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Análise Cities XXL (Windows PC)

SimCity é um daqueles jogos imortais e intemporais. Já anda no meio de nós desde a última década de 90 (século passado) e é uma presença obrigatória na lista de todos os amantes de jogos de estratégia urbanística, digamos assim. Trata-se de um nicho muito especifico e ao qual SimCity se agarrou com unhas e dentes, chegando ao ponto de o próprio tipo de jogo ser muitas vezes confundido com o próprio jogo.

Para quem é dos tempos dos primeiros SimCity (lembram-se da perspectiva do alto no qual se tinha uma visão isométrica dos terreno e das cidades? …  lembram-se da Godzilla? … e dos tornados?) muito evoluiu deste então. No entanto, não foi só SimCity que evoluiu, mas também a concorrência foi surgindo e evoluindo e, aos poucos esses outros jogos foram conseguido conquistar o seus espaço.

Um desses exemplos é Cities XXL que foi lançado recentemente após 2 anos de espera, e corresponde à mais recente investida da série Cities no complexo mundo dos PDM (Plano Director Municipal).

O Pplware já experimentou Cities XXL!

Em Cities XXL interpretamos o papel do Mayor de determinada cidade, recaindo sobre nós todas as decisões importantes sobre o quotidiano da cidade, bem como a responsabilidade de arranjar soluções para os diversos problemas que uma grande metrópole atravessa. O objectivo é o de manter uma cidade saudável e forte sob variados aspectos.

Participando no momento de criação e idealização da cidade desde o primeiro momento, cabe ao jogador manter esse autêntico organismo vivo livre das doenças que infestam as grandes metrópoles e assim, o jogador tem desde o primeiro momento uma dose extra de responsabilidade e de componente estratégica a ter em conta. Para as tomadas de decisões, existem vários conselheiros que nos vão orientando sobre o que de errado se passa e em que medidas podemos intervir.

A mecânica é bastante simples e encontra bastante semelhanças às de SimCity e outros jogos do género, havendo a eterna divisão entre zonas residenciais, comerciais e industriais bem como cidadãos menos especializados, cidadãos especializados, executivos ou elites. No entanto, a existência de um robusto tutorial ajuda bastante quem é novo na série, explicando a forma como o jogador pode começar, desenvolver e melhorar a sua cidade, bem como interpretar os seus problemas ou procurar informação sobre o seu status actual.

Assim sendo, a construção da grande cidade faz-se, como é normal neste género, através da criação de áreas especificas, sejam residenciais, sejam comerciais ou industriais.

Neste aspecto convém ter sempre em mente o equilíbrio precário entre a procura e a oferta e como tal convém construir zonas residenciais onde possam haver condições para os seus habitantes terem emprego (existências de zonas industriais, escritórios por perto) ou poderem satisfazer as suas necessidades básicas (zonas comerciais).

A construção destas zonas torna-se bastante mais simplificada graças às ferramentas que a Focus Interactive disponibilizou ao jogador que permite construir de imediato bairros completos, como apenas um edifício particular.

 

Dito isto, é assim que começa a surgir a grande metrópole. Uma avenida primeiro, depois umas ruas paralelas, mais umas ruas, uma auto-estrada ..e em pouco tempo teremos uma cidade com vários milhares de habitantes, com zonas comerciais, zonas baixas da cidade com arranha-céus, bairros residenciais e a ser atravessada por milhares de carros por dia.

Uma das coisas que mais me impressionou foi a quantidade e diversidade de modelos de edifícios disponíveis o que faz com que cada cidade fique assombrosamente única à medida que cresce e com uma beleza própria. Acredito que nenhum jogador se irá sentir defraudado neste aspecto, pelo menos.

Contudo deparei-me com bastantes problemas de texturas ao nível dos veículos quando se faz o Zoom In, aparecendo os modelos dos carros um ou dois segundos antes da textura ser aplicada, que dá um aspecto estranho.

É claro que, à medida que uma cidade cresce, também os seus problemas aumentam e assim sendo o processo de construção torna-se num processo cíclico, uma vez que o aumento de população exige um aumento de empregos o que por sua vez aumenta um aumento de tráfego e por sua vez um congestionamento das vias de transporte.

Assim sendo o jogador tem de estar em permanente estado de alerta para identificar esses problema e necessidades da cidade de forma a poder intervir sempre que necessário. Esse trabalho é no entanto bastante facilitado pela quantidade de ecrãs e opções estatísticas e gráficas do estado da cidade que permitem a qualquer momento ver onde se encontram os principais problemas. Adicionalmente existem variados Conselheiros do Mayor que vão debitando dicas e infos úteis sobre a cidade o que faz com que o jogador nunca se sinta sozinho.

Um dos exemplos mais prementes de problemas que o jogador vai enfrentar é o dos transportes. Ao aumentar de população, a cidade começa a ter maiores problemas de congestionamento. Uma das soluções possíveis poderá passar pelo aumento da capacidade e qualidade do sistema de transportes públicos. Redes de camionagem, sistemas de metros e comboios são ferramentas à disposição do jogador mas que trazem outros problemas e necessidades de atenção.

Quais os melhores trajectos para os autocarros? Quais as zonas que devem ter mais transportes públicos? Qual o transporte mais adequado para determinada zona? Estas são questões que podem ter resposta numa dada altura mas que mais tarde já não tenham as mesmas respostas.

 

O jogador tem de estar permanentemente atento e a quantidade informação que tem de digerir é imensa e complexa. A satisfação do cidadãos nunca é um trabalho feito e requer atenção constante.

Aliás, uma possibilidade bastante interessante implementada é a possibilidade de seleccionar um cidadão da cidade e segui-lo (ao nível do solo) para o trabalho, por exemplo, ficando assim com uma ideia concreta de quais os principais problemas desse cidadão.

Há ainda um outro pormenor a ter em conta na altura de construir a cidade ou de a ampliar para novas zonas. Os próprios terrenos têm características próprias que lhes dão vantagens ou mais valias diversas, como por exemplo, a existência de petróleo, a zonas de cultivo ou simplesmente praias. Cabe ao jogador tirar o melhor proveito de cada terreno e do que ele tem para oferecer.

Também a componente económica é determinante, e neste capitulo os impostos são de crucial importância uma vez que se tratam do maior bolo de receitas da cidade. Cities XXL apresenta, como não poderia deixar de ser uma mecânica bastante flexível e dinâmica de impostos, de taxas ou mesmo de acordos com cidades vizinhas com vista a aumentar as suas receitas.

Tal como na realidade, uma cidade não é um local isolado do mundo e como tal convém ao jogador determinar ligações com o exterior. Não só por motivos de entrada e saída de cidadãos mas também porque o parque industrial da nossa cidade precisa de vender as suas mercadorias e produtos.

Não poderia ficar satisfeito se terminasse o meu texto sem mencionar a qualidade gráfica do jogo que se encontra bastante boa, não só numa perspectiva aérea como ao nível do solo. Existe uma certa repetibilidade enquanto vagueamos pelas ruas da cidade, nomeadamente nos modelos dos cidadãos (que se apresentam demasiadamente cartoonescos). No entanto, não é isso que retira beleza e prazer ao passear pela cidade e ver a beleza dos seus edifícios, dos veículos e do fluir do transito, dos jardins …

 

Uma satisfação que os jogadores irão obter com XXL é que o jogo suporta sistemas multicore. No entanto, tal não impede problemas de quebra de processamento e quebra de fluidez ocasionais. Também a quebra de framerates ocorre pontualmente, tanto na vista aérea como no Street View. Estranho o facto destas quebras tanto darem ao inicio de uma cidade como a meio de uma metrópole já avantajada.

No entanto, tenho de reforçar a ideia de que Cities XXL, após alguma horas a construir e melhorar a nossa cidade apresenta resultados bastante interessantes e que enchem o jogador de orgulho pelo que conseguiu realizar e pela beleza da sua metrópole construída de raiz.

 

Gostaria de referir e reforçar que, infelizmente não tive oportunidade de jogar o titulo anterior e pelo pouco que vi, li e falei com quem jogou, fiquei com uma forte ideia de que XXL não traz grandes melhorias e saltos qualitativos. No entanto, e tendo em conta que é a minha primeira investida no Mundo Cities, apreciei bastante do jogo o que me leva a concluir que para os iniciantes na série Cities, o jogo é efectivamente bom mas que para os jogadores de Cities XL se trata de um salto pouco significativo.

 

 

Nota Final- 8,2

[0…....10]

Conforme referi acima, esta é a análise de um novato na série Cities. Dito isto apenas posso referir que fiquei rendido ao jogo e à diversidade de oferta que ele nos disponibiliza. Quer seja pelos mais de 70 mapas com os seus próprios micro-climas, seja pela grande oferta de opções no que toca a construção da cidade ou seja pela quantidade de informação disponível para que o jogador se mantenha actualizado sobre o que se passa na sua cidade, Cities XXL é um jogo robusto e sério. De lamentar os pequenos glitches gráficos e as quedas de performance que se notam com uma frequência demasiado recorrente. Apesar de ser um jogo que se torna demasiadamente fácil de jogar (torna-se demasiado fácil gerir uma cidade), recomendo o jogo a todos os amantes do género de jogos. Talvez com reservas para quem já jogou e pagou o preço por inteiro por Cities XL.

Mas mesmo para esses jogadores, gostaria de lhes passar a bola e de lhes perguntar (a quem já jogou Cities XL e se encontra a jogar Cities XXL) qual a nota que atribuiriam ao jogo? E quais as principais criticas/elogios?

Género: Estratégia/Sim Plataforma Analisada: Windows PC Homepage  Cities XXL

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