Hoje em dia a grande maioria das pessoas tem acesso a um computador. E as novas tecnologias estão acessíveis a pessoas de todas as idades e classes sociais. A que mais alicia os Jovens é a Internet e o Jogo Electrónico.
A Internet é um mundo que nos promove a facilitação de muitas tarefas, a comunicação com família, amigos e/ou colegas que estejam em qualquer ponto do mundo, a visualização e partilha de informação de uma forma rápida e simples, entre outros serviços.
Por sua vez, os Jogos Electrónicos estimulam imenso os utilizadores, proporcionando lazer, aprendizagens e também habilidades motoras e cognitivas, como também promovem a socialização, essencialmente nos Jogos Online.
No entanto, cada vez mais, e mais cedo, a aderência dos jovens a esta tecnologia aumenta. Exemplo disso é o facto de 99% das crianças já terem tido contacto com a Internet antes da chegada do Magalhães. Outro exemplo foi o aparecimento do Kudo, que permite a crianças criarem os seus próprios jogos.
Esta aderência também tem os seus aspectos menos positivos, pois o tempo passado na Internet e a jogar se não for regulado e a própria tecnologia não for encarada pelo utilizador como “virtual”, o resultado será a dependência.
As características, segundo a Drª. Kimberly Young, que descrevem a dependência em Internet são:
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Preocupação excessiva com a Internet;
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Necessidade de aumentar o tempo online para ter satisfação;
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Exibir esforços repetidos para diminuir o tempo de uso da Internet;
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Presença de irritabilidade e/ou depressão;
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Quando o uso da Internet é restringido, apresenta labilidade emocional (Internet serve como forma de regulação emocional);
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Permanecer mais online que o programado;
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Trabalho e relações sociais em risco pelo uso excessivo;
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Mentir aos outros a respeito da quantidade de horas online.
Já na dependência dos Jogos electrónicos, Brown aponta como típicos os seguintes comportamentos:
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O jogo torna-se na coisa mais importante da vida do sujeito;
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Sensação de prazer e alívio quando está a jogar;
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Necessidade de jogar por períodos mais longos de tempo;
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O sujeito sente desconforto quando não pode jogar;
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Existência de conflito com outras pessoas, em actividades sociais e com ele próprio…
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Tendência para voltar a jogar excessivamente após uma interrupção.
A dependência destas tecnologias traz consigo consequências que se agravam com o tempo, como por exemplo:
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Má alimentação;
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Desregulamento dos sonos;
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Falta de convívio social;
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Não sair de casa;
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Troca da vida real pela vida “virtual”;
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Baixa auto-estima;
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Falta da prática de desporto;
- Outros.
Esta situação preocupante, principalmente nos jovens, pode ser colmatada através da imposição dos pais, através da limitação de horas online, da criação de actividades sociais, terapia familiar, recolha de informação sobre os riscos e perigos a que estamos sujeitos quando estamos perante um computador (ex.: pornografia infantil) e qual a melhor forma de os prevenir, entre outros.
Já agora lanço-vos um desafio. Respondam ao Teste de Dependência de Internet, desenvolvido pela Drª Kimberly Young, e vejam os resultados!
Fontes:
- Abreu, C., Karam, R., Góes, D.e Spritzer, D., (2008). Dependências de Internet e Jogos Electrónicos: uma Revisão. Revista Brasileira de Psiquiatria. Brasil
- Delicado, A. e Alves, N. (2008). Crianças e Internet: Usos e representações, a família e a escola. Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa
- Veloso, A., e Oliveira R. (2008). Jogos Electrónicos: Distúrbios Psicológicos no Individuo. Campus Universitário de Santiago. Aveiro.
- Young, K., n/d. Internet Addiction Test
- Young, K., 2009. Understanding Online Gaming Addiction and Treatment Issues for Adolescents. Bradford, Pennsylvania, USA