos acima indicados temos ainda a opção de usar as armas dos soldados e usá-las contra eles … podemos usar as metralhadoras, bazookas, lança-misseis dos blindados …

Uma das novidades em Prototype 2 e que está simplesmente fantástica é a forma como detectamos os diferentes alvos de cada missão. Foi implementado pela equipa de desenvolvimento um sistema semelhante ao sonar dos morcegos que funciona exactamente dessa forma. Premindo L3 emitimos um sinal de sonar que nos é devolvido apenas da localização de onde se encontra o nosso alvo. É especialmente útil se estivermos num ponto alto e conseguirmos ver o retorno do sonar (numa coloração avermelhada). Quando usamos o sonar e estamos perto da vitima, esta apresenta-se como se numa radiografia se encontrasse vendo-lhe o esqueleto na sua silhueta.

Existe tanto para fazer, ou para evoluir, ou descobrir em Prototype 2 que o jogo acaba por se reinventar a cada momento. Por outras palavras há sempre algo mais que queremos descobrir, há sempre novas mutações a adquirir, novos finish a aplicar … enfim, existe uma real sensação de evolução ou de descoberta.

Uma coisa estranha que Prototype 2 apresenta é a impassividade das tropas quando passamos a planar em plena luz do dia numa avenida bem patrulhada, ou começamos a subir um prédio assim dum momento para o outro. Seria de esperar um alerta, mas em vez disso tudo continua na mesma.

No final duma sessão de jogo a ideia presente é que a liberdade de destruição e a beleza em provocá-la em Prototype 2 é tal que por vezes damos por nós a esquecermos-nos completamente da história e a querer apenas arranjar confusão.

Longevidade: 8.4

Nunca mais acaba … e ainda bem. Há sempre algo a investigar, a procurar, a destruir … as duas mãos serão necessárias e talvez insuficientes para indicar as horas de destruição e sangue gastas em Prototype 2.

Para além disso o sistema RadNet permite ao jogador enveredar por jogos multiplayer versus, ou então um modo Eventos onde é confrontado com um cenário especifico, com objectivos distintos num determinado período de tempo.

 

Nota Final-8,5

[0…....10]

Creio que o melhor elogio que se pode dar a Heller e a Prototype 2, será o de que ambos estão à altura dos seus antecessores e que Prototype 2 se trata efectivamente duma sequela com muito valor. Não fazendo esquecer Mercer, consegue mesmo assim ganhar o seu espaço e com mérito próprio. Apesar de, mesmo assim, poder ser considerado como uma cópia do original, Prototype 2 apresenta argumentos mais que suficientes para ser considerado um Bom Jogo. É divertido, é viciante, um pouco exigente, com acção, tem um padre que não se importa de matar cientistas ou soldados … enfim, é um titulo que tanto tem de louco como de são mas que uma vez tudo misturado consegue criar um jogo de acção bastante interessante. Quem gostou do primeiro gostará deste, sem dúvida.

Género: Acção Plataforma Analisada: Playstation 3 Outras Plataformas: Xbox 360, Windows Homepage: Prototype 2

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