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Análise Deadlight Director’s Cut (Playstation 4)

Por Alexandre Carlos para o Pplware!

Estamos em 1986, em Seattle. Randall Wayne, um sobrevivente, parte numa busca desesperada pela sua família – mulher e filha – que estão desaparecidas. Falta apenas revelar um pormenor: o mundo está mergulhado num apocalipse zombie.

É neste cenário que se desenrola a acção de Deadlight Director’s Cut, agora remasterizado para a PS4. Juntámos-nos a Randall para o auxiliar na sua busca. Será que iremos conseguir sobreviver a uma cidade infestada de zombies?

Lançado no 2.º semestre de 2012 para a XBoX 360 e PC e remasterizado para as consolas de nova geração – XboX One e PS4 –, chegou-nos às mãos, no passado mês de Junho, Deadlight Director’s Cut, um jogo de survival horror jogado no modo plataforma.

Desenvolvido pela Tequilla Works, este jogo leva-nos a encarnar o personagem de um sobrevivente de uma epidemia zombie que parte em busca da sua família. Durante a sua demanda, Randall Wayne terá de arranjar maneira de escapar de Seattle pelas ruas infestadas de zombies.

Mas não se pense que este é um típico jogo de zombies, onde ficamos cara-a- cara com seres desfigurados que nos tentam agarrar e onde, munidos das nossas armas, poderemos simplesmente disparar 2 ou 3 tiros para sairmos incólumes de situações mais complicadas.

Neste jogo, embora existam armas de fogo, as munições disponíveis são bastante limitadas, pelo que teremos frequentemente de fazer uso de alguma astúcia para podermos escapar, designadamente através da resolução de puzzles que nos fazem progredir no jogo.

Estes puzzles não são complicados e, na realidade, não chegam – em grande parte dos casos – a constituir um desafio difícil de ultrapassar. Podem passar pela deslocação de um caixote para debaixo de uma janela para podermos subir para o parapeito e saltar para o exterior ou, outro exemplo, atrair os nossos perseguidores para um local onde lhes possamos deixar cair um automóvel em cima. Muitas vezes basta sermos rápidos para que nada nos aconteça: em algumas situações é possível passar a correr por uma multidão de mortos-vivos para conseguirmos ficar a salvo sem que nos consigam deitar a mão.

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Do ponto de vista gráfico, Deadlight Director’s Cut é fantástico. Não sendo um jogo em 3D, não chega a ser completamente em 2D: os gráficos dão-nos uma noção de profundidade que está bastante bem conseguida afastando-se, assim, dos jogos de plataformas tradicionais apenas com movimentos para a esquerda e para a direita em cenários relativamente estáticos. Aqui, o fundo é dinâmico, existindo sempre qualquer coisa a acontecer no cenário à medida que vamos passando.

O ambiente criado para este jogo envolve-nos e dá-nos uma sensação de degradação e desespero muito próprios de um cenário pós-apocalíptico. As cutsceenes existentes lembram uma banda desenhada, tornando o aspecto gráfico ainda mais apelativo. Para isto contribui bastante o facto de não haver um foco visual directamente sobre o personagem principal, ou seja, quer Randall quer os vários zombies são quase sempre representados por sombras, o que dá ao utilizador a oportunidade de ir “apreciando” toda a envolvência do cenário à medida que vai progredindo.

Relativamente ao jogo em si, Deadlight Director’s Cut traz-nos um jogo simples e fácil de jogar. Tal como já foi referido, a acção centra-se mais em conseguir completar tarefas simples para conseguir escapar e sobreviver do que em matar zombies a torto e a direito. Em inúmeras situações, vamos-nos deparar com a necessidade de descer ou subir escadas, saltar entre dois edifícios ou saltarmos do parapeito de uma janela para o outro lado da rua. E aqui reside um dos problemas deste jogo: a sensibilidade dos controlos. Por vezes queremos parar na beira de um edifício e descer uma escada, mas o jogador continua a andar em frente, cai e teremos de começar de novo.

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O gameplay consegue ser relativamente emocionante, sobretudo nas ocasiões em que o jogador tem de fugir de hordas de zombies que o tentam agarrar. Em situações em que é necessário combater estas criaturas, deparamo-nos com algumas dificuldades. Randall não é um caçador de zombies profissional e as armas e munições disponíveis são poucas: o jogador terá muitas vezes de contar apenas com um machado de bombeiros que é encontrado pouco depois do início do jogo. Mas, ainda assim, Randall terá de correr para conseguir escapar pois os estragos provocados por esta arma deixam os nossos inimigos fora de combate por pouco tempo.Contudo, este não é um jogo de muita acção. Na verdade, é possível passar quase incólume pelos vários níveis, correndo ou colocando-nos em locais em que os zombies não nos conseguem tocar ou para onde nós os conseguimos atrair para serem electrocutados ou caírem num buraco no chão.

No que história diz respeito, não temos muitas pistas sobre como se iniciou a epidemia zombie nem de que forma a mesma se desenvolveu para atingir as dimensões que atingiu. Também não temos muitas pistas relativamente à história de Randall antes deste apócalipse nem sobre de que forma como a sua família desapareceu. As únicas informações que vamos tendo vão-nos sendo dadas por alguns pedaços do diário de Randall que vamos encontrando à medida que vamos evoluindo no jogo. Assim, acabamos por não ter um grande conhecimento acerca da história por trás da acção.


Veredicto:

Deadlight Director’s Cut é um jogo de zombies diferente. É também um jogo de plataformas diferente. Não nos deslocamos sobre um fundo estático e isso dá ao jogo uma dinâmica muito diferente da habitual. Contudo, quem nunca jogou este jogo e está à espera de alguma acção e desafio poderá ficar desiludido. As cenas de luta são poucas e os puzzles existentes são lineares e tendem a tornar-se um pouco repetitivos.

A nível gráfico, este jogo é excelente, conseguindo colocar-nos numa Seattle degradada e decadente, o que confere à acção todo o ambiente desolador e inquietante necessário para lhe dar algum grau de realismo. Fica-nos, contudo, a sensação de que esta remasterização poderia ter oferecido muito mais do que aquilo que nos conseguiu dar.

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