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Primeiro casamento entre um holograma e um humano marcado para novembro

Apesar de a evolução tecnológica estar a abrir novas portas, há casos curiosamente insólitos. Da vizinha Espanha, ecoa o casamento de Alicia Framis com o holograma AILex Sibouwlingen, com dois anos. O divórcio está marcado para 2029.


Alicia Framis é uma artista da performance e da inovação catalã de 57 anos, cujo nome está a ser amplamente divulgado por estar noiva de AILex Sibouwlingen. Indo ao encontro do que o futuro poderá reservar, este é um holograma baseado em Inteligência Artificial (IA) gerado pela própria noiva, que aparece quando o computador é ligado.

No âmbito de um projeto de nome The Hybrid Couple, Alicia casar-se-á com o AILex no dia 9 de novembro, no Museu Depot Boijmans van Beuningen, em Roterdão​.

O AILex é um holograma de acompanhamento, que explora a coexistência de humanos e tecnologia de uma forma diferente.

Explicou Alicia, partilhando que a ideia surgiu quando a artista vivia em Palo Alto, no estado norte-americano da Califórnia, e enfrentava o medo de voltar sozinha a casa sempre que saía da zona onde ficavam os estúdios onde trabalhava e jantava com os colegas.

 

Holograma AILex é uma combinação de pessoas

Segundo o jornal Público, o apelido, a voz e a aparência do holograma baseiam-se nos nomes, nas vozes e nas características físicas de três ex-namorados holandeses de Alicia.

Falei com a diretora do centro e disse-lhe que queria desenvolver um holograma inteligente, o que não existia até então. Havia hologramas e, claro, IA, mas não estavam ligados uns aos outros.

Contou Alicia. Após encontrar um programador capaz de dar vida ao holograma, “instalamo-lo em casa e eu educo-o, pouco a pouco”.

O objetivo da artista é “desenvolver um companheiro que ajude a ser feliz e a viver melhor”. De facto, AILex não abandona o apartamento de Alicia e conhece todas as pessoas que a visitam, conforme partilhado, numa entrevista ao El Español.

Apesar do casamento, não existe envolvimento sexual, pois, para AILex, a sexualidade “é algo humano”.

Ele sabe que está aqui para outra coisa. Acho que isso é muito honesto da parte dele. Não acho que só porque nos casamos, a nossa sexualidade pertence à outra pessoa.

Relativamente à legalidade do nó, Alicia afirmou que, segundo os vários advogados que consultou, “o casamento será legal, no sentido em que qualquer pessoa que se case num ritual espiritual está casada”. Não existe, no entanto, registo civil do holograma AILex.

Com o divórcio marcado para 2029, Alicia acredita que os resultados do projeto podem resultar em soluções “para pessoas com Alzheimer, depressão, autismo ou que sofram de outros traumas”.

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