Os dispositivos móveis estão cada vez mais na nossa vida, servindo para todo o tipo de utilizações como jogar, ver filmes ou ler.
Mas poderá a utilização dos ecrãs influenciar a interpretação de um texto?
Os smartphones, tablets e computadores são hoje ferramentas bastante importantes para a propagação e leitura dos mais diversos tipos de informação, desde o mais casual até aos textos científicos.
No entanto, naqueles textos onde a atenção deve ser redobrada, sempre existiu a dúvida se os meios digitais seriam a melhor ferramenta para compressão face à leitura em papel.
Estarão os ecrãs a influenciar a interpretação de textos?
Segundo um estudo de uma equipa de investigadores da Universidade da Pensilvânia, os adultos que passam bastante tempo a utilizar dispositivos eletrónicos têm tendência a interpretar pior os textos científicos, quando comparado aos adultos que utilizam mais o papel. Isto deve-se ao facto de que as pessoas que utilizam ecrãs durante várias horas (a ler, escrever ou jogar) apenas captam pequenos conjuntos de informação, em vez de a captar de uma maneira mais alargada.
Para este estudo participaram centenas de adultos, recrutados via Amazon Mechanical Turk, que deram informações sobre os seus hábitos de utilização de dispositivos eletrónicos. Foi-lhes pedido que lessem 8 diferentes tipos de artigos científicos de várias áreas. Após a leitura, era feito um questionário de 10 escolhas múltiplas sobre o artigo e era pedido que organizassem termos chave por grupos, com o objetivo de perceber a compreensão de cada participante e a relação que faziam entre conceitos. Os investigadores optaram por utilizar textos científicos, visto que este tipo de textos obriga a uma leitura mais atenta e a uma interligação constante de conceitos e teorias.
Scientific reading is different from casual reading, and it requires the reader to put the science concepts together in a way different from putting stories and plots together
No entanto, Ping Li, um dos professores responsáveis pela equipa, diz que não é contra a utilização deste tipo de dispositivos nas escolas, sendo até um defensor da aprendizagem digital. Com este estudo pretendeu demonstrar como os ecrãs podem ter um efeito negativo na compreensão e como é necessário encontrar alternativas para minimizar estes efeitos, como as ferramentas de visualização 3D.
Concluído este estudo, a equipa de investigação vai agora tentar compreender como cada tipo de ecrã influencia a leitura. Para Ping Li, os ecrãs e-ink dos Kindle assemelham-se mais ao papel que os ecrãs do iPad.
Prefere ler em dispositivos móveis ou em papel?