29 mil predadores sexuais foram banidos do MySpace, após terem sido identificados por ordem das autoridades norte-americanas. Apesar de alguma relutância, a empresa acabou por fornecer uma lista de utilizadores condenados por delitos sexuais com menores, que possuíam um registo nas páginas do «site» e navegavam por 180 milhões de páginas pessoais.
Em Maio, o MySpace tinha já bloqueado as contas de 7.000 supeitos de abuso sexual que usavam a rede social mais popular dos Estados Unidos para contactar com as suas vítimas.
Esta perseguição «online» começou a dar frutos, pelo menos naquele país. Só no Kansas foram identificados 300 predadores sexuais com perfis no MySpace e outros sete foram detidos em várias cidades do Texas. Números que não surpreendem quando estão identificados 600 mil nos Estados Unidos.
Banidos sem culpa No entanto, nestas campanhas também podem ser cometidos alguns exageros. É o caso de um utilizador, Carl H., que afirma ter sido banido “sem nunca ter sequer falado de sexo” com os seus contactos dentro da rede. O cibernauta terá sido excluído por um crime de ofensa sexual a um adulto que cometeu há nove anos e pelo qual foi condenado.
Também Jessica Davis, 29 anos, uma jovem estudante da Universidade do Colorado alega ter sido acusada e expulsa injustamente do MySpace. Quando pediu explicações aos gestores do «site» e reclamou a sua inocência, a jovem recebeu uma resposta, no mínimo, surpreendente: “O Myspace não guarda cópias dos perfis que removeu”, isto é, na prática, não existe prova de culpa. Davis teme ter de vir a prestar contas às autoridades norte-americanas por um erro da empresa.
Sentinela de olhos bem abertos “Sentinel Safe” é o nome da tecnologia utilizada para detectar perfis de utilizadores com informações sexuais explícitas. Estes dados são depois encaminhados para uma base de dados, à qual as autoridades norte-americanas têm acesso livre.
De acordo com as regras em vigor, o registo no «site» só é permitido a maiores de 14 anos, mas os perigos do uso ilimitado também por menores de idade coloca em cima da mesa a possibilidade de se tornar obrigatória a aprovação parental para o registo de utilizadores com menos de 18 anos.
Um porta-voz do MySpace mostrou-se “satisfeito com a identificação e o bloqueio das contas de predadores sexuais” e desejou que outras redes sociais sigam o exemplo.
Várias vozes se têm levantado para exigir que estes «sites» de utilização livre se tornem mais seguros para as crianças. O “Child Exploitation and Online Protection Centre” (CEOP), um centro britânico de apoio a menores vítimas de abuso sexual, alertou para a importância dos pais estarem atentos aos seus filhos quando usam redes sociais «online».
Pelo menos 180 milhões de pessoas estão registadas e partilham conteúdos no MySpace, uma das redes sociais mais famosas da Internet. Neste espaço virtual, sentem-se livres para divulgar detalhes da sua vida privada, listar as suas músicas favoritas, submeter galerias de fotos e vídeos ou mesmo criar um blogue. Os menores estão entre os utilizadores mais vulneráveis porque tendem a ignorar os perigos que podem surgir, sobretudo quando se desconhece quem se esconde do outro lado do ecrã.