O Exército Português vai avançar com dois projetos para modernizar as suas comunicações, integrando redes 4G e 5G em operações de apoio civil e segurança militar. Os projetos destacam-se pela inovação tecnológica e sustentabilidade, reforçando a autonomia operacional.
Na conferência da ANACOM dedicada ao 5G em Ação, o Tenente-Coronel Ângelo Silva, chefe da repartição de comunicações da Direção de Comunicações e Informação do Exército, apresentou dois projetos de grande relevo para a modernização tecnológica das Forças Armadas.
Exército Português: 2 projetos: Operações de Apoio Civil e Segurança das Unidades Militares
O primeiro projeto foi dedicado às Operações de Apoio Civil, uma das mais importantes missões do Exército. Para lidar com desastres e emergências, o Exército irá adquirir duas “bolhas” táticas: uma versão portátil, transportável por um militar a pé, e outra instalada em veículos atrelados a geradores. As bolhas operam como redes privadas 4G e 5G (atualmente disponível apenas na versão de veículo atrelado) e têm como função assegurar comunicações robustas, fundamentais para o comando e controlo em cenários adversos. Para além de serem desenhadas para resistir a condições extremas, estas bolhas terão sistemas integrados que suportam serviços de chamadas de voz, vídeo, dados móveis e geolocalização, promovendo a coordenação em operações de grande escala. Para garantir a operação contínua, as soluções energéticas incluem baterias recarregáveis e geradores de energia.
O segundo projeto incide sobre a Segurança das Unidades Militares, utilizando o 5G como pilar central. Inspirado pelo regulamento da ANACOM de 2020 (relativo à atribuição de direitos de uso de frequências para tecnologias 5G), que possibilita a instalação de estações em infraestruturas militares, o Exército iniciou a implementação de células macro e micro 5G, em colaboração com operadores nacionais, contando também com apoio financeiro e técnico do PRR e da AMA, respetivamente. Este sistema reforça a vigilância e a proteção de infraestruturas críticas com uma abordagem inovadora que integra sensores, câmaras de videovigilância e drones.
Os sensores são distribuídos pelo perímetro das unidades e conectados a uma consola central que permite realizar ações de monitorização em tempo real. Na prática, quando uma intrusão é detetada, os militares podem visualizar a área e ativar um drone para investigar o local antes de enviar uma equipa de resposta. Estas unidades autónomas de vigilância aérea são equipadas com docking stations para carregamento automático, permitindo realizar operações contínuas.
Além de reduzir os custos operacionais e melhorar a segurança, esta tecnologia oferece vantagens como a monitorização de áreas de difícil acesso e tem capacidade para realizar análise prévia de ameaças, garantindo que as equipas no terreno estão devidamente preparadas.