Por Luís Perfeito – LusoGamer – para o Pplware Depois da demo técnica demonstrada na E3 de 2005 pela Guerrilla Games e pela Sony, nunca mais este jogo viria a ter descanso. Constantemente pressionada por toda a indústria dos vídeo jogos, foi assim, nestas condições que a Guerrilla trabalhou afincadamente durante quatro anos, para conseguir trazer até ao público aquilo que demonstraram naquele trailer e para não defraudarem todas as expectativas criadas em torno do título. E aqui estamos nós hoje, para dizer se o objectivo foi, ou não cumprido (na nossa perspectiva e opinião).
Killzone 2 dá seguimento aos acontecimentos do original, sendo que desta vez seremos nós, a ISA (Interplanetary Strategic Alliance), a invadir o planeta hostil, imprevisível e misterioso que é Helgan. É com a finalidade de colocar um ponto final em todos estes confrontos com os Helghast, que tomamos esta iniciativa. Mas as dificuldades encontradas neste planeta inimigo, serão muito mais do que aquelas que esperávamos, sendo que até teremos a força da natureza contra nós. Tempestades de areia e relâmpagos assustadores são só algumas das controvérsias que teremos de enfrentar.
Encarnamos na pele de Tomas “Sev” Sevchenko, um soldado das forças armadas da ISA, mais pormenorizadamente, pertencente ao esquadrão Alpha. Esquadrão esse que é constituído por mais três membros, sendo eles Rico Velasquez, Dante Garza e Shawn Natko. São eles que na maior parte do tempo vão estar ao nosso lado no campo de batalha, para os bons e maus momentos. Por mais estranho que pareça, vamo-nos mesmo afeiçoando a estas personagens ao longo do modo campanha. E apesar da história não ser muito rebuscada e complexa, cumpre bem o seu papel.
Após breves minutos a jogar Killzone 2 e podemos vislumbrar desde cedo cenários grandiosos, muito bem estruturados e que nos possibilitam várias formas de abordar o inimigo. Para além disso todo o ambiente encontra-se muito bem recriado, fazendo-nos entranhar no jogo até ao último puxar do gatilho. E este é um dos pontos mais forte do título, os gráficos. Encontra-se tudo extremamente detalhado, desde armamento e personagens até aos cenários belos e envolventes. Arrisco a dizer que Killzone 2 é o jogo mais poderoso para consolas no que diz respeito a este parâmetro. Não por ter umas excelentes texturas, porque na realidade algumas até são fracas, mas sim por esta obra em movimento se tornar espectacular e impressionante, tendo dezenas de coisas a acontecer no ecrã ao mesmo tempo e com imensa fluidez. Também é de assinalar todo o excelente trabalho de luz presente no jogo.
No que diz respeito à jogabilidade podemos afirmar que ao início é um pouco estranha, mas passando a fase de habituação, esta torna-se extremamente boa, sendo até em certos aspectos um pouco inovadora. Como é o caso do sistema de cobertura, em que temos de ficar a pressionar L2 para nos “agarrarmos” a superfícies sólidas, e se nos quisermos soltar basta largar o botão, dando assim mais dinâmica à jogabilidade e uma maior capacidade de movimentação. Para além de andarmos a pé temos a oportunidade de experimentar tanques de guerra e ainda um género de um robot, equipado com uma metralhadora e um lança mísseis, e afirmamos que é espectacular andar naquele “monstro”. Um aspecto também interessante é que podemos optar por abordar o jogo de uma maneira mais estratégica, ou então andar sempre com o dedo no gatilho e de navalha empunhada pois a própria jogabilidade e cenários permitem todo este leque de opções.
A Inteligência Artificial encontra-se extremamente afinada. Sendo assim, podem contar com combates renhidos em que terão de suar para vencer os Helgasts, e acreditem que devido à IA estar tão boa, cada confronto torna-se único. Apesar disso este parâmetro não está isento de falhas, sendo que por vezes torna-se irritante querermos avançar em caminhos estreitos e os nossos companheiros estarem a intersectar o caminho e demorarem algum tempo a avançar, apesar de ter acontecido muito raramente não deixa de ser algo desagradável. As animações estão muito boas e mais uma vez devido à excelente IA, teremos inimigos a reagir de acordo com o sítio onde são baleados. Devemos ainda referir que as animações são bastante naturais e realistas, e por vezes até se torna “assombroso” ver um inimigo ou um companheiro a arder devido à veracidade do momento.
Em termos de arsenal podem contar com algo variado, que vai desde Espingardas de Assalto e Caçadeiras a Snipers e Lança Mísseis. Todos os modelos por sua vez, muito bem recriados.
Mas o que seria um jogo sem som? Apesar de por vezes passar despercebido, é através dele que as atmosferas são criadas, conseguindo fazer com que os jogadores sintam que algo de mau vai acontecer ou então simplesmente aumentando a frenética do momento. E lá nisso a Guerrilla está de parabéns, pois conseguem incutir no seu jogo sons orquestrais bastante adequados e ainda todos os sons bastante credíveis, como o barulho das armas ou os gritos de quem está a ser queimado. As vozes das personagens também se encaixam perfeitamente bem, sendo de destacar a do Ditador Visari.
Devemos ainda assinalar que o modo campanha tem uma média de duração a rondar as nove horas. Um pouco pequena, mas que depois é compensada com um excelente modo online, mais conhecido por “Zona de Guerra”. Aqui podem encontrar modos de jogo como Contagem de corpos, Assassínio, Procurar e Recuperar, Capturar e Manter e Procurar e Destruir. No total existem à vossa disposição oito mapas retirados do modo campanha. Como já é normal, podem ainda criar o vosso clã, mas agora este jogo traz uma novidade ainda não muito vista, que nos dá a possibilidade de participarmos em torneios dentro da própria “Zona de Guerra”. Para além de tudo isto, ainda existe uma grande ligação entre Killzone 2 e o site oficial do título em questão, onde nos é permitido visualizar as repetições das nossas batalhas online e consultar todas as nossas estatísticas. Sem dúvida algo inovador e moderno.
No que toca a evolução, conforme vão jogando, vão subindo de patente, e ao longo desta caminhada vão também desbloqueando novas classes como Médico, Táctico, Engenheiro, Sabotador, Assalto e Batedor. Em relação a lag, podem ficar descansados pois este nunca marca presença nos confrontos online, o que é bastante bom. Para quem ainda não está preparado para se aventurar na “Zona de Guerra”, pode sempre praticar no modo “Escaramuça” contra os Bots, para ficarem a conhecer melhor os mapas.
Em suma, Killzone 2 é tão único e especial, não por ter uns excelentes gráficos, mas porque visto como um todo funciona lindamente. Sem dúvida um título que marca uma geração de consolas. Obrigatório para quem é possuidor de uma Playstation 3.
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