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MP acusa 101 arguidos de burla em serviços de homebanking

O Ministério Público (MP) acusou recentemente 101 arguidos de desviarem quase 1,3 milhões de euros de contas bancárias de pelo menos 210 vítimas através de um esquema fraudulento de obtenção dos dados de acesso aos serviços de homebanking.

Segundo informações do próprio MP, estão em causa os crimes de burla qualificada, acesso ilegítimo, falsidade informática, falsificação de documento e branqueamento de capitais.


homebanking: Usadas técnicas de smishing e vishing

A acusação indica que os sete acusados de serviços do homebanking, “recorrendo a práticas vulgarmente denominadas de ‘smishing’ e ‘vishing’ [recurso a SMS e chamadas de voz com atendedor automático para obter dados pessoais com fins ilícitos], conseguiram obter as credenciais de acesso ao serviço de homebanking de, pelo menos, 210 ofendidos titulares de contas bancárias sediadas em sete bancos portugueses e, através do engano criado, subtraíram das contas bancárias o valor total de 1.288.143,36€, tendo ainda tentado subtrair o valor adicional de 226.109,58€”.

A atividade desta rede de esquemas ao nível de homebanking, começava com o envio de milhares de mensagens de texto para os telemóveis dos clientes, fingindo serem enviadas pelos respetivos bancos, nas quais relatavam uma falsa anomalia no acesso à plataforma de acesso ‘online’ às contas bancárias (homebanking).

As pessoas teriam então de aceder a uma ligação que recriava os ‘sites’ dos bancos, onde eram solicitadas as credenciais de acesso ou dados pessoais. Com essas informações, os arguidos acediam às contas das vítimas e, para concretizarem operações com vista a apoderarem-se do dinheiro, ainda contactavam por telemóvel sob o pretexto de evitar uma tentativa de fraude.

As transferências seguiam para as contas de outros arguidos “recrutados para atuarem como ‘money mules’”, ou seja, como correio para circular o dinheiro, cedendo as suas contas a troco de uma compensação financeira. Posteriormente, eram feitos levantamentos ou compras de moedas estrangeiras em agências de câmbio para retirar dessas contas o dinheiro desviado das vítimas.

O MP contou com o apoio da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica da Polícia Judiciária na investigação, na qual se fizeram cerca de 30 buscas domiciliárias (uma no Brasil) e se apreenderam bens num valor superior a 663 mil euros, sendo que 171 mil euros foram já devolvidos aos ofendidos.

O processo agrega mais de 200 inquéritos instaurados em todas as comarcas e três dos arguidos estão em prisão preventiva.

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