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Análise Men of War: Assault Squad…

…What are your orders, Commander?

A 2ª Guerra Mundial já foi inúmeras vezes representada … ora por Shooters, ora por jogos de estratégia em tempo real, ou por turnos … enfim, já visitámos essa época da História Mundial por variadas vezes, o que poderia levar a crer que o pote está quase esgotado. No entanto, há algumas equipas que teimam em manter viva esse capitulo da nossa história colectiva e… ainda bem.

Assault Squad é a última expansão stand-alone para a série Men of War. Trazido até nós pela 1C Company, este Jogo de estratégia em tempo real, apresenta-nos a guerra tal como ela é … violenta, fria e mortífera. Espalhado por vários cenários mundiais, é possível pela primeira vez na sua história jogar com o Japão, além da Rússia, Alemanha, USA e Commonwealth.

A fasquia foi colocada bem alta desde o inicio para este Assault Squad, que aspirava a tornar-se num jogo exigente e intenso que conseguisse retratar bem o conflito nos seus mais variados cenários.

Será que conseguiu?? Será Assault Squad é um jogo para veteranos ou um jogo de meninos?

Gráficos- 8,7

Os gráficos de Assault Squad, são muito bons. Floresta, localidades, edifícios, destroços, rios, estradas, postos de controlo, … tudo com um nível de detalhe que coloca as edições anteriores uns valentes degraus abaixo na escada do realismo e da exuberância gráfica. Os efeitos de chuva, as sombras, encontram-se detalhes de excelência por todo o jogo. Convém indicar, e é um aspecto muito importante, que a quase totalidade de elementos presentes nos cenários é passível de ser destruída pelo poder devastador das armas.

Os soldados encontram-se também eles com modelos bem representados e com movimentos bastante fluidos. As Unidades encontram-se bem detalhadas e com pormenores interessantes. Consegue-se ver a diferenciação entre cada unidade e veiculo.

Os Veículos estão realisticamente representados com muito detalhe e com coerência com o que cada facção tinha na realidade. Armas fixas também coerentes e com efeitos muito bons.

Som- 7,9

O som em Assault Squad encontra-se bom. Encontra-se um pouco como se esperaria num jogo deste género.

Os efeitos das armas encontra-se bastante diferenciado e com efeitos bombásticos. As explosões encontram-me bastante boas, e a generalidade das armas tem o seu som próprio. Os veículos, os movimentos, … encontra-se aceitável e ajuda na criação de cenários bastante realistas.

Algo que é bastante importante para se conseguir criar uma maior imersão do jogador em plena acção, são as vozes dos soldados e essas, estão bastante boas e carregadas de emoção, além de tentarem reproduzir a língua correspondente ao cenário que se está a jogar. No entanto, as vozes da narrativa encontram-se fracas, inexpressivas e sem emoção.

Jogabilidade- 8,4

Nesta análise tenho de começar por um ponto menos bom do jogo, que foi a aparente desistência da equipa de desenvolvimento por um Modo Campanha, sendo substituído esse modo por um conjunto de Skirmishes (também existentes no Multiplayer). Talvez não seja um exagero afirmar que no modo singleplayer essa falta acaba por retirar um pouco daquela sensação de progresso que o jogador quer ter.

Assault Squad é um jogo muito bom no que concerne à jogabilidade. É do género Point-and-click, tradicional nestes tipos de jogos de estratégia em tempo real, e traz uma novidade que para nós não se revelou assim tão útil quanto isso, que é a possibilidade de se usarem as teclas direccionais do teclado para movimentar as tropas.

Em termos de controlos e comandos, Assault Squad apresenta praticamente tudo o que se pode esperar num titulo deste género. Aliás, até é capaz de trazer demais, e isso poderá assustar os jogadores mais casuais e com menos paciência para descobrirem um pouco sobre todas as opções e botões disponíveis. Cada soldado apresenta um inventário completo, onde pode carregar munições das suas armas, granadas, bombas de fumo, uniformes, pás, minhas, … e pode inclusive investigar, num sistema semelhante ao usado em alguns RPGs o que os camaradas caídos em batalha (e inimigos também) têm de forma a poder ficar com os despojos. É interessante esse aspecto e abre caminho a mais um capitulo de micro-gestão onde teremos de optar pelo que o nosso soldado leva ou tem de deixar ficar.

Pelo cenário existem também variadíssimos pontos de munições onde o sistema é o mesmo. Seleccionando o soldado respectivo, e passando com o cursor por cima desses pontos aparece o ícone de Ver e ao se clicar aparece o interface de recolha de items.

Durante o jogo encontrámos em certas ocasiões alguns problemas de pathfinding dos soldados quando sob fogo cerrado e os queríamos mover para posições com maior cobertura, lavando invariavelmente a que alguns deles morressem pelo caminho. Embora a morte esteja sempre presente em cenários de guerra, cremos ser dispensável ver um soldado morrer por passar pelo pior lado dum camião, ou morrer porque em vez de ir com o grupo se desviou duma árvore e foi dar a volta quase ao cenário completo.

Um aspecto bastante interessante e muito útil nas movimentações de tropas, são as previews que o cursor do rato nos mostra da disposição final dos soldados se dermos a ordem efectiva de deslocação. É extremamente útil pois podemos mover os soldados directamente para uma posição de cobertura com a certeza de que vão ficar bem posicionados e devidamente protegidos.

O ecrã de jogo encontra-se populado por inúmeras opções estratégicas que faz de Assault Squad um jogo bastante  intenso e exigente pois não há tempo a perder nas tomadas de decisão. É deveras importante planear em tempo real as acções a levar a cabo, pois o jogo não perdoa. Dar cobertura, avançar com cuidado, pedir reforços ou ataques (adquiridos através de pontos ganhos ao longo dos cenários), … torna-se imperativo.

Para os mais novatos nestas andanças e que queiram entrar pelo mundo em guerra de Assault Squad dentro, tornar-se-ia um pouco mais simples se quando se faz Pause no jogo, fosse possível executar ordens ou movimentos. Tal não acontece, o que faz com que os momentos de pause sejam para respirar fundo ou então para ver melhor as posições dos soldados e pontos estratégicos do mapa.

O sistema de aquisição de unidades ou ataques encontra-se bem criado e já não acontece o que sucedia na versão anterior, que era desinflação dos preços de determinadas unidades. Agora há que escolher sensatamente … qualidade ou quantidade … Não faltando armas pelo cenário, é no entanto importante gerir o consumo que cada soldado faz das suas munições, pois eventualmente podem acabar. No entanto, há sempre alternativas de armas fixas espalhadas pelo cenário, recolher armas de camaradas ou inimigos caídos….

Longevidade- 8,5

Assault Squad é um jogo bastante completo e que, quer em termos de singleplayer ou de multiplayer tem pano para mangas para dar.

O modo singleplayer, tal como foi dito baseia-se em determinados cenários (Skirmishes), mas tal não indica que seja um modo rápido e sensabor. Não senhor. São perto de 15 missões, cada qual dividida por secções que demoram o seu tempo a terminar. Mesmo com o nível de dificuldade no valor mais baixo.

O Multiplayer foi no entanto, onde a 1C Company apostou mais forte. Com 4 modos diferentes é altamente viciante, e pode-se considerar por isso a cereja em cima do bolo. 4 modos distintos:

A existência dum editor no jogo vem complementar ainda mais a experiência.

Nota Final- 8,4

Assault Squad é um bom jogo. Consegue recriar aquele ambiente intenso, frenético, quase asfixiante dum conflito armado, e por vezes também levar ao desespero. Tem uma forte componente estratégica na delineação dos melhores planos de acção e de chamamento de reforços e uma também forte presença de micro-gestão, quando nos vemos obrigados a gerir os nossos recursos de forma sensata.

Resumindo e respondendo à questão deixada em aberto no inicio do artigo, Assault Squad é um jogo exigente, e que dada a sua complexidade talvez seja mais virado para os veteranos nestas andanças.


Homepage: Men of War: Assault Squad
Plataforma: PC
Género: Estratégia em Tempo Real

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