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Análise Fallout 4 (Playstation 4)

A entrada na nova geração por parte da Bethesda Game Studios não poderia ser com um nome mais sonante que o do famoso RPG (Role Playing Game) pós-apocalíptico, Fallout. O quinto título da série vê a luz do dia cinco anos após o último jogo (Fallout: New Vegas) e cinco meses após o seu anúncio na E3 de 2015.

A série tem uma legião de fãs enorme e a expetativa e hype gerado para este novo capítulo foram aumentando exponencialmente com a aproximação da data de lançamento. E não é para menos, os anteriores foram marcos das suas respetivas gerações e espera-se que Fallout 4 também o seja.

Resta descobrir se todo esse hype foi justificado e se as promessas da Bethesda para este novo capítulo da série pós-apocalíptica foram cumpridas.

Em Fallout 4 somos o membro de uma pequena família com um recém-nascido que vive pacificamente em Sanctuary Hills. Por ironia do destino (ou não…) somos convidados a participar no programa de preservação humana da Vault-Tec, cinco minutos antes de começar uma guerra nuclear entre algumas poderosas nações do mundo.

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Como nem tudo é o que parece, rapidamente o Vault 111, o nosso novo lar e abrigo, revela-se ser nada mais, nada menos, que uma experiência para descobrir os efeitos da criopreservação nos humanos. Os acontecimentos desta experiencia são devastadores para o nosso personagem. O nosso cônjuge foi violentamente assassinado e o nosso filho raptado, como se não bastasse, descobrimos que somos o único sobrevivente do Vault 111 e que estivemos em criopreservação mais de 200 anos.

Ao deixar o Vault deparamo-nos com a devastação e efeitos nucleares no mundo e em especial no nosso antigo lar. Casas e carros destruídos, radioatividade na água e alimentos, e insetos gigantes que agora habitam no que era anteriormente uma localidade pacífica.

A única realidade que acalma e motiva que o nosso personagem, após o terror encontrado, é a ínfima possibilidade de o seu filho estar vivo.

 

O mote para Fallout 4 está dado, a história é intrigante o suficiente para vos motivar na jornada que se avizinha. Vão encontrar um mundo rico em personagens e quests, alguns com mais revelações importantes para a história principal que outros. Independentemente da importância, é sempre intrigante tentar saber o que se passou no mundo durante 200 anos, através do contacto com diferentes personagens e diferentes locais. Todos têm uma história por contar, ou problemas para resolver. E o desfecho desses problemas vai sobretudo depender das vossas escolhas.

Um dos problemas com que me deparei no início foi num confronto entre uma senhora e dois membros dos Wolfgang. O gangue queria o dinheiro das drogas que tinha dado ao filho da senhora, e a senhora não queria pagar. Tive de decidir o desfecho deste conflito. Ou ajudava a senhora ou os membros do gangue. Tento sempre resolver os problemas sem recorrer à violência, como tinha o nível de carisma elevado consegui fazer com que o gangue fugisse com medo do que eu fosse capaz de lhes fazer, não sem antes lhes ficar sem todo o dinheiro.

Fallout 4 segue na linhagem dos Fallout da geração passada, Fallout 3 e Fallout: New Vegas, podendo ser jogado tanto na primeira como na terceira pessoa.

 

No início do jogo customizamos o nosso personagem, a cara, o sexo e a compleição física. Tenham em consideração que ao contrário dos anteriores a vossa cara é visível nas conversações com outros personagens. Mas não se preocupem se após algum tempo não gostarem do aspeto do vosso personagem, existem npc’s em determinados locais que permitem alterar a vossa aparência.

A famosa S.P.E.C.I.A.L. skill tree de Fallout contínua imaculada. Temos as habilidades básicas: strength (força), perception (perceção), endurance (resistência), charisma (carisma), intelligence (inteligência), agility (agilidade) e luck (sorte). Cada vez que sobem de nível com a experiencia adquirida, podem adicionar um ponto a uma destas habilidades. Conforme o vosso nível nestas habilidades básicas vão desbloqueando outras habilidades especiais para melhorarem o vosso personagem. Por exemplo, se aumentarem a agilidade podem desbloquear a habilidade gunslinger que aumenta o dano de pistolas em 20%.

O Pip-boy é uma imagem de marca de Fallout, e não podia faltar a sua integração nesta iteração, o vosso computador pessoal que usam em volta do braço, é uma ferramenta útil, onde vão passar parte do vosso tempo a gerir o inventário, ver o mapa, ver as vossas estatísticas, ouvir rádio e até usar como lanterna.

Uma das promessas da Bethesda para Fallout 4 foi no melhoramento das mecânicas de combate, beneficiando para isso da experiencia da Id Software na área. O controlo das armas é  pouco melhor do que era em Fallout: New Vegas, mas em abono da verdade, é suficiente para não dependermos constantemente do sistema V.A.T.S.

 

O sistema V.A.T.S. (Vault-Tec Assisted Targeting System) continua a ser a principal arma no nosso vasto arsenal. Este sistema permite abrandar o jogo e escolher que inimigos e que partes do corpo destes queremos atingir.

São inúmeras as armas que vamos encontrando e adicionando ao nosso arsenal, pistolas, caçadeiras, metralhadoras, granadas, minas, lança rocket’s, armas laser e muitas mais. Há de tudo para todos os gostos. Convém terem sempre vários tipos diferentes no inventário, uma vez que algumas armas são mais eficazes que outras, mediante o tipo de inimigo que estão a enfrentar.

A degradação das armas foi característica abandonada, algo que vou sentir falta, uma vez que fazia os combates serem mais intensos e imprevisíveis quando a nossa arma ficava inutilizável.

As armas e armaduras podem ser melhoradas com várias modificações. Podemos aumentar a precisão das armas, a estabilidade, o dano, as balas nos carregadores, adicionar silenciadores, etc. Estas modificações para além de geralmente serem encontradas nos inimigos ou cofres, também podem ser fabricados, se possuírem os materiais necessários.

Os companheiros também estão de volta, o primeiro que vão encontrar é o cão apelidado de Dogmeat, que é útil para vos alertar para coisas que vos tenham escapado à primeira vista ou para distrair inimigos em batalha. E também é bom para vos carregar materiais, e acreditem quando digo que dá imenso jeito.

 

Outra mudança foi no sistema de diálogo. O nosso personagem tem finalmente voz, e durante os diálogos podemos observar a sua cara, algo inédito na série. Agora temos uma roda com quatro hipóteses de resposta de cada vez. É muito mais simples que a lista de frases completas dos jogos anteriores, o que acontece por vezes é que as respostas dadas pelo nosso personagem não estão muito de acordo com as opções que dispúnhamos.

A gestão de settlements é vos introduzido quase no principio do jogo e vai ser o vosso pequeno refugio em Commonswealth.

Imaginem um The Sims Fallout Edition, onde temos os nossos aliados e temos de lhes construir abrigo, fortificações, defesas, fazer plantações e contruir filtros de água. O modo de construção é de fácil compreensão, têm uma lista com os diferentes tipos de estruturas disponíveis e depois a lista das estruturas em si que podem colocar no vosso settlement. Estas construções precisam de diferentes materiais para poderem ser contruídas, como por exemplo: madeira, circuitos, metal, etc.

Por vezes vamos ter a ameaça de intrusos, que podem ir de simples raiders a super mutantes. Por isso convém terem a vossa colónia bem protegida, com todo o tipo de armadilhas, cercas e turrets.

Só esta mecânica é capaz de vos fazer perder horas e horas de customização. Simplesmente adorei cada segundo que usei para fortalecer e deixar o settlement como queria.

Visualmente deixa um sentimento agridoce, se por um lado tem melhor aspeto que os anteriores, por outro não deixa de saber a pouco. Os modelos tê obviamente mais detalhe que os anteriores, mas deixam-me desiludido quando comparamos com outros jogos open-world desta geração, como por exemplo: The Witcher 3.

As animações parecem ser recicladas diretamente dos jogos anteriores, que já de si eram bastante pobres quando comparadas com jogos da geração transata.

Tecnicamente é bastante fraco, a framerate não é estável e as quebras são mais frequentes do que a Bethesda está disposta a admitir, mesmo quando não parece estar a acontecer no ecrã algo que leve a essas quebras. Os loadings também são bastante longos após uma viagem rápida ou uma morte.

Também tive o azar de ter alguns saves corrompidos, bugs nos diálogos e quests que se tornaram impossíveis de completar.

Veredicto

Fallout 4 é sem dúvida um dos melhores jogos deste ano e um sério candidato ao prémio de jogo do ano, mas os problemas técnicos do jogo de momento são graves e a Bethesda Game Studios já tem um cadastro longo neste género de problemas, o que me deixa apreensivo para os próximos jogos deste estúdio. Apesar disso o jogo é fantástico, é imenso, divertido, viciante, e o enredo do jogo consegue deixar-vos cativados até ao fim da vossa jornada. O destino de Commonswealth está nas vossas mãos!

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