A tecnologia pode ser uma boa solução para pessoas idosas que se encontram em situação de dependência ou isolamento. Com recurso à inteligência artificial, é possível ter no terreno soluções que nos permite estar mais perto e atentos. Já ouviu falar no fantástico programa bapizado de ALICE?
ALICE: a plataforma de monitorização remota de pessoas idosas (com inteligência artificial)
O ALICE, acrónimo de Ageing Longer Intelligent Care Environment, é uma plataforma de monitorização remota de pessoas idosas, em situação de dependência ou isolamento, que recorre à inteligência artificial para fornecer, a utentes e cuidadores formais e informais, indicações de atuação em caso de episódios de descompensação aguda.
Para além desta funcionalidade, o ALICE tem uma importante componente de prevenção, pois, através dos dados recolhidos, a plataforma aprende quais são os padrões habituais dos utilizadores e consegue detetar e informar acerca de todos os desvios registados nas avaliações de parâmetros vitais.
Na aplicação desenhada especificamente para a plataforma ALICE, existe uma área de educação para a saúde destinado a três grupos de utilizadores: utentes, cuidadores e profissionais de saúde.
Cada um dos grupos tem acesso a um conjunto de conteúdos específicos, em multimédia, criados de raiz. Estes conteúdos abordam temas tão distintos como a gestão da hipertensão, a alimentação por sonda nasogástrica ou temas básicos de primeiros socorros. Os profissionais de saúde recebem ainda notificações sempre que são emitidas novas normas pela DGS ou publicadas novas recomendações com relevância para a prestação de cuidados aos idosos.
O ALICE destina-se especialmente a cidadãos com mais de 65 anos, no entanto, todos os maiores de 18 anos que apresentem algum grau de dependência funcional podem beneficiar do ALICE. A plataforma está orientada para atuar em três cenários distintos:
- 1. Apoio à prestação de cuidados de saúde em Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI);
- 2. Apoio à monitorização e prestação de cuidados a adultos que residam no seu domicílio em situação de vulnerabilidade;
- 3. Apoio à monitorização de doentes em regime de acompanhamento por equipas de Cuidados Continuados Integrados.
O ALICE está, neste momento, implementado em dez concelhos do distrito de Évora, abrangendo um total de 867 residentes em ERPI. Prevê-se que, até ao final do ano, sete equipas de Cuidados Continuados Integrados, em parceria com a ARS Alentejo, passem a utilizar a plataforma.