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Análise Invizimals: Reino Perdido (Playstation 3)

Com o passar dos anos e, desde o seu lançamento para a Playstation Portable que Inivizimals se tornaram sinónimo de … portabilidade, colecionismo e realidade aumentada.

Invizimals desde cedo obteve sucesso em redor do planeta e parte desse mesmo sucesso assenta num dos aspetos mais característicos do jogo, a Realidade Aumentada. Com o recurso à camara da PSP, o jogo permite aos jogadores interagir com o real, descobrindo em qualquer local e a qualquer momento algum destes pequenos seres que se encontram no meio de nós.

Com uma dinâmica de colecionismo, com centenas de Invizimals para capturar e colecionar, o sucesso foi tal que hoje em dia, há Invizimals em quase todas as plataformas. Até jogos de cartas existem nos tempos que correm.

Recentemente foram lançados dois jogos Invizimals, A Aliança e o Reino Perdido (ver aqui).

O Pplware já se aventurou pelo Mundo Perdido.

A história de Invizimals: Reino Perdido gira em redor de Hiro, um jovem explorador que descobriu um portal mágico que o transporta para o fantástico mundo dos Invizimals. O Reino Perdido encontra-se no entanto, sob ataque de uma horda de robots misteriosos.

E é assim que, com a ajuda de uma amiga que consegue comunicar com Hiro, o jogador segue numa demanda para derrotar esse exército de robôs que está a colocar os Invizimals em perigo.

A história de Reino Perdido é simples e sensaborona mas se tivermos em conta o público-alvo para o qual o jogo foi desenvolvido pela Magenta Software, acaba por não ser demasiado penalizadora.

Aliás, também a jogabilidade de Reino Perdido desde cedo faz esquecer a história principal.

Por volta desta altura o leitor estará a pensar algo do género … “vamos poder capturar muitos Invizimals?” ou então, “é preciso comprar uma camara para a Playstation 3?”.

A resposta a ambas as questões é simples …  não.

Realmente, pela primeira vez na série que Invizimals se afastam do conceito original do jogo, retirando a realidade aumentada da equação e transformando Reino Perdido num simples jogo de aventuras.

É claro que isto só por si não é obrigatoriamente negativo mas para os fãs mais acérrimos e tradicionais da série acaba por ser um duro soco no estomago.

Mas continuando …

Invizimals: Reino Perdido encontra-se estruturalmente dividido entre dois modos principais, o modo Battle e o modo História.

O primeiro e, tal como o nome indica, é um modo no qual podemos participar em combates multijogador. Tanto podemos entrar em combate com outros amigos da Playstation Network que tenham o jogo para a Playstation 3, como também com jogadores que tenham a Aliança para a Playstation Vita.

Como referi mais acima, o jogo é uma aventura na terceira pessoa, levando o jogador pelo exótico Reino Perdido e ultrapassando inúmeros puzzles e obstáculos que os quais nos vamos deparando.

A equipa da Magenta conseguiu criar um Reino Perdido bastante colorido e luxuriante apresentando grande atenção ao detalhe. As florestas, as ilhas, os lagos, os abismos ou as inúmeras criaturas que vamos encontrando no decorrer da aventura alimentam o jogo com diversidade e beleza. Creio, no entanto, que apenas lhe falta um pouco mais de vida e dinâmica em redor da ação.

Esteticamente o jogo de cores está bem conseguido, mesmo na transição das áreas, elas têm um “feel” diferente devido a estes contrastes, mesmo com algumas texturas que ficam muito longe de outros jogos do género.

Começamos com apenas um único Invizimal e à medida que vamos avançando na história, vamos desbloqueando (capturando) outros. A captura desses novos Invizimals é feita através de combates com uma dinâmica de Quick Time Events, nos quais o jogador tem de pressionar os botões corretos à medida que o jogo os pede. Não é nada de difícil nem uma vez que o jogo se orienta para um público-alvo mais novo, acaba por ser adequado.

Aos poucos e poucos vamos então aumentando a nossa legião de Invizimals o que para a criançada é mais um elemento moralizador e faz a ponte com a componente de colecionismo a que a série se encontra desde sempre ligada.

Conforme referi vamos então capturando cada vez mais Invizimals o que aumenta o leque de opções.

Cada Invizimal tem as suas capacidades e ataques próprios o que faz com que sejam mais ou menos adequados para determinadas secções da aventura. Por exemplo o Chupacabra permite voar/planar por breves momentos perfeito para ataques contra inimigos alados, o Ocelote permite escalar paredes como Lara Croft sendo perfeito para subir paredes, o Tigershark pode ficar mais tempo debaixo de água permitindo assim ultrapassar zonas inundadas…

Conforme mencionei, os Invizimals vão sendo desbloqueados à medida que avançamos no jogo e em momentos bastante cruciais. Cada Invizimal é desbloqueado imediatamente antes do aparecimento de obstáculos que só podem ser ultrapassados por esse mesmo Invizimal. Disto decorre uma certa falta de liberdade uma vez que o nosso caminho já se encontra forçosamente traçado.

Bem, mas como disse, cada Invizimal tem os seus poderes próprios mas o jogo permite-nos fazer Upgrade a cada Invizimal. Cada Invizimal tem as suas armas e vulnerabilidades e cabe ao jogador evoluí-los de forma a os tornar mais fortes. Temos no total até um limite de 8 Upgrades a fazer a cada um o que significa um suave início de uma componente estratégica.

Mais acima referi que o jogo se encontra repleto de Puzzles e obstáculos que têm de ser ultrapassados pelo jogador mas tenho de referir que o nível de dificuldade de cada um desses obstáculos é bastante baixo. O mesmo só é desculpável visto o jogo ser para crianças, mas por outro lado, impede que outro tipo de jogadores retire o mesmo prazer de jogar Reino Perdido.

Esses puzzles e obstáculos correspondem essencialmente a quebra-cabeças variados que envolvem roldanas, rodas, ações ordenadas e sincronizadas, saltos acrobáticos…

Os cenários, apesar de nos indicarem o caminho de forma mais ou menos direta têm bastantes salas escondidas que escondem muitos tesouros e, portanto créditos para melhorar os nossos Invizimals. Estas salas escondidas acabam por servir de motivação a que cada milímetro do cenário seja bem explorado.

Um dos pormenores que por mais que uma vez me chateou bastante foi o facto da camara, que não é controlada pelo jogador, teimar em se posicionar nem sempre da melhor forma para nos ajudar a ultrapassar alguns obstáculos. Se para nós, adultos é complicado, para os mais jovens pior ainda. Um exemplo desses ocorreu numa zona em que temos de usar o Panda para girar roldanas para que seja criada uma passadeira suspensa sobre um abismo. Até aqui tudo bem, mas o posicionamento da camara impede que se veja na perfeição uma das roldanas ao longe o que faz com que se perca algum tempo e paciência à sua procura.

Aliás, outro fator também me conseguiu retirar alguma paciência enquanto jogava Reino Perdido, os bloqueios. Aconteceram-me pelo menos duas ocasiões em que o meu Invizimal ficou preso numa barreira invisível, sendo necessário reiniciar o jogo.

Existem ainda alguns Invizimals que apesar de não serem nossos ou capturáveis, podemos controlar temporariamente, como por exemplo um Invizimal alado que nos permite voar entre duas secções de um nível.

O jogo é algo fácil o que pode ser explicado pelo facto de ser orientado para um público mais novo. Os comandos são simples e basicamente usamos os botões Circulo, Quadrado para ataques. Debaixo de água usamos o R1 e quadrado ou triangulo para controlar o Tigershark e fazê-lo ir mais ao fundo ou ao cimo.

Em abono da verdade, tenho de referir que a IA dos inimigos não é lá  … muito inteligente. Basicamente os robots atacam em hordas na nossa direcção e sem grande lógica ou estratégia. Mas … também não será o mais importante para uma criança de 7 anos ter um robot super inteligente com táticas e manhas complexas, certo?

Sinto-me obrigado a referir algo que me agradou bastante, o facto de o jogo estar localizado em português. Para um jogo orientado para um público mais novo é imperativo que o mesmo venha na sua língua.

Por fim, algo que me desiludiu um pouco. Com mais de 100 Invizimals conhecidos, é minimizador em demasia o facto de termos apenas acesso a 16 em Reino Perdido.

 

Nota Final- 7,0

[0…....10]

 

Invizimals: Reino Perdido ao passar de uma consola portátil para a Playstation 3 teve de fazer certos compromissos. Um deles foi o de mexer com a mecânica carismática da série de uso da Realidade Aumentada. Foi um risco que a Magenta Software e a Sony correram mas, em parte, foi um risco controlado. Ao transformar Invizimals num jogo de aventuras para a Playstation 3 (Playstation 4??) existe a real possibilidade de novos jogadores serem atraídos por este fascinante mundo e assim Reino Perdido acaba por ser uma entrada da série num novo patamar. O jogo em si é simples, fácil e apresenta alguns problemas mas, para o público alvo a que se destina acaba por garantir bastantes motivos de diversão. Com um mundo colorido e exótico e com 16 Invizimals para coleccionar, o Reino Perdido é uma boa aventura para acrescentar à lista de Natal.

 

Gráficos: 7,0

Um Reino Perdido colorido e onde só falta um pouco mais de acção e dinâmica em redor da acção. Modelos dos Invizimals perfeito. Robots demasiado semelhantes e sem … alma.

Som: 7,0

Localização para o português. Vozes dos personagens sem mágoa apesar de lhes faltar um pouco mais de risco no sentido de mais criancice ou mais brincadeiras. Creio que ficaria bem uma brincadeira de vez em quando.

Jogabilidade: 7,0

Mecânicas variadas e simples. O jogo é fácil de se aprender. Puzzles e obstáculos acessíveis ao publico alvo a que o jogo se destina. Bugs e bloqueios estranhos. Facilidade excessiva.

Longevidade: 7,0

Modo Campanha curto, acompanhado por um modo Battle que acrescenta mais alguns motivos para jogar.

 

Género: Aventura Plataforma Analisada:  Playstation 3 Homepage Invizimals: Reino Perdido

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