As eleições europeias estão cada vez mais próximas, aliás, quem se inscreveu para voto antecipado já o pode fazer a partir de amanhã. Com o mundo digital de suporte às campanhas, estejam atentos aos “deepfake”.
O risco de ciberataques, relacionados com a aproximação das eleições está a aumentar, assim como a indevida utilização de tecnologias “deepfake”, segundo revela a CheckPoint. Não se trata apenas de uma ameaça tecnológica, mas também de um desafio democrático para todos os Estados-Membros
Os “deepfakes” podem ser utilizados para difundir desinformação e manipular a opinião pública, mas existe também a ameaça potencial de ciberataques às infraestruturas dos sistemas eleitorais. Por esse motivo, é necessária a vigilância e a cooperação a todos os níveis para preservar a integridade do processo eleitoral.
As tecnologias Deepfake utilizam a aprendizagem automática e a inteligência artificial para criar ou editar vídeos e gravações de áudio para que pareçam e soem autênticos. As pessoas representadas podem então fazer e dizer coisas que na realidade nunca fizeram ou disseram. No contexto das eleições, esses vídeos podem prejudicar a reputação dos políticos e espalhar notícias falsas e desinformação que podem influenciar as decisões dos eleitores.
No Telegram vendem-se deepfakes por 2 dólares
Existem centenas de canais (aproximadamente 400-500) e grupos no Telegram que oferecem serviços de deepfake, desde bots automatizados que guiam os utilizadores ao longo de todo o processo até serviços personalizados fornecidos diretamente por cibercriminosos individuais. Os preços começam nos 2 dólares por vídeo e, por 100 dólares, pode pagar por mais vídeos e tentativas. Criar conteúdo fraudulento é cada vez mais perturbadoramente acessível.
A clonagem de voz é utilizada para reproduzir a voz humana com uma precisão extraordinária. A altura, o tom e o estilo da voz são analisados para que a IA possa gerar discursos falsos convincentes que imitam fielmente a voz original. Para tal, bastam alguns segundos de áudio de um vídeo online ou de outra gravação. Os preços começam em cerca de 10 dólares para uma subscrição mensal, mas podem subir para as centenas de dólares dependendo da qualidade das funcionalidades fornecidas, como a conversão para discurso em tempo real, menor latência ou acesso a APIs.
A utilização destas tecnologias em campanhas de desinformação representa uma ameaça significativa para as eleições para o Parlamento Europeu e o processo eleitoral pode ser perturbado de várias formas:
- Manipulação de eleitores
- Prejudicar a confiança do público
- Destabilização do ambiente político
- Espionagem
- Dilema legal e ético
Como nos podemos defender?
- Verificar fontes: Aprender a identificar fontes de informação fiáveis e evitar partilhar conteúdos pouco fiáveis que possam manipular amigos e conhecidos.
- Investir na educação: A educação e a utilização de competências de pensamento crítico são fundamentais para combater a manipulação e a desinformação. É útil frequentar workshops ou cursos sobre literacia mediática, por exemplo, para identificar conteúdos falsos.
- Utilizar a tecnologia para uma boa causa: Utilizar as ferramentas disponíveis para detetar deepfake e outros conteúdos manipuladores. As redes e plataformas sociais devem informar os utilizadores sobre conteúdos potencialmente manipulados
- Cuidado com as mensagens não desejadas: Não abrir mensagens de correio eletrónico ou anexos de fontes ou pessoas desconhecidas. Para além de não reagir a essas mensagens, têm de ser apagadas e denunciadas