As palavras “National Basketball Association” já só por si devem ser facilmente identificadas pela maior parte de vós mas, se vos mencionar NBA, então não haverá qualquer tipo de dúvida.
Por muitos (principalmente norte-americanos) considerado como o desporto-mor, ninguém pode negar que é um dos mais mediáticos e mais fascinantes de todos. Quem nunca viu um jogo de NBA e sentiu na pele as vibrações trazidas pelas imagens de TV, daqueles pavilhões a abarrotar com milhares de pessoas, enquanto se deliciam com alguns dos maiores e melhor jogadores de basketball do Mundo?
Sim, NBA é sinónimo de Show Biz e devo confessar que sou seu fã incondicional apesar de ter passado alguns anos um pouco distante dela por variados motivos.
Como desporto de eleição que é, a NBA não poderia deixar de receber a atenção da indústria dos videojogos e tradicionalmente, a cada ano que passa, sai uma nova versão do melhor simulador existente no mercado dedicado a esta competição.
Recentemente foi lançado pela 2K a edição de 2014, e o Pplware já fez uns lançamentos.
Conforme disse sou fã da NBA e desde há muitos anos. Tanto da competição, como dos jogos que desde cedo a tentavam representar no pequeno ecrã. Ainda me lembro do primeiro NBA que tive para o meu primeiro PC, e que salvo erro ainda tinha ecrã CGA … brutal.
Sou e com orgulho, do tempo áureo de grandes jogadores de qualidades impares que reinaram os céus dos pavilhões norte-americanos, como os incomparáveis Michael Jordan, Magic Jonhson, Jonh Stockton, Larry Bird, Pat Ewing, Charles Barkley, Isiah Thomas entre muitos outros … numa altura em que apenas tínhamos acesso aos jogos em determinados programas de televisão (quando haviam ainda apenas 2 canais). Bons, velhos tempos.
Foi então com imensa expectativa que peguei em NBA 2K14, especialmente porque se trata de uma competição por mim tão apreciada e desde tão cedo.
Para meu espanto, mal iniciei o jogo, a primeira opção a que tive acesso foi a de fazer um jogo entre Toronto Raptors e Indiana Pacers. Bem, sem perceber lá muito bem o porquê daquela escolha, meti mãos à obra (neste caso ao comando) e lancei-me no primeiro jogo de NBA 2K14.
Tenho de confessar que as minhas próximas palavras foram algo como … “ahhhhh”, “xiiiiii”, “brutal” …
Fiquei assombrado pela qualidade da apresentação do jogo. Simplesmente cativante, com uma vista geral do pavilhão, passando depois por umas imagens em sépia dos jogadores a caminho do campo e terminando com a preparação para o inicio do jogo.
Mas NBA 2K14 não se ficou por aqui. Mal as camaras focam a atenção nas quatro linhas do campo, passamos a ter a noção de que este não é um jogo qualquer de basketball.
Iniciei o jogo, pensando para comigo que ia ser canja e … às minhas custas, descobri que o jogo não tem só de belo, como também tem de exigente.
E isso leva-nos imediatamente a uma das características de NBA 2K14 que é como que uma cereja em cima do bolo, o analógico direito.
A 2K Games conseguiu idealizar quase na perfeição uma utilização sensata e extremamente útil para o analógico direito, dando-lhe as funcionalidades de dribling, lançamentos ou movimentos defensivos.
Apesar de ser extremamente simples de explicar o seu funcionamento é, no entanto, algo complicado de dominar na perfeição. Por exemplo, os lances atacantes dividem-se em duas categorias: dribling e lançamento.
O funcionamento empregue ao analógico direito difere na interpretação dos tipos de movimentos empregues. Quando o jogador pretende lançar a bola terá de ficar a pressionar o analógico direito para cima por exemplo enquanto se quiser driblar ou mudar a bola de mão, basta dar um toque rápido no analógico para a direita, ou fazendo combinações de direcções para dribles mais avançados. É claro que este tipo de comportamento abre portas a variadas combinações e cabe ao jogador, aos poucos, ir memorizando as mais úteis. Mas são dezenas … Felizmente existe um tutorial que nos apoia neste sentido.
Contudo os jogadores mais tradicionais podem ficar descansados pois os botões Quadrado, X, O ou Triangulo continuam disponíveis e têm sempre a hipótese de remapear os comandos.
E lá comecei então o meu jogo. Bola ao ar e … jogar.
O que se pode dizer sobre o jogo propriamente dito, senão que se encontra muito bom e a todos os níveis.
Na grande maioria, os jogadores encontram-se bastante bem caracterizados, quer em termos de caras e compleição atlética, quer em termos de expressões e reações. Quem acompanha a NBA facilmente identificará os jogadores principais de cada equipa. Até o pormenor das roupas se moverem com o movimento está muito bem recriado. Contudo, há alguns atletas que se encontram estranhos, quer nas suas feições quando o jogo faz zoom in ou na forma como se movem por vezes em campo.
Aliás, nos movimentos dos jogadores residem alguns dos principais problemas de NBA 2K14. Um dos quais é o irritante vicio do jogo em terminar as scripts de certos movimentos mesmo quando o jogador vai na direção da linha de fundo ou da linha de meio campo.
Mas enfim, isto nem acontece assim com muita regularidade, especialmente se nos lembrarmos de não fazer certos dribles perto das linhas.
E por falar em linhas … mais acima já mencionei que o público e todo o ambiente ao início é brutal, certo? Pois, podem crer que durante o jogo não o é menos. O público (mais tridimensional nas primeiras bancadas que nas seguintes) reage de forma muito realista ao que se passa em campo e as suas animações encontram-se bastante decentes conferindo uma grande dose de emotividade ao jogo e seu ambiente em redor.
Também algo que acrescenta uma grande dose de emotividade aos jogos são os comentadores. Creio que NBA 2K14 será dos poucos jogos de desporto que se pode gabar de ter um serviço de locução de excelência com os melhores, mais coerentes e melhor contextualizados comentários que um jogo já nos ofereceu.
Aproveitando que falamos de som, permitam-me indicar que a banda sonora do jogo foi muito bem escolhida, especialmente para quem goste de hip-hop.
Bem … após o meu jogo ter terminado lá voltei ao menu inicial e aí verifiquei as variadas opções que o jogo tem para nos entreter.
A primeira das quais, que me prendeu pouco, foi o Modo Lebron: Path To Greatness. Este modo mete-nos na pele de Lebron James (apesar de jogarmos com a equipa toda) e dá-nos a possibilidade de rumar ao estrelato máximo com ele e com os seus Miami Heat (ou não). Na prática, convida-nos a atingir o nível de Michael Jordan ou Larry Bird, entre outros.
Neste modo vamos avançando ao longo da época com Lebron e a sua equipa, jogando alguns desafios pré-definidos mas o que considero mais estranho é o porquê de tanta atenção a um jogador apenas.
Além dos tradicionais modos online, que estão em peso em NBA 2K14, temos o nosso conhecido Modo Carreira (MyCareer).
A maior parte de vós já deverá saber como funciona. Somos um jogador rookie prontinho para entrar no maior show de basketball do mundo e assim começamos a nossa carreira com um jogo de rookies, seguido das escolhas dos Drafts pelas equipas.
Consoante a nossa prestação nesse jogo captamos a atenção de determinadas equipas que nos quererão de seguida conhecer melhor, através de entrevistas nas quais teremos de deixar bem claro o porquê de sermos bons para elas.
Após essa sequência de entrevistas chega o dia das escolhas e numa animação algo pobre, assistimos ao Draft dos 24 jogadores aguardando com ansiedade que o nosso nome saia na equipa que preferimos.
A partir daí … gira tudo em redor de jogar basket. Começamos por baixo, ou seja, começamos no banco, jogando apenas alguns minutos nos primeiros encontros mas, ao ganharmos estatuto e melhorarmos o nosso jogador fazendo upgrade aos nosso atributos, vamos conseguindo melhores prestações e assim mais minutos em campo.
É claro que há também sempre a opção de treinar o nosso jogador e os treinos dão-nos também a possibilidade de melhorarmos os atributos do nosso jogador.
Um dos pormenores interessantes deste modo, são as conferências de imprensa que, apesar de serem um pouco estáticas em termos de falta de movimento, dinâmica ou vivacidade acabam por apresentar algumas questões pertinentes colocadas pelos jornalistas que consoante a resposta altera a nossa popularidade junto dos fãs ou mesmo companheiros de equipa.
Esta popularidade pode-se ver inclusive num sistema de Twitter que permite ao jogador ter a noção da quantidade de fãs que o acompanham.
Terei obrigatoriamente de referir a quantidade e qualidade de dados estatísticos que o jogo nos vai oferecendo, tanto nos diversos ecrãs do jogo, mas também durante os próprios jogos. Os intervalos dos jogos então estão brutais e, além de nos serem indicadas as estatísticas do jogo em questão, ainda nos são mostrados variados lances chaves do jogo.
Para quem gosta de apreciar estatísticas, que em basketball são sempre interessantes de acompanhar, e de ver como se encontra a sua evolução então NBA 2K14 faz um excelente trabalho em entregar a maior e melhor qualidade de informação ao jogador.
Uma coisa que achei estranho foi a inexistência de Portugal quando criamos o nosso jogador. Enfim, se calhar somos mesmo muito pequeninos.
Nota Final- 8,6
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NBA 2K14 capta todo o espectáculo da NBA e liberta-o bem dentro das nossas TVs. É um jogo empolgante, electrizante e exigente mas também recompensador especialmente quando acabamos uma jogada com aquele mega-afundanço (as animações dos afundanços estão brutalmente espectaculares). NBA 2K14 é, sem sombra de dúvida, um hino ao basketball e o melhor jogo do género no mercado.
Gráficos: 8,8
Dificuldade em nos apercebermos por vezes de que é apenas um jogo. Jogadores de carne e osso digitais. Algumas imperfeições nos movimentos corporais de alguns jogadores.
Som: 9,0
Os melhores comentários de um jogo de desporto. Efeitos sonoros decentes e uma das melhores escolhas musicais de jogos de desporto, para quem goste de hip-hop. Ambiente em torno das 4 linhas frenético e excitante.
Jogabilidade: 8,5
Um analógico direito para toda a obra. Jogabilidade exigente mas recompensadora. Dinamismo, beleza e fluidez fazem de cada jogo um espectáculo.
Longevidade: 9,2
Uma carreira de basquetebolista não se faz apenas num dia.