Alguns dias após a falha informática global, que afetou milhões de computadores e suspendeu serviços e empresas pelo mundo fora, a CrowdStrike está a ser processada.
A 19 de julho, uma falha informática global suspendeu a atividade de várias empresas, perturbando o funcionamento de aeroportos, comboios, hospitais, bancos, entre outras. Ainda que os motivos para tal incidente não tenham sido imediatamente partilhados, a empresa por detrás do problema explicou o bug que interrompeu “meio mundo”, uns dias depois.
Embora George Kurtz, chefe da CrowdStrike, tenha pedido desculpa aos afetados pelo bug, avisando que a resolução total dos problemas levaria “algum tempo”, este não terá sido suficiente… pelo menos, para os acionistas.
CrowdStrike está a ser processada pelos seus acionistas
Uma vez que a atualização do software da CrowdStrike resultou em mais de oito milhões de computadores congelados, a empresa de cibersegurança está a ser processada por alguns dos seus acionistas. Estes alegam que ela os enganou quanto à robustez da sua tecnologia.
Conforme informação avançada pela imprensa, os advogados alegam que a CrowdStrike defraudou os investidores, por ocultar falhas nos seus testes de software. A ação judicial, intentada em Austin, no Texas, Estados Unidos da América, alega que as garantias dadas pela empresa sobre a sua tecnologia eram materialmente falsas e enganadoras.
Na queixa legal, os acionistas citam declarações feitas por George Kurtz numa conferência, em março, durante a qual descreveu o software da empresa como “validado, testado e certificado”.
Além disso, o processo refere que o preço das ações da CrowdStrike caiu 32% nos 12 dias que se seguiram à falha global, ceifando 25 mil milhões de dólares do seu valor de mercado.
O processo, liderado pela Plymouth County Retirement Association, no Massachusetts, procura obter danos não especificados para aqueles que detinham ações da empresa entre 29 de novembro do ano passado e 29 de julho deste ano.
Em resposta ao processo, um porta-voz da CrowdStrike disse que “acreditamos que este caso não tem mérito e defenderemos vigorosamente a empresa”.
É possível que outros lesados também avancem com um processo
Pelo impacto que a sua falha causou, é possível que outras empresas decidam processar a CrowdStrike, considerando as potenciais perdas. A Delta Air Lines, por exemplo, afirmou estar a considerar a possibilidade de intentar uma ação judicial.
Afinal, Ed Bastian, diretor-executivo da empresa, disse à CNBC, na quarta-feira, que a interrupção custou à Delta Air Lines cerca de 500 milhões de dólares, incluindo a perda de receitas, e indemnizações e hotéis para os passageiros retidos.