O Telegram enfrenta uma investigação da União Europeia. As autoridades desta região não acreditam nos relatórios da empresa sobre o número de utilizadores e isso pode tornar-se mais uma fonte de problemas para este serviço de mensagens.
Este serviço atravessa um período bastante turbulento desde a semana passada. O seu fundador e CEO da empresa, Pavel Durov, foi detido em França. Embora os responsáveis franceses e da União Europeia afirmem não estar envolvidos nesta investigação, afirma-se que será lançada uma investigação para a aplicação Telegram.
O Telegram terá informado incorretamente o número de utilizadores na União Europeia para evitar regulamentações mais rigorosas. Neste contexto, a União Europeia irá avaliar se o Telegram divulgou com precisão quantos utilizadores ativos mensais tem em 27 países.
De acordo com a Lei dos Serviços Digitais (DSA), os serviços com mais de 45 milhões de utilizadores mensais na Europa são considerados “plataformas muito grandes”. As grandes plataformas estarão sujeitas a regras mais rigorosas em matéria de controlo de conteúdos, transparência publicitária e proteção de dados.
O Telegram afirmou ter 41 milhões de utilizadores na União Europeia no início deste ano. No entanto, quando solicitado por novos dados, não forneceu um número específico, apenas indicou que era inferior a 45 milhões. As autoridades da União Europeia suspeitam que o número real de utilizadores do Telegram na Europa ultrapassa os 45 milhões.
Se for provado que reportou incorretamente as suas estatísticas, poderá enfrentar sanções graves ao abrigo da DSA. Consequentemente, podem ser impostas multas até 6% da receita anual global da empresa. Com cerca de 1 mil milhões de utilizadores em todo o mundo, as penalizações financeiras poderão atingir duramente a empresa.
A investigação é o resultado de uma repressão ao Telegram e ao seu CEO Pavel Durov. As autoridades francesas apresentaram uma queixa-crime contra Durov, alegando que o Telegram não cumpriu os pedidos de terrorismo e propaganda.