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Análise MUD FIM Motocross World Championship (Playstation 3)

Foi recentemente lançado este MUD FIM Motocross World Championship, um titulo que tenta homenagear uma modalidade motorizada ainda algo pouco difundida por terras lusas mas, que presenteia-nos sempre com imagens de invulgar beleza e competitividade.

Com licenciamento de quase todas as equipas, corredores e pistas mundiais MUD FIM consegue trazer-nos um jogo emotivo, frenético mas, com algumas falhas que lhe tiram o brilho que poderia vir a ter.

Gráficos: 6.5

MUD apresenta um grafismo muito à medida da competição a que se refere. Com tonalidades onde o castanho da lama reina, consegue mostrar-nos algumas pistas com bastante detalhe e beleza. Desde lagoas, edifícios, obras, florestas, … o que rodeia as pistas encontra-se bastante credível. De realçar uma pista em terras lusas, Águeda para ser mais exacto.

Os terrenos por onde as motorizadas aceleram encontram-se tal como seria de esperar… esburacados, vincados, moldados pelas motos … e apresentam uma outra característica que faz deles uma mais-valia do jogo, que é o facto de se degradarem à medida que as motos passam. É importante e traz uma grande noção de realismo ao jogo.

O público mostra-se presente em toda a extensão e em todas as pistas mas duma forma muito limitada estática. O jogo merecia uma melhor audiência … mais emotiva, mais viva.

Por fim, mas mais importante, os pilotos e suas motorizadas. Apesar de semelhantes entre elas, as motas apresentam as suas faixas e pinturas individualizadas … pelo menos antes do final das corridas, altura em que se encontram totalmente carregadas de lama.

Um pormenor que apreciei durante o jogo foi precisamente o facto das motas se sujarem com a evolução da corrida mas por outro lado algumas situações estranhas ocorreram aqui ou ali, como por exemplo, por vezes as rodas ficarem sujas em pleno ar … ou de se limparem miraculosamente quando caímos na lama.

A presença de 84 pilotos oficiais de MX2 e MX1,apesar da ausência de MX3 eleva ainda mais o nível de realismo do jogo, onde se podem encontrar também as cores lusas, com Rui Gonçalves (Honda) em MX1 ou Paulo Alberto (Suzuki) em MX2.

Som: 6.5

Os sons das motos são demasiado semelhantes embora seja um pouco o que acontece na realidade. De resto, entre as de 250cc e as de 450cc notam-se bastante bem as diferenças de motor.

Quanto à banda sonora do jogo está minimamente adequada consistindo numa sonoridade alternativa a roçar o rock e o Metal.

Jogabilidade: 6.5

MUD FIM é um jogo que poder-se-ia pensar numa primeira instância que seria um simulador de Motocross mas a realidade é que caiu muito mais para o lado do arcade. Talvez numa tentativa de angariar tanto fãs da modalidade como outros jogadores, a equipa de desenvolvimento levou o jogo numa direção que não apreciei particularmente.

Basicamente temos 3 controlos para a condução: R2 para acelerar, L2 para travar e X para fazer os “scrubs” ou manobras aéreas, além dos analógicos para a direção e inclinação do piloto.

Não sendo necessariamente mau acaba por ser simples demais para quem esperava por outro nível de exigência, como por exemplo, mudanças, travões dianteiros, controlo sobre as pernas dos pilotos, …

No entanto MUD FIM apresenta dois buracos negros na sua jogabilidade que mina bastante a experiência de jogar.

Primeiro, a física das motos. A física imposta no jogo está algo pobre, quer seja nas colisões, quer seja na condução. As colisões estão irrealisticamente criadas e em diversas ocasiões podemos embater violentamente num adversário em pleno ar ou numa curva e não cairmos.

No entanto mesmo quando caímos, a sensação é, no mínimo estranha, pois o nosso respawn é feito no centro da pista e sem qualquer proteção contra os outros condutores, ou seja, podemos aparecer no meio da pista e levar logo com outro piloto em cima, ou então o oposto … irmos a conduzir e de repente aparecer-nos uma moto mesmo à frente.

Por outro lado, e conforme mencionei acima os movimentos, da mota acabam por ser também estranhos aqui ou ali. Como disse anteriormente, as pistas são moldadas pelas rodas das motas à medida que a competição evolui, e isso está deliciosamente recriada no jogo. No entanto, o comportamento das motos nesses declives ou irregularidades do terreno nem sempre é o mais realista havendo por momentos, alguns movimentos bastante irreais.

Mas, nem tudo é mau em MUD FIM e se há algo que a equipa de desenvolvimento conseguiu fazer e bem, foi recriar os saltos. Aqui ou ali existem diversas rampas onde podemos fazer saltos absolutamente brutais e visualmente perfeitos. Estas ocasiões são as melhores para usar o potente mecanismo de fotografias que o jogo nos oferece, capaz de criar grandes obras-primas.

Ainda quanto aos saltos, o jogo incita-nos a usarmos a técnica dos “scrubs” em alguns deles. Essa técnica, cujo objetivo é o de reduzir a perda de velocidade quando voltamos a cair no terreno consiste em pressionar o X quando saltamos e larga-lo imediatamente antes de tocar no chão. Consoante o timing do pressionar e largar do X é-nos atribuído uma nota ao salto e consoante essa nota ganhamos extra aceleração ou não.

Conduzir em MUD FIM é bastante complicado. O terreno é naturalmente difícil e a camara por trás da mota, nas curvas mais apertadas demora a colocar-se numa posição adequada o que dificulta um pouco a condução. No entanto, é um desafio entusiasmante e cativante, o de tentar dominar estes terrenos numa destas motorizadas.

No entanto não estamos sós durante uma corrida e os competidores comandados pela IA merecem nota de destaque. É claro que há alguns mais fracos e outros mais fortes mas nunca ficamos com uma grande sensação de que os mais fortes esperam por nós, ou que os mais fracos nos perseguem desesperadamente. Existe um bom equilíbrio com os condutores da IA.

Resumidamente, e no que toca à jogabilidade de MUD FIM, o jogo apresenta algumas falhas que não deveriam surgir da forma como surgem mas, acaba por se manter viciante mesmo assim, pois as mesmas diluem-se no decorrer duma corrida.

Longevidade: 7.0

MUD FIM consegue, apesar de algumas falhas graves na sua jogabilidade, apresentar-se mesmo assim bastante viciante e entusiasmante. Apresenta também um conjunto de modos de jogo que a isso ajuda, desde o MUD World Tour no qual começamos a nossa carreira e que através de corridas, eventos de truques aéreos, corridas de eliminação, …

Os principais modos de jogo são então, o Modo Official que apresenta 3 principais eventos: Quick Race, Championship e Monster Energy FIM MX of Nations (nas categorias de MX1 ou MX2). Existe ainda um Modo MUD World Tour mencionado acima, que apresenta as seguintes opções: Events (eventos mistos como corridas, por exemplo), Heroes (onde fazemos a gestão dos nossos pilotos além de compras de Upgrades), Quick Race, Monster energy Trick Battle que são competições de truques aéreos e Trick Shop (onde vemos os truques já aprendidos). Por fim, é claro que não podia faltar o modo Multiplayer, o qual permite competir com até 12 jogadores (ou com IA até perfazer esse total) em corridas simples e onde podemos fazer um Quick Match ou criarmos o nosso própria sessão, com base nas pistas do Sigleplayer.

Nota Final- 6,5

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MUD FIM Motocross World Championship é um jogo que deveria ter sido melhor trabalhado na sua área mais critica, a jogabilidade. Sendo um jogo de Motocross e que tenta homenagear essa modalidade seria de esperar que o mais trabalhado e realista fosse precisamente a condução das motas nos diversos terrenos que nos são apresentados. Não o é! Ainda consegue mostrar-se aqui ou ali algo exuberante, especialmente com os saltos e os “scrubs” mas os problemas não desaparecem e como tal, MUD FIM não consegue atingir um nível de excelência o que é pena, pois apresenta-se como um título com uma grande variedade de modos de jogo e com bastante potencial. World Tour, competições de saltos ou o Multiplayer conseguem agarrar o jogador aos comandos mas, por pouco tempo. É pena! Género: Condução Plataforma Analisada: Playstation 3 Outras Plataformas: Xbox 360, Windows Homepage: MUD FIM Motocross World Championship

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