Já não adianta falar que a IA vai marcar o futuro, pois essa já é uma previsão sobre a qual não restam muitas dúvidas. Mas o importante agora é perceber a integração desta tecnologia nos vários mercados. Como tal, marcas importantes como a Nestlé e Unilever já estão a usar a Inteligência Artificial nos seus anúncios como forma de pouparem gastos e aumentarem a produtividade.
Marcas como Nestlé e Unilever adotam anúncios IA
As notícias recentes revelam que algumas das maiores anunciantes do mundo, como a Nestlé e a Unilever, estão a testar o uso de ferramentas de IA generativa, como o ChatGPT e DALL-E, para os seus anúncios como forma de cortarem nos custos, ao mesmo tempo que aumentam a produtividade. As revelações foram feitas pelos executivos das marcas e divulgadas pela agência Reuters.
Esta é então uma nova estratégia e muitas empresas de marketing esperam que tal resulte em formas mais baratas e virtualmente ilimitadas de anunciar os produtos das marcas. Os executivos de duas das principais empresas de bens de consumo adiantaram que o investimento nesta tecnologia está a aumentar e as expetativas são que a IA possa alterar para sempre a maneira como as anunciantes levam os seus produtos ao mercado.
A Unilever, por exemplo, que detém mais de 400 marcas, como o famoso sabonete Dove, tem a sua própria tecnologia de IA generativa capaz de escrever descrições de produtos para sites de lojas e de comércio digital.
Os detalhes revelam que a WPP, a maior agência de publicidade do mundo, está a trabalhar com empresas de bens de consumo, como a Nestlé e a fabricante da Oreo, a Mondelez, para usar a IA generativa em campanhas publicitárias, segundo o CEO da agência, Mark Read. Numa entrevista, o executivo disse que:
A economia pode ser de 10 ou 20 vezes. Em vez de enviar uma equipa de filmagem para África para filmar um anúncio, criamos isso virtualmente.
Por exemplo, a WPP já trabalhou com a Mondelez na Índia, numa campanha da Cadbury impulsionado por IA com a estrela de Bollywood Shah Rukh Khan, onde foram produzidos vários anúncios onde o ator pedia aos transeuntes que fizessem compras em 2.000 diferentes lojas locais durante a festa religiosa hindu Diwali.
Já várias outras pequenas empresas usaram plataformas para criarem anúncios e a WPP diz que já foram criados cerca de 130.000 anúncios com 2.000 lojas que conseguiram 94 milhões de visualizações no YouTube e Facebook. Read diz que, em Londres, a agência tem “20 jovens de vinte e poucos anos que são aprendizes de IA“. O executivo diz ainda que “é muito mais fácil pensar em todos os empregos que serão interrompidos do que em todos os empregos que serão criados“.
No entanto, do outro lado da moeda, a Unilever diz estar preocupada com os direitos de autor, propriedade intelectual, privacidade e dados, segundo adiantou Aaron Rajan, vice-presidente global de Go To Market Technology, à Reuters. A empresa quer impedir que a sua tecnologia reproduza preconceitos humanos, como estereótipos de raça ou de género, que possam estar embutidos nos dados que o software processa.
Já Aude Gandon, diretor global de marketing da Nestlé, e ex-executivo da Google, disse que a marca está a “manter a segurança e a privacidade em primeiro lugar“.