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Reino Unido condena homem que utilizou IA para criar imagens de abuso sexual de crianças

A Inteligência Artificial (IA) oferece uma série de oportunidades, mas espoleta um leque de problemas, também. No Reino Unido, um homem foi condenado a 18 anos de prisão por ter utilizado a tecnologia para criar material de abuso sexual de crianças (em inglês, CSAM).


Um homem de 27 anos criou CSAM, utilizando fotografias de crianças reais e manipulando-as com IA. Hugh Nelson foi condenado por 16 crimes de abuso sexual de crianças, após uma longa investigação policial. Foi a primeira acusação do género no Reino Unido.

Conforme avançado pelo The Guardian, Hugh Nelson utilizou um software de modelação chamado Daz 3D para fabricar as imagens. O programa tem um conjunto de ferramentas de IA, que o homem utilizou para transformar fotografias normais de crianças em CSAM.

De ressalvar que o Daz 3D não cria deepfakes, pelo que não coloca cabeças em corpos diferentes. Por sua vez, Hugh Nelson criou renderizações 3D reais, alimentando o algoritmo com as fotografias dos menores.

 

Imagens “angustiantes e doentias” de crianças

A polícia disse que Hugh Nelson vendeu essas imagens online e que, em vários casos, criou artigos específicos de CSAM, através das fotografias de crianças reais. Segundo a polícia, Nelson ganhou cerca de 6000 euros com a venda das imagens online.

O homem foi apanhado, quando tentava vender imagens a um polícia à paisana, numa sala de conversação.

Na sentença, o juiz descreveu as imagens como “angustiantes e doentias”, e dirigiu-se especificamente a Nelson, dizendo que “parece não haver limite para as profundezas da depravação exibidas nas imagens que estava preparado para criar e exibir a outros”.

Além disso, lamentou que era “impossível saber” se as crianças tinham sido abusadas como resultado das imagens.

As buscas efetuadas pela polícia aos aparelhos de Nelson permitiram encontrar uma série de mensagens de texto em que o homem encorajava as pessoas a abusar sexualmente de crianças com menos de 13 anos.

Os suspeitos e as potenciais vítimas estão, alegadamente, localizados em todo o mundo.

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