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Análise Pokemon Black Version 2 (Nintendo DS)

Pokémon, é sinónimo de sucesso. Com início na década de 90 no Japão, Pokémon talvez tenha sido o primeiro desses fenómenos orientais que invadiu o Ocidente e que, na sua invasão, migrou para novas plataformas e meios, tais como a televisão e bandas desenhadas.

Na sua génese encontra-se a ideia de que os Pokémons são seres diferentes que apareceram e evoluíram num Universo diferente do real e que cedo criaram raízes e ligações com os humanos. Alguns são selvagens e outros nem tanto. No meio dessas ligações nasceram fortes alianças e também fortes rivalidades e assim acontecem de forma natural os combates, forte componente do Universo Pokémon. Cabe ao jogador, como treinador desses pequenos mas fortes bichos, prepará-los o melhor possível para os levar à vitória.

No mês passado foi lançado este Pokémon Black Version 2, que o Pplware analisou.

Gráficos:  7,4

O Universo Pokémon sempre foi, e sempre será, um Universo muito próprio. Com personagens muito próprios, com Pokémons cada vez mais originais e diferentes e um ambiente gráfico muito peculiar.

Black Version 2 apresenta-nos o que, desde sempre, Pokémon nos apresentou. Um grafismo simples e sem um detalhe que se possa declarar fantástico. Enquanto nos deslocamos pelas cidades, pelos campos e restantes ambientes o jogo presenteia-nos com bons pormenores, como por exemplo, fardos de palha nos campos, transeuntes nas cidades, ou fãs de cinema no Poke Studio. Unova é um território bastante grande, apresentando ambientes bastante distintos e com o detalhe adequado, conforme mencionei acima, nos seus campos, vilas, cidades, mar e docas …

No entanto é no decorrer dum combate que Pokémon consegue trazer aquela magia à qual os fãs estão habituados e que anseiam. É durante os combates que surgem então os Pokémons e nos quais se usam os seus poderes especiais. Apesar de poder ainda ser feito muito para embelezar e dinamizar mais os combates, creio que a intenção é a de mantê-los os mais tradicionais o possível e de manter o motor gráfico inalterado, para que não se perca a mística já criada em mais de 10 anos e neste capitulo o objectivo é atingido na perfeição.

Apesar de haver algumas novidades no que respeita aos diferentes Pokémons presentes no jogo, a maior parte dos nossos conhecidos encontram-se presentes e isso ajuda também a criar toda aquela ambiência Pokémon style. Contudo, além de haver espaço para haver ainda mais novidades no que toca aos Pokémons, como aos seus poderes, creio que não ficaria nada mal a inclusão de maior dinamismo dos nossos amiguinhos durante os combates.

 

Som: 6,6

O ponto fraco de Pokémon. Aliás, já desde há muito tempo que se trata da componente à qual menos atenção e dedicação têm sido dadas.

Os efeitos sonoros são bastante básicos e conseguem mesmo assim manter a tradição de Pokémon. No entanto, e à semelhança do que penso que poderia ser feito a nível gráfico, creio que poderiam ser melhorados.

Enquanto viajamos pelo mundo de Unova, a banda sonora e efeitos estão minimamente adequados e, nem desiludem, nem entusiasmam em demasia.

Começa-se também aqui a formar a ideia de que Pokémon Black Version 2 continua a ser Pokémon por todos os poros, sejam a nível de grafismo, som, jogabilidade …

À medida que evoluímos no jogo, interagimos com diversas personagens e essa interacção é feita através de caixas de diálogos. Aqui reside o principal problema de Pokémon Black Version 2, que é o facto de as legendas estarem em inglês. Para um jogo que tem um público-alvo mais jovem, creio quer algo que tem de ser revisto, obrigatoriamente.

 

Jogabilidade: 8,5

Para todos os jogadores experientes de Pokémon, Black Version 2 não terá grandes surpresas nem novidades. A mecânica é a mesma de sempre.

Basicamente, começamos o jogo com um Pokémon que nos é oferecido por Bianca e partimos à aventura. Unova tem uma grande lista de locais a explorar e cada qual com muitas aventuras para serem vividas e combates para serem feitos.

Aliás, a exploração é um dos pontos fortes de Pokémon , o que aliado à componente de RPG que o jogo possui acaba por lhe conferir aquela dose de entusiasmo que Pokémon consegue manter nos mais altos níveis. Como todos os jogadores de Pokémon saberão, quantos mais locais a explorar, mais Pokémons para encontrar. Uma das coisas que mais cria dependência e entusiasma os jogadores de Pokémon é precisamente a possibilidade de coleccionar Pokémons e Black Version 2 traz de novo esse vicio a lume. Há muito por onde explorar e procurar e muitos Pokémons para coleccionar.

À medida que vamos avançando na aventura, vamos desbloqueando os acessos a novas localizações e, apesar de a mecânica ser simples e fácil, torna-se algo complicado por vezes identificar o que é necessário fazer para aceder à próxima zona.

Em parte, a explicação encontra-se num aviso que o jogo nos faz ao início, no qual sugere que se fale com a maior parte dos NPC (personagens controlados pelo computador) que encontrarmos. É que, além de grande parte desses personagens apenas adicionar algumas dicas à história, alguns são importantes pois dão-nos missões as quais temos de completar para poder evoluir.

Por outro lado há outras situações em que esses NPCs nos dão outros itens importantes para o avançar na aventura.

Pelo caminho, além desses NPCs mais secundários vamos também encontrando muitos outros que são importantes, quer seja para evoluirmos na história, quer seja para a evolução da nossa personagem.

Há diversos NPCs espalhados pelo cenário que nos desafiam a combater, e na maior parte dos casos trata-se de combates relativamente fáceis, mas existem outros, os Treinadores dos Ginásio dessas zonas por que são bastante mais exigentes e que nos obrigam muitas vezes a ir restaurar a energia dos nossos Pokémons aos Centros Pokémon.

Estes combates contra os treinadores principais são norma geral bastante exigentes e necessitam quase sempre duma táctica adequada e bem pensada. Falta aqui também, um pouco mais de informação detalhada sobre os seus Pokémons  pelo que os primeiros combates são quase de apresentação. Isto reveste-se de particular importância pois cada Pokémon tem pontos fortes e pontos fracos e para elaborar uma estratégia adequada convém saber um pouco mais sobre quais os do adversário.

Seja como for, em pleno combate podemos sempre ir ajustando a estratégia, ora fazendo substituições de Pokemons, ora lançando ataques específicos e essa componente encontra-se viciante e excitante como sempre. Apesar de parecer que não, mas os combates são autênticas obras de estratégia, quer para um adulto quer para um puto de 7 anos.

A recolha de Pokémons pode ser feita de várias formas. À medida que avançamos em Unova surgem-nos vários cenários, e em algumas zonas crescem plantações de ervas e afins, que são o habitat preferido dos Pokémons selvagens. Quando passamos por essas zonas, há grande probabilidade de encontrarmos um Pokémon e assim tentar capturá-lo. Para isso podemos transportar connosco Poke Balls que nos permitem que, quando um Pokémon adversário tenha pouca energia, capturá-lo com um dessas bolas. Atenção que não é possível capturar Pokémons de outros jogadores.

Conforme pudemos ver, podemos transportar connosco Poke Balls mas, o que podemos transportar não se fica por aqui. Poções, Antídotos  Mapas, cartas de apresentação a outros jogadores, Moedas, … podem também ser transportadas e/ou equipadas nos Pokémons.

Aliás, o facto de podermos equipar os Pokémons com determinados equipamentos é bastante importante pois, durante um combate, por exemplo, em vez de perdermos o nosso turno para ir usar uma Poção o Pokémon usa-a automaticamente.

Os Pokémons à medida que lutam e ganham combates, acabam por ganhar pontos de experiência e isso permite que sofram evoluções. As evoluções dos Pokémons desencadeiam várias coisas. A primeira será a de melhoria dos Status do Pokémon, seja em termos de Ataque, Defesa, Velocidade de Ataque, Pontaria ou outros, e a segunda será a de possibilitar a descoberta de novos poderes especiais. Cada Pokémon tem os seus poderes especiais (de ataque ou defesa) mas vai descobrindo novos à medida que evolui. Neste momento volta ao de cima toda a componente de estratégia de Pokémon, pois cada Pokémon pode conhecer/usar no máximo 4 poderes especiais e ao descobrir um novo o jogador terá de indicar qual dos outros 4 terá de ser esquecido. Esta mecânica está impressionante.

Em Pokémon Black Version 2 temos inclusive a possibilidade de gravar filmes dos nossos combates de Pokémon , no Pokéstar Studio. A filmagem desses filmes é simples. Basicamente o realizador dá-nos o enredo e qual o nosso personagem. Como em todos os filmes, o nosso personagem tem uma participação limitada ao enredo onde se insere, e nós temos de fazer as nossas cenas durante o combate de acordo com esse papel. Assim sendo, não se tratam de combates propriamente ditos mas sim, de representações de papéis previamente definidos, tendo de ser nós a descobrir qual o ataque ou defesa a usar nos nossos turnos que melhor se encaixam no guião desse mesmo turno. Parece confuso mas acaba por ser bastante entusiasmante e que nos faz querer fazer filmes atrás de filmes até sermos grandes celebridades…

Aliás, a estratégia encontra-se presente em todo o jogo. Outra prova disso é o facto de termos de fazer a gestão dos Pokémons que nos acompanham. A cada altura é apenas possível sermos acompanhados por um máximo de 6 Pokemons. No entanto, tal não quer dizer que só possamos ter 6 Pokémons. Podemos ter muitos mais destes nossos estranhos amigos e nos Pokémon Centers podemos armazenar os que temporariamente não precisamos.

Nestes Centros podemos também adquirir novas Poções, Antídotos, e outros itens, bem como vender e trocar Pokémons com recurso à Nintendo Wi-Fi Connection.

Mais acima indiquei algumas formas de ganhar Pokémons , mas existe uma outra que e extremamente interessante e que surge na qualidade duma aplicação existente na Store, que é o Pokémon Dream Radar.

Mas o que é o Pokémon Dream Radar? Bem, Pokémon Dream Radar pode ser considerado como uma aplicação que recorre à Realidade Aumentada e que nos permite capturar mais Pokémons para a nossa equipa de Pokémons.

Pokémon Radar apresenta-os duas opções principais. A primeira é a Captura de Pokémons e a segunda é um Centro de Desenvolvimento dos métodos, ferramentas e estratégias para os apanhar.

A Captura de Pokémons consiste em disparar um feixe de energia contra nuvens que a Realidade Aumentada coloca na nossa sala. Algumas dessas nuvens dão-nos apenas Orbs de energia que podem ser gastos no Centro de Desenvolvimento para melhorar capacidades como por exemplo, redução de tempo necessário para capturar um Pokémon , ou aumento da duração de cada feixe de energia. Outras nuvens correspondem a Pokémons e a sua captura é simples, apesar de alguns Pokémons darem mais luta.

Para capturar um Pokémon, teremos de disparar continuamente contra ele, até que uma barra de captura fique cheia, mas o problema é que o Pokémon está em constante movimento e alguns são mesmo irrequietos.

Há ainda algumas nuvens que em vez de Pokémons escondem outros itens como Poções, Cerejas, Garrafas de Água ….

Sejam Pokemons ou outros itens, existe uma potencialidade de os exportar para Pokémon Black Version 2. Em Black Version 2 teremos de seleccionar Unova Data Link para os importar para o nosso saco.

A componente Extralink permite-nos, além de obter novas missões, como por exemplo encontrar crianças perdidas ou apanhar cerejas, entrar em contacto com outros jogadores que consigam entrar na sessão, em Multiplayer local, e arranjar combates ou trocas.

De referir que existe a possibilidade de se poder transferir um Save de Pokémon Black/White dando assim maior sensação de integração ao jogo.

Pokémon Black Version 2 é um jogo que apesar da sua imaturidade gráfica e extrema simplicidade sonora, continua a ser extremamente viciante e gratificante de jogar.

 

Longevidade: 8,0

Pokémon Black Version 2 surge-nos com mais de 30 horas (mais ainda se quisermos explorar tudo ao ínfimo pormenor) de jogo em modo Singleplayer e os combates e divertimento multiplayer online ou local aumentam ainda mais a capacidade que Pokémon Black Version 2 tem de nos manter agarrados à Nintendo DS (o jogo foi testado numa Nintendo 3DS XL, mas não possui 3D).

 

Nota Final- 8,0

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Pokémon Black Version 2 foi uma óptima semi-surpresa. Digo isto pois consegue, duma forma não demasiado ambiciosa, mas em simultâneo entusiasmante, manter o espírito Pokémon vivo e assente na mesma fórmula que imortalizou a série. Creio que é de realçar o facto de, não mudando essa mesma fórmula, a mesma consiga manter-se tão viciante e cativante. Pokémon continua a ser Pokémon , e em Black Version 2 apresenta todas as familiares componentes de exploração, de estratégia e de descoberta que desde sempre o caracterizaram. É um jogo que, para os amantes deste Universo, certamente será um must have, enquanto para os restantes amantes de RPGs e jogos de estratégia será um jogo a ter debaixo de olho também. Pokémon Black Version 2 vem acima de tudo comprovar que o Universo Pokémon está bem vivo, de saúde e para durar por muito mais tempo….

 


Homepage Pokémon Black/White Version 2

Género: RPG/Acção Plataforma Analisada: Nintendo 3DS (não possui 3D)


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