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Análise FIFA 13 (Playstation 3)

Todos os anos é a mesma coisa… e ainda bem. Com o arranque dos campeonatos oficiais de futebol dos principais países, é iniciada também uma outra competição, a do melhor jogo de futebol.

Este ano o combate mostra-se renhido, principalmente porque o principal adversário de FIFA, Pro Evolution Soccer 2013, recuperou finalmente a sua grande forma.

Assim sendo, com a concorrência a apertar, FIFA não se quer deixar ficar para atrás e com mais de 4,5 milhões de cópias vendidas em mais de 40 países de todo o Mundo por altura do seu lançamento, indica que está em boa forma também.

Batendo records sucessivos, FIFA 13 já marcou posição no panorama internacional e a sua mais recente marca foi estabelecida em 30 de Setembro, quando mais de 800.000 jogadores estiveram em simultâneo a jogar FIFA 13. Isto segundo números indicados pela marca. É obra, sim senhor.

Mas será que FIFA 13 estará assim mesmo tão bom?

Gráficos:  9,3

Graficamente FIFA 13 está um mimo. Os estádios, os jogadores, até os diversos ecrãs entre os jogos… tudo em FIFA apresenta um grafismo simplesmente excelente. O ambiente dentro dos estádios está fervoroso como nunca mas nota-se aqui uma certa disparidade. Apesar do público estar quase sempre muito bem criado e animado, nas repetições dos lances e nos festejos de golos vê-se um pobre textura que contrabalança com o resto do jogo.

Uma das curiosidades de FIFA 13 relaciona-se com um esforço que a equipa de desenvolvimento fez no sentido de dar um pouco mais de emotividade aos jogadores, nomeadamente quando entram em campo. No entanto, apesar da boa ideia, essas animações são repetitivas e por vezes estranhas, com alguns jogadores.

De resto, apenas a referir alguns glitches a que a série FIFA já nos habituou (não, ainda não se descobriu mais nenhum festejo mais efusivo de Andy Carroll).

Por fim, as repetições estão deliciosas. Apesar de se sentir um pouco de lag, conseguem ser momentos de puro deleite e comparo-as na sua beleza, aos replays de Gran Turismo 5 ou Forza Horizon (em análise).

 

Som:  9,2

O que dizer de FIFA no que toca ao som e efeitos sonoros além de que está … à la FIFA. Quem jogou a edição do ano passado, certamente sabe ao que me refiro.

A banda sonora repleta de músicas conhecidas do panorama actual musical, os efeitos sonoros dos estádios, os cânticos, … a única coisa que pontualmente fica a destoar são mesmo os comentários por vezes desapropriados dos comentadores oficiais do jogo (Hélder Conduto e David Carvalho). Suspeito mesmo que os comentários da edição de 2012 foram reaproveitados para esta edição.

 

Jogabilidade: 9,4

Este é um dos capítulos principais nos quais a série FIFA se destacou nos últimos anos do seu opositor. Com uma jogabilidade mais solta de vícios e de scripting, FIFA lançou-se numa nova era, especialmente a partir da edição de 2010 na qual a física dos jogadores, a física da bola, a total liberdade de movimentos (quer nossa, quer da IA)  se encontram mais realistas que nunca.

FIFA 13 está novamente a um nível excepcional  Aliás, diria mesmo que FIFA 13 conseguiu ir mais além nesse capítulo ao qual dou tanta atenção, que é o controlo de bola e a física da redondinha.

Foi com extrema satisfação que reparei que FIFA 13 traz-nos uma física da bola bastante melhorada em relação à anterior versão. Isto no que toca aos ressaltos, passes e recepções de bola. Está mais solta e não tão presa aos pés. No entanto, e de forma inesperada, alguns desses ressaltos apresentam-se por vezes, demasiadamente irrealistas e com mudanças de direcção estranhas.

Grande parte da responsabilidade pertence ao novíssimo First Touch Control, através do qual todo o sistema de recepção e toque de bola é controlado. Mediante as características de cada jogador, as suas recepções,  os seus passes, os seus remates, os seus dribles são agora mais credíveis e realistas e o controlo da bola parece intimamente relacionado com a técnica de cada jogador. Um jogador menos dotado tecnicamente quando recebe uma bola tem maiores probabilidades de fazer uma recepção deficiente e dar assim ao adversário uma nesga de oportunidade para tentar recuperar o esférico. Isso é importante pois, como todos sabemos a recepção é uma das principais bases de se jogar à bola.

Num jogo de futebol há contactos, certo? E em FIFA 13 houve um refinamento do Motor de Colisão que tantos elogios recebeu no passado (e algumas gargalhadas também com alguns bugs). Com esta afinação do Motor de Colisão, passa a haver mais formas de contactos e mais resultados visíveis desses mesmos contactos. Apesar de ainda subsistirem algumas situações caricatas e mais estranhas, a física dos jogadores nota-se que está melhor.

A própria compleição física dum jogador toma agora maior importância em FIFA 13, especialmente no jogo defensivo. Um jogador que seja forte fisicamente, luta duma forma mais aguerrida pela posse da bola e usa com maior frequência os braços e o corpo para ganhar posição. Novamente, nota-se aqui a preocupação dos responsáveis da EA Sports em atenderem a pormenores do jogo, que são extremamente importantes.

Com estas inclusões todas que temos vindo a anunciar o jogo ganhou uma maior fluidez mas, estranhamento acaba por se tornar mais simplificado no atingir da área adversária. Excepto quando jogamos contra outros jogadores, ou então contra equipas muito fortes torna-se demasiado fácil chegar à área adversária. Nota-se que falta uma maior disciplina táctica que, por exemplo, PES 2013 tem duma forma mais realista ainda, e que torna as defesas mais difíceis de romper.

Contudo, marcar golo é outra história e não pensem que são favas contadas.

Por outro lado a Inteligência Artificial dos jogadores, tanto colegas como adversários, nota-se que foi bastante melhorada. Pode-se ver nitidamente que os jogadores, consoante as suas características, têm uma maior ou menor tendência para procurar ou preencher espaços (consoante estejam no ataque ou defesa), sabem quando pressionar mais e melhor, arriscam o remate ou o passe de ruptura ou o drible…

O sistema de fintas e dribling, conforme mencionei foi também ele melhorado e encontra-se cada vez mais diversificado, sendo extremamente gratificante quando conseguimos tirar um “coelho da cartola”. No entanto, continua a depender, tal como em FIFA 12, do timing… aliás, tanto em lances atacantes, como defensivos, o aspecto mais importante é o timing.

Defensivamente, o enfoque não se encontra tanto no carrinho ou corte mas, na pressão e no controlo do adversário.

Uma das novas melhorias implementadas em FIFA 13 encontra-se no Sistema de Treinos. Além da, já tradicional Arena onde podemos treinar livremente movimentos, remates ou defesas temos este ano a inclusão dos Jogos de Perícia onde treinamos determinadas áreas especificas do jogo.

Trata-se duma implementação bem-vinda pois permite duma forma divertida e intuitiva, mostrar-nos alguns dos truques que FIFA 13 tem na manga, como por exemplo, o domínio do esférico, o drible, como rematar, marcação de livres e penaltis  cruzamentos com ou sem ajuda, uso do sistema de controlo total da bola sem ajudas,…

Uma das coisas que gostei de ver no jogo são as reposições de bola ao solo quando um jogador se lesiona e o árbitro interrompe a partida.

À medida que vamos jogando online ou offline, vamos adquirindo créditos. Créditos esses, que são importantes para adquirir todo um conjunto de itens (alguns mais importantes que outros) na opção de Catálogo em EA Sports Football Club. Por exemplo, podem ser adquiridas novas celebrações, novos acessórios, equipamentos de treino, bolas… Cada um destes itens e equipamentos tem algumas vantagens específicas, como por exemplo, umas chuteiras podem adicionar certos valores ao remate do nosso profissional.

Outra funcionalidade que foi alvo de melhorias e bastante agradáveis foi a EA Sports Football Club que agora se tornou num centro desportivo em tempo real, onde se unem os mundos do virtual e do real.

Basicamente continuam a existir os Modos Desafio nos quais temos um determinado cenário para completar, como por exemplo empatar 4-4 com a Suécia em casa da Alemanha, estando a perder 4-0 no momento em que pegamos no jogo.

Uma adição de realce e bastante interessante é a dos Jogos da Jornada. Nestes desafios podemos jogar os principais derbys que se avizinham na próxima jornada real.

FIFA 13 oferece mais uma vez, a oportunidade de competirem no FIFA Interactive World Cup que nos dá a oportunidade de vermos até que ponto somos bons no seio da comunidade FIFA.

Por outro lado, o Modo Ultimate Team continua a ser um dos modos mais populares e viciantes, com bastantes razões para tal. É um autêntico jogo, dentro do jogo e desta vez recebeu um tratamento de imagem, com uma revitalização do interface e algumas novidades nas suas opções.

 

Longevidade: 9,2

Os modos tradicionais de FIFA encontram-se presentes e, verdade seja dita, é muito para uma pessoa só. Jogar um Jogo amigável contra o computador ou  entrar numa competição 2×2 com amigos, jogar para o Modo Épocas e ir evoluindo de divisão, passar pelo Ultimate Team e desafiar a Team da semana ou entrar num torneio online, encetar uma carreira como jogador ou então como treinador (e agora poder ser seleccionador nacional) …. FIFA 13 tem mais para oferecer que certos restaurantes. É um luxo mas … atenção que começa a sentir-se a sensação de estagnação.

Há, no entanto um problema que a Electronic Arts ainda não conseguiu resolver e que já vem de outras ediçõe, que é o problema das conexões aos jogos multiplayer. Apesar de haverem milhares de jogadores online a qualquer momento (parte do problema estará aí??), continuam a haver problemas em, primeiro se conseguir uma ligação estável e depois, em mantê-la até ao final duma partida. São bastantes  as vezes em que a ligação cai antes do jogo, ou que se fica pendurado à espera de adversário, sem se poder cancelar e voltar ao ecrã anterior.

 

Nota Final- 9,3

[0…....10]

 

Comecei esta análise depois de ter terminado a de Pro Evolution Soccer 2013 e, por força da franca melhoria de PES em relação à edição do ano passado, suspeitei de imediato que a luta este ano estaria bem renhida entre estes dois pesos pesados dos videojogos. E com razão. Este ano estamos perante o regresso da saudável competitividade entre estes dois monstros das consolas (e não só).

Apesar do equilíbrio, FIFA consegue ganhar vantagem, em alguns aspectos como por exemplo a sua luxuriante e elaborada jogabilidade que apresenta, bem como pelos diversos modos de jogo que disponibiliza aos jogadores. Com uma física dos jogadores e da bola mais física  o realismo só tem a ganhar e com isso as partidas tornam-se verdadeiras partidas de futebol. Seja sozinho, acompanhado ou online, FIFA apresenta-se ao mais alto nível em parte devido à inclusão de novidades importantes, quer na sua jogabilidade, quer nos seus modos de jogo ou mesmo na sua interacção com o mundo real. Começa, no entanto, a criar-se a dúvida acerca do futuro para FIFA, pois o ritmo de aparecimento de novidades começa a abrandar passo.

Rapidamente essa dúvida se esfumaça quando começamos uma nova partida, pelo que FIFA 13 continua a merecer o titulo de melhor jogo de futebol da actualidade.

Homepage FIFA 13 Género: Futebol Plataforma Analisada: Playstation 3 Outras Plataformas:  Xbox 360, PlayStation Vita, Wii, Wii U, Windows PC, PlayStation 2, Nintendo 3DS, PSP (PlayStation Portable), iPhone, iPad, iPod Touch e outras plataformas móveis

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