O clima tenso gerado pela publicação das caricaturas de Maomé num jornal dinamarquês não se vive apenas nas ruas, mas também na web. Uma comunidade de hackers está agora a mostrar o seu desagrado nos sites ocidentais que publiquem os cartoons da discórdia.
A reacção de alguns muçulmanos às caricaturas de Maomé, publicadas pelo jornal dinamarquês “Jyllands-Posten“, já chegou à internet.
Segundo noticia o “El Mundo“, existe uma comunidade de hackers que tem mostrado o seu desagrado na web, atacando sites essencialmente dinamarqueses. De acordo com o relatório publicado no Zone-H, até agora foram reportados mais de 600 ataques a páginas web.
Segundo o diário espanhol, o referido site, que se auto-denomina como «observador independente do cibercrime» , refere ter detectado um aumento significativo de hackers provenientes da comunidade muçulmana. «Nos últimos dias manifesta-se, mais do que nunca, a existência na internet de uma “nação islâmica”, a Ummah». Os piratas informáticos atacam os sites ocidentais substituindo o conteúdo original por mensagens, algumas das quais extremistas e com ameaças de morte.
Citado pela BBC, Roberto Preatoni, fundador e administrador da Zone-H, confessou nunca ter observado «tantos ataques politicamente motivados em tão curto espaço de tempo» . «O que é extraordinário nesse caso foi a rapidez com que a comunidade se mobilizou» , observou aquele responsável. Preatoni disse ainda que, após uma monitorização a salas de chat específicas de hackers, foi verificada uma uma mobilização de piratas informáticos de vários países como a Turquia, Arábia Saudita, Jordânia e Indonésia.
O “El Mundo” noticia ainda que os tunisinos estão a receber nos seus telemóveis várias mensagens de repúdio pela publicação das caricaturas e apelos ao boicote de produtos provenientes da Dinamarca.
