A cartografia digital é parte integrante da nossa vida. Já não saímos de casa sem o nosso fiel amigo GPS que temos disponível, em várias versões, no smartphone. Sabemos que nos podemos perder que facilmente encontramos o caminho.
O Google Maps (por exemplo) em dispositivos móveis, é um apoio fundamental para encontrar os locais que pretendemos visitar. mas há outras fantásticas plataformas. vamos conhecer o OpenStreetMap.
Embora, para todos os utilizadores, o Google Maps, Mapas da Apple, Bing Maps, Mapas da Sapo e outros serviços semelhantes, sejam gratuitos, a realidade é que de facto não é bem assim. Os dados contidos nos mapas, são abrangidos por direitos de autores e ficam cativas debaixo de políticas restritivas de utilização. Por isso é importante haver alternativas como o OpenStreetMap. Com este sistema de mapas, podemos construir uma espécie de mapa mundial social, sem violar qualquer propriedade intelectual.
OpenStreetMap é bom e gratuito
Este tipo de mapas têm outras vantagens, qualquer programador que queira construir uma aplicação sobre o mapa cartográfico da Google, tem que obedecer às suas políticas de utilização. No OpenStreetMap, o caso muda de figura, ficando o programador livre para utilizar toda a informação existente de uma forma muito mais permissiva, seguindo a licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 2.0.
Esta comunidade está a crescer a cada dia que passa com milhares de utilizadores que já contribuíram para este projecto. Um passo importante para este projecto, foi o facto de a Microsoft ter reconhecido o valor deste esforço e recentemente ter permitido a esta comunidade utilizar as imagens de satélite aéreas do seu serviço Mapas Bing, para que o projecto as possa usar como base para evoluir este serviço. Mas se a Microsoft permitiu o uso de imagens de satélite do serviço de mapas o que falta? Falta tudo o resto, os metadados.
Em termos de metadados, o OpenStreetMap, suporta desde, estradas, escolas, monumentos, restaurantes, hoteis, enfim… Isto significa que pode ser usado como um simples mapa para direcções, ou como um poderoso recurso de pontos de interesse.
Em Portugal, esta comunidade está a arrancar e a dar os primeiros passos. Razão pela qual há ainda muitas cidades e vilas incompletas, ou quase inexistentes.
Mas como pode qualquer pessoa começar de uma forma simples a editar mapas?
Basta criar uma conta no OpenStreetMap que dará acesso ao processo de edição. Depois disto, basta escolher a melhor ferramenta para editar o OpenStreetMap. De seguida, apresentamos duas bastante populares, embora a oferta não se reduza a estas.
Potlatch2
É simples e como é totalmente desenvolvido em flash, corre em qualquer browser com este plugin instalado. É Invocado quando se clica no separador “Editar” da página do OpenStreetMap. É o nosso favorito pela simplicidade.
JOSM
Como o próprio nome sugere, é um editor java de OpenStreetMap. Tal como o Potlatch2 é multiplataforma. O JOSM é um editor mais completo para utilizadores mais avançados, possui um maior leque de opções, inclusive maior diversidade de tags para adicionar pontos de interesse. Exige um processo de habituação dado a interface ser mais complexa. Contudo tem a vantagem de poder trabalhar na edição de mapas offline.
O sucesso crescente do OpenStreetMap já se nota claramente, pois existem cada vez mais conjuntos de aplicações para Android e iOS que já dependem desta solução. Num mundo ideal e com elevada colaboração dos utilizadores, implicaria que o OpenStreetMap tivesse a vantagem de ser mais preciso que qualquer outra solução de mapa. Isto porque apenas fica dependente de quem conhece bem as regiões que edita. Esta componente social de edição de mapas, revela-se da máxima importância devido à falta de flexibilidade de serviços semelhantes para corrigir erros. Mas como ainda estamos longe do cenário ideal, falta neste momento uma maior comunidade nomeadamente no nosso país.
Como Portugal tem uma elevada tradição no turismo, ter um mapa detalhado faz toda a diferença. E em tempo de crise, nem que seja adicionar um ponto de interesse (POI), ou uma rua num ponto do nosso país, pode ser importante para ajudar quem venha visitar o nosso país e incentivar o turismo em terras lusas.