Pplware

Análise Game of Thrones (Playstation 4)

Por Ricardo Correia para o Pplware!

A Telltale Games, começou por ganhar prestígio e fans quando fez a sua versão vídeo-jogável baseada no universo de uma das séries televisivas e de comic books mais conhecidos mundialmente, The Walking Dead.

Com o sucesso comercial e crítico alcançado com a história de Lee e Clementine, o passo lógico seria naturalmente apostar na popularidade de outras séries.

E que série mais popular e que encaixe tão bem no formato episódico com que a Telltale conta as suas histórias, que Game Of Thrones?

O Pplware já teve a oportunidade de explorar Game of Thrones e de viajar até às Westeros!

São seis os episódios em que vamos controlar e decidir o destino dos membros da Casa Forrester, aliados da Casa Stark, conhecidos nos Sete Reinos pela sua perícia no trabalho e uso de Ironwood em seu benefício.

A Casa Forrester, apesar de existir menções na obra de George Martin, não chega a ter um papel relevante na história, e na série não me recordo de todo de qualquer alusão a esta.

Contudo é interessante ver o desenrolar da narrativa na perspectiva de uma casa menor, que introduz personagens com os quais o jogador consegue facilmente simpatizar e sentir afinidade.

A história, como em qualquer jogo da Telltale Games, é o seu ponto mais forte. A introdução da Casa Forrester é feita num dos momentos mais marcantes da série, o casamento entre Robb Stark e Talisa Stark, conhecido como “The Red Wedding”.

A história do jogo tem os seus altos e baixos, um pouco à imagem da série da HBO, num momento desejamos parar de jogar com o tédio acumulado de conversas banais e irrelevantes, como noutro ficamos presos ao monitor porque temos que ver o que acontece a seguir, com momentos de tensão e de decisões cruciais que temos que tomar em segundos.

Fazer um jogo imersivo, apesar dos visuais datados (já lá vamos…), é algo que a Telltale consegue fazer bem e em Game Of Thrones essa tradição mantém-se.

A jogabilidade é a clássica receita dos jogos da Telltale, com quick time events e um cursor para interagirmos com o ambiente e personagens. Na interação com alguns personagens vamos fazer escolhas que à primeira vista não são relevantes, como enviar um ladrão para a muralha ou falsificar uma carta, mas que vão definitivamente ter impacto noutros episódios.

Se é verdade que as nossas escolhas influenciam o desenrolar da história, não é menos verdade que algumas situações acontecem independentemente das nossas escolhas, e em algumas destas dá a sensação de que conseguíamos alterar o destino, mas ao repetir o mesmo cenário, com escolhas diferentes, o resultado acabaria por ser sempre o mesmo.

A série tem valores de produção altíssimos, com cenários de fazer cair os queixos, vestidos extraordinários, caracterização espectacular, e o motor usado pela Telltale simplesmente não está ao nível do que é esperado, a série tem um tom maduro, quer na violência, quer nos momentos mais íntimos, algo que o jogo nunca consegue capturar com o aspecto “cartoonesco”.

Ao longo da minha sessão com o jogo deparei com alguns problemas, como não aparecer as conversas, arrastamento nos quick time events que me fez repetir alguns cenários, ou o som ambiente simplesmente desaparecer.

O que posso dizer de positivo, é que os personagens que existem na série e no jogo são vocalizados pelos respectivos actores.


Veredicto

Game Of Thrones merece ser jogado, apesar dos visuais datados e de alguns problemas técnicos, a história que a Telltale criou, encaixa perfeitamente com a série e deixa algumas pontas soltas para uma futura temporada. Se gostam da série ou dos livros, não podem deixar passar este jogo ao lado.

Exit mobile version