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Análise London 2012 (Playstation 3)

Os Jogos Olímpicos chegaram ao fim recentemente e, apesar dos resultados das nossas cores tenham sido bastante modestos, acabámos por deixar novamente uma imagem de quem não desiste independentemente dos adversários ou das adversidades.

Este ano, o país que recebeu a Chama Olímpica foi o Reino Unido e Londres a cidade escolhida para as competições e a celebrar o evento foi lançado no final do mês passado o jogo comemorativo, London 2012, que apresenta algumas das modalidades envolvidas na capital britânica.

O Pplware teve a oportunidade de o testar.

Gráficos: 7.5

Devo começar este tópico pela apresentação do jogo, ou melhor, pela apresentação do Modo Jogos Olímpicos, que deve ser interpretado como o modo principal do jogo. Embora não tão esplendorosa como a cerimónia real, London 2012 apresenta-nos com uma apresentação estonteante e repleta de cor e brilho. É um autêntico mimo para a vista, sem dúvida.

Por falar em apresentação, os tanto os menus como os ecrãs de apresentação dos eventos e do próprio jogo em si, apresentam o lettering e os temas que a organização escolheu para o evento. Embora seja algo de esperar, pois o licenciamento do jogo é total, é algo a realçar essa atenção ao detalhe.

Por falar em licenciamentos, fiquei desiludido com a fraca (inexistente em alguns casos) representação e identificação dos atletas. Apesar dos atletas estarem bem representados em termos gráficos no geral, pode-se usar a famosa frase de que “qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência”.

Ultrapassado esse pequeno grande pormenor, temos de admitir no entanto, que o grafismo que envolve os atletas e os seus movimentos nas mais variadas competições se apresenta relativamente decente. As animações na sua generalidade encontram-se bastante decentes, apesar de, como veremos mais à frente, em alguns casos estejam demasiado mecanizadas.

As localizações onde se passa a acção estão muito boas e repletas de elementos que nos fazem mesmo pensar nos Jogos Olímpicos. Apesar de apenas mudarem as cores das bandeiras e outros pormenores nas bancadas e afins, o jogo acaba por nos criar uma boa representação do ambiente frenético e excitante dos Jogos Olímpicos.

 

Som: 7.0

Ready! Set! Go!

Este é um dos sons que mais vezes se ouviu em Londres durante o mês de Agosto e o mesmo acontece em London 2012.

London 2012 não é um assombro de qualidade musical. Aliás, nem seria suposto. London 2012 é um jogo de desporto e não mais que isso. De qualquer forma os efeitos sonoros mínimos exigidos estão garantidos e melhor ou pior, acabam por conseguir criar um bom ambiente para os jogos.

Pena, o facto do nosso hino ter tido um remake …

No decorrer dos eventos temos um duo de comentadores (antigos competidores, Seth Bennett e Allison Curbishley) que nos vão tentando informar do decorrer das competições e das nossas performances, complementando com alguns comentários mais ou menos técnicos sobre a prova em questão. Apesar de ser interessante, não cria uma maior excitação só por si.

Gostei particularmente das multidões e das suas reações às nossas performances.

 

Jogabilidade: 6.7

London 2012 é um jogo simples. Com controlos simplificados e fugindo da tendência de usar muitas combinações de botões em simultâneo, acaba, no entanto, por ser um pouco complexo por causa do facto óbvio de reproduzir muitas modalidades desportivas.

Creio contudo que convém mencionar primeiramente algo, que será uma das mais-valias de London 2012, que é o praticamente ter terminado o tempo do martelar maníaco dos botões para se ganhar uma corrida ou para se conseguir um bom resultado numa prova de natação.

Esse autêntico massacre dos botões, foi agora substituído por um várias mecânicas que passam por um sistema de cliques no botão X mas na cadência certa (nem muito rápido, nem muito lento), uso do analógico esquerdo para direcionar um atleta num mergulho por exemplo, e acima de tudo por um inteligente sistema de timing de pressão dos botões ou uso do analógico que possibilita melhores ou piores resultados.

Cada modalidade apresenta as suas características próprias e esse é o principal fator que o torna um pouco complexo, ao início.

Por exemplo, numa corrida 100 metros planos, temos de usar o X para a largada e depois usamos um pressionar cadenciado do mesmo botão, tentando manter a velocidade dentro dum limite verde (mostrado na forma duma barra vertical) e no final, para tentarmos ganhar alguns centímetros podemos usar o analógico esquerdo para esticar o pescoço junto da meta.

No entanto, para os saltos para a água, por exemplo, as coisas são diferentes. Começamos por escolher o tipo de salto a fazer e após a escolha temos de pressionar o X para iniciar o movimento. No ecrã (canto superior esquerdo) temos a indicação dos botões que vamos usar no salto e quando o movimento se inicia, temos de pressionar o botão respectivo na altura certa. Desde os saltos mais simples (apenas com necessidade de pressionar um único botão, que pode ser qualquer um) até aos mais complexos (podem exigir o uso de vários botões sequencialmente) temos no final de endireitar o(a) atleta para um contacto perfeito com a água. Ou seja, o uso dos botões varia de modalidade para modalidade.

Outro exemplo, o Lançamento da Vara. Inicia-se pressionando o X, e depois, um pouco tal como nas corridas, temos de pressionar o X duma forma equilibrada para ganhar velocidade, e ao se chagar a uma determinada altura temos de pressionar o mesmo X de forma contínua para indicar a força de arremesso final. Para terminar o lançamento temos de usar o analógico esquerdo para indicar o ângulo de lançamento da vara.

É assim. Cada modalidade é simples e fácil de interiorizar, mas para quem escolha o modo Jogos Olímpicos, ou entre num torneio online, tem de se lembrar bem dessas nuances de cada uma.

Mas o que realmente importa salientar é que o timing é crucial para todas as modalidades. Seja no momento de saltar no Triplo Salto, ou no momento de disparo da flecha no Tiro com Arco, o que é realmente mais importante é o timing das nossas acções.

Mais acima falei dos Saltos de Prancha para a Água e vou voltar atrás neste ponto, pois há algo que me desgostou bastante nesta modalidade. Como indiquei, após os movimentos do salto (pressionando os botões) temos de endireitar o atleta de forma a cair sem grande Splash na água. Ora esse momento de equilíbrio do atleta está em algumas ocasiões, absurdo. São inúmeras as vezes em que nos enganamos e começamos a endireita-lo para a direita enquanto deveria ser para a esquerda e assim mudamos a direção do analógico para a esquerda e o boneco faz um movimento e contramovimento absurdo no ar.

De qualquer forma, os movimentos dos atletas, acabam por estar minimamente decentes em quase todas as modalidades, embora um pouco mecanizados.

Uma outra modalidade que me decepcionou foi o Volley de Praia Feminino (apenas há o feminino) que está demasiado fraco em vários aspectos. Seja no serviço, seja na impossibilidade de escolher a melhor altura para atacar a bola para o campo adversário, seja na IA, enfim … bastante fraco.

Apesar da diversidade de modalidades existentes, notam-se algumas faltas de outras e nem falo das mais mediáticas como o futebol ou basketball, mas por exemplo, o arremesso do martelo ou o salto à vara não se encontrarem presentes.

Apesar de termos 3 níveis de dificuldades (Fácil, Médio e Difícil) este último encontra-se ao início bloqueado e é realmente urgente desbloqueá-lo o mais rapidamente possível, pois o jogo apresenta-se demasiado fácil. Aliás, numa das primeiras vezes que fiz o Lançamento da Vara bati o record Olímpico. E fica constantemente a ideia de que os adversários têm ataques de estupidez ou preguiça em competição, deixando-nos fartos de ganhar medalhas atrás de medalhas.

Existem 2 modos principais de jogo. O Modo Eventos, que nos permite jogar a qualquer uma das modalidades do jogo, a solo ou com amigos, e permite inclusive bater alguns recordes pessoais sem estarmos em competição olímpica e o Modo Jogos Olímpicos que tal como o nome indica, coloca-nos a disputar todas as modalidades simulando a própria competição.

Este último modo pode-se dizer que será o modo principal pois reproduz a própria competição dos Jogos Olímpicos. Basicamente, temos vários dias à nossa frente e em cada um há competições de várias modalidades. É-nos apresentada uma lista com todas as possíveis modalidades daquele dia das quais podemos escolher apenas duas. Após a sua escolha partimos para a competição e esta é dividida em duas partes. Primeiro temos de conseguir garantir a qualificação para a final, competindo com outros atletas pelas posições que nos dão o seu acesso. Após jogarmos a qualificação das 2 modalidades escolhidas passamos à Final de cada uma delas. É exactamente a mesma coisa mas, a dificuldade acresce um pouco na final. Mas não muito, infelizmente. Algo que me decepcionou foi o facto de apenas termos qualificações ou as finais e não podermos treinar antes. Bem sei que temos acesso ao tutorial, mas seria porreiro a inclusão da possibilidade de treinarmos.

Ao longo da competição vamos desbloqueando itens que podem ser equipados no nosso atleta ou então podemos ir desbloqueando Retrys que nos possibilitam voltar a tentar uma qualificação falhada, por exemplo.

Resumindo, London 2012 é um jogo que acaba por se tornar um pouco repetitivo ao longo do tempo, e que apresenta mais motivos para voltar a jogar com amigos do que a solo. A simplicidade exagerada com que nos oferece vitórias ao inicio acaba era escusada. No entanto, o interface implementado, ao conseguir eliminar alguns vícios chatos do passado acaba por ser um ponto forte.

 

Longevidade: 7.2

Além de podermos competir em plenos Jogos Olímpicos, a existência do Modo Eventos e Party ajudam e de que forma a aumentar a longevidade deste título.

Creio que o melhor é a parte competitiva com outros humanos, e seja local ou online é o ponto mais forte em que o jogo deveria ter apostado. E apostou.

No Online começa-se pela escolha do País que representamos (um dos estranhos apenas 30 disponíveis) e cujo ranking vamos ajudando com as nossas prestações online. Existe mesmo uma opção para ver o ranking de todos os países inscritos baseado nos resultados de todos os jogadores online. A ideia é engraçada e semelhante à usada pelo jogo FIFA 12.

De seguida saltamos para a competição. Há várias opções como jogar apenas uma única prova, entrar num torneio composto por várias modalidades e é um bom motivo para voltar a jogar London 2012.

Como curiosidade o facto de ter geralmente sido rápido a emparelhar com jogos online e raramente não ter encontrado adversários em número suficiente o que é sinal que o jogo está vivo no online.

 

Nota Final-7.0

[0…....10]

 

Gostei de London 2012, mesmo apesar das suas falhas. Tem algumas. Umas mais graves que outras mas, no computo geral acaba por sair por cima. Com particular ênfase no Online que poderia estar mais desenvolvido, London 2012 consegue bons momentos de competitividade saudável e a lutar pelas cores da nossa selecção. Com um interface bastante decente e um grafismo exuberante London 2012 é uma boa opção para os apreciadores da Competição Olímpica. Convém revelar a decepção pela falta de licenciamentos e de algumas modalidades. London 2012 pode não conseguir a medalha de Ouro, ou mesmo a de Prata mas, a de Bronze não lhe escapa!

Homepage: London 2012 – The Videogame
Género: Desporto Plataforma Analisada: Playstation 3 Outras Plataformas: Xbox 360, Windows PC


Homepage: London 2012

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