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Análise Dragon Age: Inquisition (Playstation 3)

Dragon Age foi, no longínquo ano de 2009, uma lufada de ar fresco para os RPGs assentando os seus pontos fortes, precisamente naquilo que os RPGs devem centrar as suas atenções: enredo forte, personagens densas e vivas, e uma jogabilidade equilibrada entre mecânicas de acção e de aventura, bem como uma grande dose de aventura e exploração.

5 anos após o lançamento do primeiro jogo da série, que pessoalmente coloco ao mesmo nível de jogos como Neverwinter Nights ou (o anda mais velhinho) Dungeon Siege, a Bioware lançou Dragon Age: Inquisition.

Esta terceira incursão de Dragon Age surge assim, não só para PCs, Playstation 3 e Xbox 360 como também para as consolas de Última Geração (Xbox One e Playstation 4). Esta análise que lêem foi feita na Playstation 3.

O Pplware já teve oportunidade de viajar até Thedas …

A história de Dragon Age: Inquisition não é de certeza a mais original do Mundo dos Videojogos mas cimenta bem as peças deste fabuloso jogo que se vai revelando aos poucos diante dos nossos olhos.

Thedas encontra-se novamente  sob um grande perigo. Surgiram misteriosas brechas (Rifts) nos céus de Thedas, de onde aparecem todo o tipo de demónios e outros seres maléficos, havendo uma trama de conspiração escondida nas sombras.

Numa sequência animada inicial vemos o aparecimento do nosso personagem (que pode ser personalizado até à exaustão, tantas são as possibilidades de customização) que surge no meio de um combate com aranhas gigantes e que acaba por sair de uma dessas brechas, surgindo com uma misteriosa mulher por trás (que, na altura, se suspeita ser a própria Andraste).

Entretanto o nosso herói desmaia e após essa sequência, acordamos meio desamparados no meio do caos sendo presos pelas tropas do Reino, e acusados de sermos um espião dos Poderes das Trevas. Daí, passamos para uma primeira missão, como prisioneiro, que também funciona como tutorial e na qual temos oportunidade de lutar contra alguns desses demónios e, graças a uma estranha marca na mão, conseguimos fechar uma brecha.

A partir de então passamos a ser encarados pela população como salvadores (apesar da desconfiança dos Templários e Magos) e receados por outros como sendo arauto da desgraça, num mundo repleto de politica e intriga, onde estranhas ligações se criam e revelam entre as várias facções em jogo. Aliás, torna-se bastante interessante a forma como as nossas acções perante cada facção (Templários, Chantric, …) ou mesmo perante cada elemento da nossa Party, acabam por afectar a forma como o jogo evolui e como os restantes NPCs interagem connosco.

Com base nestes últimos eventos, é tomada a decisão de se reactivar a Inquisição como forma de lutar contra estes poderes negros e obscuros e é portanto, neste ambiente de caos, desespero e suspeição que começamos a nossa aventura … como Inquisidor.

Com o apoio inicial de Cassandra Pentaghast (Warrior), Solas (Mago) e Varric Tethras (Rogue) * damos início a uma imponente aventura e com uma dimensão e abrangência sem precedentes.

* outros se juntarão.

Sim, creio que Imponente é o termo certo para caracterizar Dragon Age: Inquisition. Em praticamente todos os aspectos que se esperam num RPG, Inquisition oferece-nos de bandeja, tanto em quantidade como em qualidade.

 

 

O Mal impregnou Thedas de ponta a ponta e o reino é gigantesco. Assim sendo, teremos de percorrer Thedas de lés a lés no decorrer da nossa aventura e para facilitar a nossa compreensão deste magnifico reino, Inquisition mostra-nos Thedas de duas formas distintas. Uma com recurso a um Mapa geral de Thedas (World Map) onde temos o mapa completo de Thedas (Ferelden e Orlais) e seus limites e escolhemos quais as missões a encetar, e outra através dos mapas das zonas por onde passamos ao completar essas missões.

É, então no World Map que escolhemos as próximas missões a cumprir e daí podem vir recompensas diversas como maior influência e poder para a Inquisição, ou simplesmente medalhas ou matérias-primas para a construção de novas armaduras/armas. Após a escolha da missão, passamos de imediato para a acção.

Cada região tem primordialmente, dois objectivos principais. O primeiro será o de fechar todas as brechas (Rifts) aí existentes e o segundo o de reforçar a presença da Inquisição na zona e garantir o apoio das diversas facções à causa.

Contudo, só isto seria pouco e em cada uma dessas regiões temos dezenas de missões paralelas, masmorras a visitar, NPCs a ajudar ou outros pontos de interesse, tornando cada uma dessas incursões, quase um jogo individual e ao qual podemos sempre voltar mais tarde para completar o que faltar.

Essas zonas por onde passamos são gigantescas com inúmeros trilhos, estradas, pontes, aldeias, postos, acampamentos, montanhas, lagos, rios, … e a simples liberdade de exploração de toda essa riqueza é uma sensação refrescante e deliciosa.

Desses inúmeros pontos de interesse surge um bastante curioso e interessante, o Astralarium. Trata-se de um minijogo de lógica no qual os jogadores têm de construir constelações no céu, unindo as estrelas que as compõem, como se fosse um jogo de unir os pontos que aparecem nos jornais e revistas.

De forma a aumentar a influência da Inquisição nas regiões por onde passamos, temos a oportunidade de ir construindo acampamentos em determinadas zonas e reclamando-as assim como pontos seguros. É nesses acampamentos que recuperamos as nossas energias e podemos inclusive desenvolver investigações sobre a zona e outros itens próprios, revelando algumas surpresas.

A riqueza dos diversos ambientes pelos quais passamos é assombrosa. Encontramos, como é imperativo em RPGs inúmeros NPCs que nos vão dando missões variadas, vamos encontrando vida selvagem, vamos encontrando paisagens deslumbrantes e vivas … Dragon Age: Inquisition serve de bandeja todos os acepipes que qualquer amante de RPGs gosta e precisa de degustar.

 

O combate em Dragon Age: Inquisition é um dos pontos inovadores do jogo. Se por um lado apresenta a jogabilidade a que nos tem habituado com o Real Time já característico da série, apresenta-nos como novidade, um novo ecrã, o Ecrã Táctico de Combate.

Basicamente este Ecrã Táctico permite-nos deixar a perspectiva de terceira pessoa do personagem que controlamos, coloca o jogo em Pausa e coloca-nos numa perspectiva do alto, de onde podemos controlar todos os personagens da nossa party e dar ordens a cada um individualmente. Com o recurso ao R2, avançamos e vemos o efeito das nossas ordens parando de imediato mal deixamos de pressionar R2 e removendo assim a necessidade de fazer Play/Pause. Esta opção é extremamente valiosa em determinados combates pois, apesar de podermos dar instruções aos nossos aliados de como se devem comportar em combate, por vezes, é necessário orientar mais minuciosamente cada um deles e nos combates com inimigos mais fortes e astutos torna-se quase imprescindível.

Conforme referi podemos dar instruções prévias aos nossos companheiros de party individualmente. Trata-se de definições bastante úteis e que nos retiram algum trabalho de cima quando entramos em combate. Por exemplo, podemos indicar-lhes que só deverão usar poções de saúde quando a energia de algum membro do grupo estiver a menos de 20%, ou então que deverão não usar poções se apenas existirem duas disponíveis ou mesmo para adoptarem uma atitude de Defesa ou de Seguir o nosso herói.

Mesmo assim, por vezes os membros da nossa party “perdem-se” um pouco em pleno combate o que é chato mas, no entanto, essas situações podem ser corrigidas com recurso ao Mapa Táctico.

É possível ainda, alternar entre os membros do nosso grupo em qualquer altura … apesar de ter tido alguns problemas pontuais em dados momentos, nos quais não consegui mudar de personagem por nada deste mundo, tendo sido forçado a gravar e carregar o jogo novamente para desbloquear a situação.

Aliás, outro problema que ocorreu mais vezes que as que seriam de esperar foi o boqueio de ecrã em determinadas alturas, incluindo uma em que bloqueou durante o Save do jogo. Esses bloqueios sem razão aparente tornam-se muito chatos pois se não formos gravando com regularidade arriscamo-nos a perder muito.

O sistema de Loot em Dragon Age: Inquisition encontra-se bastante diversificado e equilibrado permitindo ao jogador ter abundância de motivos para investigar mais um pouco na tentativa de descobrir mais um baú, ou de levar o jogador a atacar mais um bando de malfeitores na esperança deles deixarem mais uma nova arma ou armadura, especialmente se for um Item Único (existem 3 categorias de armas/armaduras: comuns, Raras e Únicas).

 

É também frequente adquirir esboços de armas/armaduras que com as matérias-primas que vamos encontrando nas missões e nos Loots, nos permitem criar acessórios super potentes e especiais.

Essa criação é feita com base nas diferentes matérias-primas que vamos apanhando, seja pele de urso, sejam glândulas venenosas de aranhas gigantes, sejam pedras preciosas ou apenas ferro ou onix. Cada uma dessas matérias-primas tem características próprias que quando combinadas na construção de uma arma ou armadura, criam algo de especial e de único e com propriedades únicas (mais pontos de Saúde, de Destreza, maior resistência ao fogo, …). Na prática existem dezenas de combinações possíveis o que se traduz em armas/armaduras diferentes e únicas.

Na PS3 ocorrem ocasionalmente alguns problemas de quebras de framerate o que demonstra que o jogo estará optimizado para PC e consolas de última geração. Outro problema que acredito estar intimamente ligado com a Playstation 3 é o de tempos de loading quando enveredamos numa missão, ou acedemos a uma nova área.

Ao longo da Aventura vamos ainda encontrando inúmeras notas, livros, bilhetes, … que ajudam a criar a sensação de um mundo vivo, com seres humanos com os seus problemas, ajudando a criar toda a envolvência que um RPG necessita.

À medida que avançamos na aventura, recebemos Skill Points que em vez de serem usados directamente nas categorias base (força, magia, astúcia, destreza…) são gastos nas capacidades especificas dos nossos personagens com o uso de Armas de Uma Mão, Armas de Duas Mãos, Arcos e Bestas, Magias de Gelo, de Fogo, …,. Por sua vez esses Upgrades alteram as categorias base tornando assim a escolha mais simplificada.

O sistema comercial encontra-se bastante simplificado e coerente. Basicamente temos as opções de Vender ou de Comprar e depois as listas de itens das diferentes categorias (Armas, Armaduras, Esquemas de Armas, Acessórios, Itens Valiosos, …). Pelas diversas localizações de Thedas existem variados mercadores, os quais têm itens muito diferenciados à venda pelo que convém ir anotando onde e quais os melhores para determinadas compras.

Há, no entanto, uma coisa chata que acontece quando estamos numa transacção com um mercador. Estranhamente, o jogo não mostra o que cada um dos membros da party equipa na altura, tornando-se fácil vender algo a mais.

Haveria muito mas mesmo muito mais para falar acerca de Dragon Age: Inquisition mas deixo esse esforço para quem quiser entrar neste Universo rico e misterioso.

 

 

 

Nota Final- 9,2

[0…....10]

Que jogo!! Dragon Age: Inquisition dos melhores Role Playing Games que já tive oportunidade de jogar. Realmente, o jogo apresenta todos os ingredientes que se exigem a um grande RPG . História envolvente e que se vai revelando aos poucos e moldando connosco, numa Thedas enorme onde temos terrenos vastos com dezenas de horas de exploração. Sistema de combate simples, equilibrado e aperfeiçoado com o novo Ecrã Táctico de Combate que se revela uma fantástica e agradável surpresa. Um Sistema de Loot viciante e recompensador criando o vicio de “vou explorar só mais um pouco“. É claro que existem alguns problemas pontuais mas que não chegam para enegrecer este grande jogo. Um dos melhores jogos de 2014 sem dúvida e o Melhor Dragon Age de sempre.  Dragon Age: Inquisition é um jogo obrigatório para todos os fãs de RPGs.

Género: RPG Plataforma Analisada: Playstation 3 Outras Plataformas:   Xbox One, Playstation 4, Xbox 360, PC Homepage  Dragon Age: Inquisition

 

 

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