“Uma vez na Internet, para sempre na Internet” não é um ditado moderno falacioso. Afinal, a Google e outras tecnológicas têm capacidade para registar os nossos passos e saberem em que direção foram dados. Brian Walshe descobriu isto da pior forma.
Depois de várias pesquisas reveladoras, foi acusado de matar a esposa.
Crime, disse o Google!
Começava o ano de 2023, quando Ana Walshe foi dada como desaparecida. Os responsáveis pelo caso não localizaram o corpo da mulher de 39 anos, mas alegam ter encontrado várias provas descartadas no complexo de apartamentos da mãe de Brian, em Swampscott: sacos de lixo com objetos manchados de sangue, uma serra, um machado, material de limpeza, tesouras de corte, entre outros.
Alguns dias após o desaparecimento da esposa, Brian Walshe fez várias perguntas ao Google, nomeadamente sobre a eliminação de cadáveres, limpeza de sangue, desmembramento de um ser humano e manipulação de uma cena de crime.
Além disso, questionou o motor de pesquisa sobre a possibilidade de ser acusado de homicídio, perante a ausência de um corpo.
De acordo com o The Washington Post, nos Estados Unidos da América, este tipo de casos é particularmente complicado, pois os procuradores têm de convencer um júri de que a pessoa desaparecida está morta e que o acusado esteve envolvido na morte. No entanto, apesar de a ausência de um corpo motivar defesas eficazes, Brian estreitou essa possibilidade com as pesquisas que realizou antes de a sua atividade online ser analisada.
Este caso é diferente, porque é como se ele estivesse a tentar escrever um livro sobre como não cometer um homicídio sem corpo. O que ele fez deixou tantos rastos para trás, e tornou muito fácil para a polícia prendê-lo.
Explicou Thomas A. “Tad” DiBiase, um ex-procurador federal que acompanha casos de homicídio “sem corpo” e treina a polícia e os procuradores para lidarem com eles.
De acordo com os especialistas que estão a acompanhar o caso, as pesquisas de Brian Walshe são altamente incriminatórias. Afinal, conforme ressalva Dehlia Umunna, professora de Direito, em Harvard, “a pessoa comum não está a procurar no Google como desmembrar um corpo”.
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