Afinal as tecnologias recolhem ou não dados dos utilizadores? A resposta é sim, até porque os utilizadores fornecem essa informação. No entanto, o fundamental é saber o que é feito com essa informação, mas isso é outro assunto.
Segundo uma análise do Human Rights Watch, a maioria das tecnologias usadas no ensino à distância recolhe dados de crianças.
Tecnologias: 90% recolheram dados de crianças e jovens
No seguimento do estudo que foi feito, dos 163 programas usados em vários países quase 90% recolheram dados de crianças e jovens.
O relatório referiu que muitos dos programas permitem a recolha de informações sobre as crianças e adolescentes, incluindo a sua identidade, localização, familiares e amigos, comportamento durante a aula, e tipo de dispositivo utilizado.
A grande maioria dos programas envia diretamente ou concede acesso dados pessoais de crianças e adolescentes a outras entidades, nomeadamente empresas que usam essa informação para produzir anúncios publicitários personalizados, incluindo a rede social Facebook, sublinhou a HRW.
Além de não verificarem a tecnologias de ensino à distância que recomendaram durante a pandemia era segura, 39 governos criaram eles próprios programas que colocam em risco os dados pessoais das crianças, referiu o relatório.
A HRW sublinhou que a maioria dos programas ou não permitia que os estudantes se recusassem a partilhar os seus dados ou monitorizava a informação de forma secreta, sem o conhecimento ou consentimento da criança ou da sua família.
“As crianças não são produtos”, alerta Hye Jung Han da HRW. “Os governos devem adotar e aplicar leis modernas de proteção de dados infantis para impedir a vigilância de crianças por agentes que não defendem os melhores interesses das crianças,” acrescentou.