A Google pediu licenciamento para um novo cabo submarino que vai ligar a uma velocidade de 384 terabits por segundo (Tbps) a costa Leste dos Estados Unidos à costa sul de Portugal.
Segundo o pedido de licenciamento apresentado por uma empresa do grupo da Google à Comissão Federal de Comunicações (em inglês, FTC) a 21 de junho, este será o “primeiro sistema a conectar diretamente os Estados Unidos aos Açores e ao território continental de Portugal”.
De nome Nuvem, o novo cabo submarino vai ligar a uma velocidade de 384 Tbps a costa Leste dos Estados Unidos à costa sul de Portugal.
Conforme partilhado pelo Expresso, o cabo deverá amarrar na Praia de Myrtle, na Carolina do Sul, nos Estados Unidos, e em Sines, no Alentejo. O pedido de licenciamento indica, ainda, o interesse em instalar uma derivação de 124 quilómetros para fazer uma ligação a São Miguel, nos Açores, além de outra variação nas Ilhas Bermudas, mais próximas dos Estados Unidos.
O pedido de licenciamento foi apresentado pela Starfish, uma empresa pertencente ao grupo da Google. Além desta, a Google constituiu uma empresa denominada Skipjack para operar em mares da Bermuda, e criou ainda a Sailfish para garantir os trabalhos em território português.
Mediante autorização, a Starfish pretende instalar e testar o sistema Nuvem nas águas dos EUA a partir do terceiro trimestre de 2025, para iniciar a operação comercial num local de amarração do sistema nos EUA até à segunda metade de 2026.
Refere o pedido de licenciamento.
O cabo submarino Nuvem não é desconhecido, tendo as primeiras notícias surgido em setembro de 2023. Na altura, o então ministro das Infraestruturas, João Galamba, expressou que “o investimento da Google incorpora a nossa visão para Portugal nos setores das telecomunicações e dos dados: estabelecer o nosso país como uma porta de entrada de conectividade próspera para a Europa, promovendo conexões robustas com outros continentes”.
Mais, “o Governo português considera este investimento muito importante e só foi possível graças à grande articulação e diálogo entre o Ministério, as entidades portuguesas e a Google”.
No pedido de licenciamento, a Starfish explica que o cabo de 384 Tbps é constituído por 16 pares de cabos de fibra ótica escura de 24 Tbps cada.
O Nuvem vai providenciar uma significativa e nova capacidade de substituir as ligações entre Estados Unidos e Sul da Europa, onde a procura continua a aumentar substancialmente a cada ano. Vários sistemas existentes entre os EUA e o Sul da Europa estão a chegar ao limite do ciclo de vida útil e a capacidade disponibilizada pelos vários sistemas mais novos está totalmente subscrita.
A Starfish vai operar o sistema Nuvem numa base de operador não-comum, disponibilizando capacidade aos parceiros para seguirem com acordos com outros parceiros ou disponibilizarem fibra escura ou espetro (parte da capacidade de comunicação de cada fibra ótica) para o mercado grossista e clientes empresariais em termos e condições específicas.
Ainda segundo o Expresso, “eventualmente”, a Google constituirá outra marca alternativa para comercializar a largura de banda junto dos operadores de telecomunicações e outros clientes nacionais. De nome Google Voice, prevê-se que opere em vários mercados europeus, como Portugal.