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Análise Fort Solis (Playstation 5)

Os estúdios britânicos Fallen Leaf, lançaram no final do mês passado, Fort Solis, um thriller passado na superfície do planeta vermelho, Marte. Trata-se de um pequeno estúdio sediado em Liverpool e que vê Fort Solis como o seu primeiro grande projeto. Já tivemos o prazer de experimentar o jogo para a Playstation 5.


O pequeno estúdio Fallen Leaf, sediado na emblemática cidade inglesa de Liverpool, lançou no final do mês passado Fort Solis, o seu primeiro grande projeto.

Trata-se de um thriller de ficção cientifica, com uma perspectiva na primeira pessoa e que decorre na superfície de Marte.

Inicialmente, o jogador controla Jack Leary, um membro de manutenção da companhia que explora instalações cientificas na superfície do Planeta Vermelho. Enquanto procede a reparações, Jack recebe uma estranha mensagem de socorro dum posto de research, Fort Solis.

Deixando a sua companheira para trás, Jack vai até ao posto tentar descobrir o porquê da estranha mensagem e depara-se com um cenário inesperado. As instalações encontram-se totalmente desertas, sem vivalma, ou qualquer indicio sobre o que possa ter acontecido.

Com a aproximação de uma tempestade (características do planeta Vermelho), Jack vai ter de explorar as instalações em procura de pistas. Instalações essas que são bastante grandes, compondo-se por vários blocos, alguns deles ligados por tuneis, outros apenas pela superfície. Algo semelhante às instalações onde decorre a ação de Aliens 2.

Graficamente, as instalações de Fort Solis encontram-se bastante bem detalhadas e com um nível de detalhe bastante interessante. Apesar de se tratar de instalações aparentemente abandonadas, existe uma clara sensação de conteúdo. De contexto e o aspeto gráfico ajuda muito nesse aspeto.

Os ambientes exteriores serão talvez, os menos detalhados e mais descurados. No entanto, não pode ser considerado muito problemático, até mesmo porque a grande maioria do jogo decorre no interior das instalações.

Tal como a vertente sonora o faz e, além da banda sonora que tem a sua quota parte de responsabilidade em criar o ambiente perfeito, também (e principalmente) o trabalho dos atores tem de ser reconhecido.

Com efeito, o trabalho dos atores está simplesmente irrepreensível e, uma vez que passamos grande parte do jogo a ouvir audio recordings e video tapes, isso reflete-se no jogo com uma tremenda dose de autenticidade.

A equipa foi buscar para dar vozes aos protagonistas principais nomes como Roger Clark, que trabalho em Read Dead Redemption 2 como Jack Leary, Julia Brown como a colega de Jack Jessica Appleton ou Troy Baker dando voz a Wyatt Taylor.

Tal como podem facilmente entender, Fort Solis tinha um potencial enorme, para poder se vir a apresentar como um thriller de eleição. E em certa medida, consegue-o. Mas, infelizmente acaba por ser minado por alguns problemas técnicos que o impossibilitam de ir mais além.

E um desses grandes problemas é precisamente o movimento dos personagens. De uma forma um pouco incompreensível, trata-se de um movimento lento, desconjuntado e desconexo. O nosso personagem move-se de uma forma muito automática e, pior que isso, é sempre ao mesmo ritmo. O movimento, por vezes é tão inexato, que quase dá a ideia de que não acata as instruções do jogador.

Num jogo que apresenta alguns momentos de tensão, nos quais poderia ser interessante termos a possibilidade de correr para fugir ou fazer algo mais rapidamente, é incompreensível que o nosso personagem se desloque sempre ao mesmo ritmo.

No entanto, em algumas ocasiões, existem animações nas quais podemos ver o nosso personagem a saltar ou correr e não deixa de ser estranho que, no decorrer da ação, não possamos fazer o mesmo. Pelo menos andar a passo largo, até mesmo porque precisamos de percorrer muitos corredores e espaços amplos.

Contudo, existem algumas boas ideias que a equipa dos Fallen Lead implementou como, por exemplo, o desbloqueio de pens encriptadas, ou algumas secções de escalada. Tratam-se de alguns momentos em que saímos da rotina de percorrer (devagarinho) as instalações, explorar tudo e mais alguma coisa e ver vídeo logs e traz alguns momentos diferentes à experiência do jogo. São, no entanto, poucos e espaçados, caindo o jogo novamente na rotina lenta e algo entediante.

Como referi, no decorrer da aventura pela descoberta da verdade vamos tendo uma ajuda preciosa da parte dos vários cientistas que operavam em Fort Solis, e que agora se encontram desaparecidos. Isto, porque foram deixando pistas através de audio files e gravações de vídeo, que se tornam extremamente importantes para perceber a história e em muitos casos para desbloquear situações e bloqueios.

Tratam-se de registos que, ora são praticamente supérfluos e apenas com interesse relativo, a outros mais importantes e cruciais, daí que ser importante ouvi-los e vê-los todos e até ao fim.

Seja como for, o clima de tensão e mistério acaba por se ir adensando até ao fim.

E por falar em fim, tenho de confessar que o final foi um pouco anticlímax e não tão entusiasmante como estaria à espera. Mas atenção! Esta é uma observação meramente pessoal.

Um aspeto curioso, prende-se com o facto de grande parte de Fort Solis ter sido desenvolvido em plena pandemia de COVID. Não deixa de ser curioso, uma vez que o ambiente do jogo assenta maioritariamente numa sensação de grande solidão e quase claustrofobia.


Os estúdios Fallen Leaf, como indiquei inicialmente, são estúdios recentes e de pequena dimensão e Fort Solis acaba por ser um projeto um pouco à sua dimensão. O potencial do jogo era enorme mas, devido a vários fatores, acabou por ficar um pouco a meio caminho.

É uma experiência interessante e que tem momentos altos de tensão e adrenalina, com um elenco de atores cujos trabalhos transmite muita autenticidade ao jogo mas, falha em alguns capítulos importantes quando se quer prender os jogadores a um jogo deste género.

Fort Solis não se trata de um mau jogo mas, a sensação com que se fica é que poderia ter sido bem melhor. Eventualmente com mais tempo…

Fort Solis (Playstation 5)

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