… Nintendo 3DS
Com quase 20 anos de vida, o Mundo de Pokémon continua a ser uma das marcas de videojogos mais bem sucedidas de todo o mundo. Talvez apenas com o imparável Mario como grande rival, o que é certo é que estas estranhas criaturas criadas na década de 90, continuam bem vivas e de plena saúde.
Recentemente, mais um titulo da série Pokémon: Mistery Dungeons foi lançado, Gates to Infinity é o seu nome.
Basicamente Mystery Dungeons é uma das variantes do mundo Pokémon, assentando a sua jogabilidade em mecânicas distintas das tradicionais, como por exemplo de Pokémon Black ou Pokémon White.
O Pplware testou-o e, com Pikachu e amigos viajou até ao Paraíso Pokémon!
A história de Gates to Infinity é bastante simples ao inicio, mas … depois ganha alguma complexidade à medida que jogamos. Tudo começa quando nós, o jogador, acordamos de um sono intranquilo durante o qual sonhámos com um Pokémon inocente a ser perseguido por um outro malvado. Pouco depois damos por nós a cair desamparados em pleno Mundo de Pokémon na pele de … um Pokémon.
Neste momento temos de escolher qual o tipo de Pokémon que queremos encarnar, desde Pikachu, Snivy, Tepig, Oshawott ou Axew. Com este inicio do jogo cria-se a ideia de que o jogo vai ser uma missão de salvamento tendo inclusive variados vários outros sonhos que nos vão mostrando mais imagens dessa perseguição.
No entanto, quanto mais avançamos, vamos também descobrindo que o jogo traz representa muito mais, especialmente ao nível de emoções e valores humanos, como a amizade e lealdade. É pena que o jogo seja em inglês, pois os diálogos passam-se através de legendas.
Mal aterramos no Mundo de Pokémon encontramos um outro Pokémon que será o primeiro de muitos companheiros de aventura e que também podemos personalizar. Esse nosso novo companheiro convida-nos a pertencer à sua equipa e tem como objectivo, o de criar um Mundo de Pokémon melhor para todos os Pokémons que nele vivem, Pokémon Paradise (Paraíso Pokémon).
E o Mundo de Pokémon é bastante grande. De seguida arranjamos um lugar para ficar e compramos um terreno onde iremos construir o nosso Pokémon Paradise. Tudo tem então inicio na Cidade de Pokémon ao lado do nosso terreno e onde somos apresentados a algumas lojas e personagens de importância para o jogo.
A partir desse momento começa a aventura, na qual vamos enfrentando inúmeras masmorras repletas de inimigos e obstáculos, ao mesmo tempo que ajudamos o nosso novo amigo a construir o seu Pokémon Paradise.
Estas são, as duas grandes vertentes de Gates to Infinity: de um lado as Masmorras e do outro, a construção do nosso Pokémon Paradise.
A Cidade de Pokémon, funciona como um pouco de mercado e é onde se passa a maior parte da história inicial, sendo nela que se passam também as secções mais monótonas do jogo, os diálogos entre personagens. O termo certo é monotonia pois a maior parte dos diálogos são extremamente demorados e não havendo fast forward ou skip tornam-se chatos cansativos.
Perto da entrada do nosso Pokémon Paradise desde cedo surge uma área que também se vai populando de lojas e outros interfaces e através de um sistema de pedidos de ajuda colocados numa tabuleta, vamos então obtendo as quests a serem resolvidas. Seja salvar um Pokémon perdido, seja encontrar um objecto esquecido … para a resolução dessas quests temos sempre uma masmorra nova.
Cada masmorra apresenta variados níveis, e geralmente é no último que se encontra o objectivo da nossa missão. Uma particularidade importante é a possibilidade de se poder gravar o jogo a meio.
Uma mecânica interessante é o facto de cada masmorra ser criada aleatoriamente no momento em que entramos na quest. Contudo, o que poderia fazer dessa mecânica uma autêntica ideia ganhadora acaba, pelo contrário, por trazer alguma repetibilidade ao jogo. Felizmente, o jogo não perde nenhum do vicio por isso.
Os inimigos que vamos encontrando nas diversas masmorras vão sendo diferentes e mais exigentes à medida que os níveis de dificuldade aumentam, o que se encontra feito de uma forma bastante equilibrada.
Contudo e apesar de fáceis ao inicio, cada combate merece toda a nossa atenção. Quando embarcamos numa missão podemos levar na nossa party mais três Pokémons e o combate, por turnos, passa-se com todos envolvidos ao mesmo tempo. Basicamente, em pleno cenário da masmorra onde vagueamos os nossos Pokémons ficam face-a-face com o(s) inimigo(s) e, a cada turno podemos fazer um ataque ou um movimento. Isto é muito importante pois aumenta em muito a componente estratégica. Por exemplo, se temos poderes de ataque que atingem os adversários a uma distância de 2 quadriculas, então podemos colocar o nosso Pokémon atrás da linhas dos restantes e assim fazer ataques de longo alcance enquanto os restantes membros usam ataques de proximidade.
O único problema desta ou de outra qualquer estratégia é a ocasional estupidez que atinge os nossos companheiros, controlados pelo CPU. Apesar de na maior parte das vezes eles serem competentes, ocasionalmente perdem-se, ou lançam ataques sem nexo e uma vez que não temos controlo sobre eles é algo frustrante ver isso acontecer.
Mais frustrante ainda é quando um dos nossos amigos se perde do grupo e desata a correr pela masmorra fora, feito maluco. Se por azar encontra inimigos fortes e desmaia, então toda a missão termina e temos de retomar de inicio.
Os variados inimigos que vamos encontrando vão se tornando mais difíceis à medida que vamos avançando e antes de enveredarmos em cada quest, é imperativo escolher a composição da nossa party (máximo de até 4 Pokémons) e quais os itens que queremos levar connosco. Isto é extremamente importante pois há determinados itens que vamos encontrando, ou que nos vão dando como recompensas ou mesmo que compramos, que farão toda a diferença em certos combates e assim, essa faceta estratégica é fundamental.
Uma vez que, ao inicio do jogo, criamos a nossa própria Guild Pokémon (até lhe atribuímos um nome) foi implementado um processo de aprendizagem comum na qual, todos os elementos do grupo são beneficiados pelos ganhos de experiência de cada membro. Por exemplo, se o meu personagem avançar um nível no Quick Attack ou Thunder Wave, então todos os elementos do grupo que tenham esse poder também evoluem.
Por mencionar ataques e técnicas utilizadas pelos Pokémons. Cada técnica tem um número de utilizações limitado por quest. Por exemplo, no inicio de cada quest podemos apenas fazer 15 Electro Ball ou 20 Tail Whips só repostos por poções que tenhamos.
Um pormenor interessante que a equipa de desenvolvimento implementou foi a possibilidade de podemos jogar e encetar quests com outros Pokémons do nosso grupo que não estejam na equipa titular o que potencia a evolução desses mesmos personagens também, sem detrimento da história principal.
Existem dezenas de missões em Gates to Infinity, espalhadas pelas diversas zonas do Mundo de Pokemon (Inflora Forest, Breezy Meadow ou Crags of Lament). Algumas são derivadas da própria história central do jogo enquanto que outras fazem parte de uma lista de pedidos de ajuda imensa na forma de um placard, e a partir de onde escolhemos qual a completar.
Após terminarmos cada missão somos recompensados, seja com dinheiro, seja com itens e magia ou materiais de construção.
Um dos primeiros habitantes da cidade dos Pokémons com quem interagimos é Gudurr, um carpinteiro. Esses materiais de construção que vamos adquirindo vão sendo importantes para contratar Gudurr ara construir os diversos edifícios de Pokémon Paradise. Em Pokemon Paradise podemos construir diversos tipos de edifícios que nos vão ajudando na nossa aventura. Podemos construir plantações de ervas e poções, podemos construir lojas, quiosques onde podemos comprar raspadinhas ….
A funcionalidade V-Wave é também uma adição interessante e que permite, diariamente, acrescentar nesse dia, um poder extra de ataque a determinado tipo de Pokémon através de um sistema de roleta.
Algo que ainda não referi mas também porque passa completamente despercebida é a componente sonora do jogo. Gates to Infinity apresenta a banda sonora de Pokémon fiel à série. No entanto é o mesmo que referir que se trata de música ambiente e sem grande chama. Aliás, todos os efeitos sonoros do jogo são tímidos e apesar de se adequarem ao universo Pokémon, não trazem nada de emocionante.
Outra novidade que o jogo apresenta é a possibilidade de encontrarmos, através de um Sistema de Realidade Aumentada, variados Magnagate. Esses Magnagates são entradas mágicas para novas masmorras, também elas criadas dinamicamente e que são despoletadas recorrendo à câmara da Nintendo 3DS incidindo sobre objectos reais arredondados. Estas masmorras são claramente mais entusiasmantes de jogar, enfrentando adversários mais complicados mas também com acesso a recursos e Pokémons mais evoluídos.
Nota Final- 7,3
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Para todos os que leram a análise e que receiem que Gates to Infinity tenha perdido a mística Pokémon, gostaria de tranquilizar-vos. Este jogo é composto por ADN Pokémon desde o inicio até ao fim onde se podem encontrar todos as características que fazem desde Universo um dos mais viciantes e entusiasmantes no Reino dos Videojogos. Com uma história simples mas profunda, com uma jogabilidade intuitiva, novas mecânicas inovadoras e uma imensidão de quests e tarefas a desempenhar, Gates to Infinity é um jogo bastante bom para os apreciadores da série e do universo Pokémon. No entanto, apresenta certas deficiências que desde cedo se revelam e poderão afastar os jogadores menos identificados ou pelo menos testar as suas paciências.
Gráficos: 7,2
O 3D ajuda bastante a dar perfil às masmorras e obstáculos e o grafismo no geral está bastante colorido e cativante. Os diversos Pokémons estão exactamente como Pokémons devem estar representados.
Som: 6,0
Banda sonora à medida de Pokémon. Efeitos sonoros, por vezes incómodos. Ausência de português (na versão enviada para esta análise). Não sobressai sonoramente.
Jogabilidade: 7,2
Diversas localizações do Mundo Pokémon com inúmeras masmorras e quests garantem experiências sempre diferentes. Controlos acessíveis e jogabilidade simples. Componente estratégica em combate e de gestão de equipa e equipamentos. Dificuldade equilibrada. Diálogos extremamente monótonos e chatos. Alguma repetibilidade de missões.
Longevidade: 8,6
Seguramente mais de 20 horas de jogo a solo e muitas mais para fazer com amigos localmente. Muito conteúdo e possibilidade de se adquirirem ainda mais na loja online da Nintendo. Fica sempre a sensação que podemos fazer só mais uma quest …