Este novo Windows Mobile, ou melhor, este Windows Phone 7 (WP7) veio como uma lufada de ar fresco para a Microsoft que há muito tempo precisava de um sistema operativo para dispositivos móveis capaz de enfrentar os seus concorrentes.
Como há muito anunciado, na MWC em Barcelona foi finalmente apresentado ao público esta nova plataforma, que ao contrário do que vinha sendo habitual no Windows Mobile, parece-me mais vocacionada para redes sociais e menos para uso profissional. Para além disso esta plataforma tornou-se mais limitada (já lá vamos), muito mais exigente e com uma interface totalmente renovada.
Novidades
Praticamente tudo é novidade neste Windows Phone, e daí o nome Windows Mobile ter sido deixado para trás. É o início de algo novo e como tal, precisava de um nome novo. O próprio kernel é novo (Windows CE 6), o mesmo utilizado pelo Zune HD. Depois a grande novidade é a sua completa interface que potencia o toque, algo que não estava completamente aprimorado no Windows Mobile.
Hardware
Quando há pouco vos falei em limitações, falava nisto. Enquanto no Windows Mobile, existiam dispositivos dos mais variados tamanhos e tipos, agora a Microsoft é mais exigente com o hardware. Todos os dispositivos WP7 deverão ter:
- Grande ecrã WVGA com uma única resolução;
- Cinco botões físicos (Pesquisa (Bing), retroceder, start, câmara e On/off);
- Multitouch;
- CPU e GPU específicos, a começar pelos processadores Qualcomm Snapdragon;
- Wifi;
- AGPS;
- Acelerómetro;
- Rádio FM;
- Câmara de alta resolução;
Isto, é claro, levanta uma série de questões e reduz em grande parte o número de dispositivos que podem suportar esta plataforma. Neste momento, apenas um smartphone tem todas as características que a Microsoft considera essenciais para correr o WP7: O HTC HD2. Outra limitação, e esta também um pouco estranha, é a fraca personalização, até por parte dos fabricantes. Podemos assim dizer adeus à tão famosa Sense UI, que tentou pôr o Windows Mobile num patamar que poderá alcançar agora com o Windows Phone 7.
Pessoas
Esta é, sem dúvida, a palavra de ordem do WP7 e quanto a mim, foi a pensar na quantidade de updates de pessoas que recebemos por dia que a Microsoft arquitectou este WP7. Podemos ver as fotos das pessoas, encontrar os updates dessas pessoas em diversas redes sociais, entre muitas outras coisas que envolvem pessoas (inclusive mandar mensagens e telefonar). É claro que isto só é possível graças a um sistema que permite uma total integração com as redes sociais, como o Facebook.
Interface renovada
Toda a UI é completamente nova e muito parecida com a do Zune HD. Devemos ver um Zune HD e um smartphone com WP7 da mesma maneira que um iPod Touch e um iPhone. Isto claro em relação ao Sistema Operativo e respectiva interface. O Homescreen é bastante interessante com os live feeds e a informação a chegar a todo o momento. A interface do E-mail é também nova e, diga-se de passagem, muito mais intuitiva.
Xbox LIVE
Esta parte tem muitas potencialidades mas ainda está muito “verde”. Tanto a Xbox LIVE como o Marketplace ainda devem estar a ser bem planeadas, e deverá ser levantado um pouco o véu na MIX10. Aproveito também para falar no SDK, que também deverá ser disponibilizado em Março, na MIX10 (e faz todo o sentido).
Office e a Interface
Como podemos ver, a interface funciona como um todo. É claro que o Office não poderia ser excepção. Ainda não existe nenhuma demo, pois até ao Natal (data prevista para o lançamento de equipamentos com o Windows Phone 7) ainda há muito tempo, mas é claro que principalmente para as pessoas habituadas ao Windows Mobile, o Office é algo que não pode faltar. Acredito que seja feita uma versão muito especial e sobretudo diferente da já existente para Windows Mobile.
O Bing e a Pesquisa
Apesar do Bing em Portugal (e não só) deixar muito a desejar, este é o motor de busca padrão e tem direito a uma tecla dedicada e a uma forma de pesquisa diferente. Podemos pesquisar na Web, locais e notícias. Esperemos então uma melhor experiência no Bing em geral para que o WP7 não desiluda neste aspecto. Para além do Bing, a tecla de pesquisa serve também para pesquisar dentro do dispositivo, como mensagens ou contactos.
Conclusão
Em primeiro lugar quero salientar que o Windows Phone 7 Series não passa de uma demo. Uma demo que só deixa de ser demo em Dezembro. É claro que ainda existem arestas por limar e funcionalidades por terminar, mas isso é perfeitamente normal.
Quanto à plataforma em si, está bem conseguida, muito fluída e agradável, muito simples também. Aponto talvez para o Marketplace, algo que pode fazer a diferença. Se a Microsoft conseguiu uma completa integração da interface nas aplicações, então teremos uma experiência muito agradável. Resta saber no âmbito empresarial como vão correr as coisas e como vai ser recebido este novo Windows Phone 7 Series.