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Tecnologia móvel pode ser a chave para conter Ébola em África

O “rastreio de contactos” tornou-se num termo conhecido, à medida que o mundo aprende mais sobre a crise Ébola e como conter este vírus ainda sem uma cura.

Foi através deste método, do rastreio de contactos, que as autoridades conseguiram chegar até ao liberiano, Thomas Eric Duncan e daí conseguiram informá-lo que ele e a sua equipa haviam sido expostos ao vírus Ébola, que de alguma forma entrou em contacto com ele. Duncan morreu num hospital de Dallas, no Texas, no dia 8 de Outubro.

Isto significa que há uma urgência em usar as tecnologias para chegar às pessoas sem entrar em contacto directo com elas… a tecnologia móvel pode ser a chave para conter o Ébola em África.

O especialista em doenças infecciosas Dr. Joel Selanikio, diz que o tempo é da essência na obtenção de comunicação para as pessoas em situação de crise como a crise do Ébola.

Recolha de dados móvel

A empresa de Dr. Joel Selanikio, Magpi, utiliza um sistema mobile de recolha de dados e uma ferramenta de software de mensagens que agiliza a informação vital para as pessoas em África e noutras regiões do mundo, em situações de crise.

“O que a Magpi faz é reconhecer que no âmbito da saúde global, por exemplo, durante este surto de Ébola, há uma grande quantidade de informação que precisa ser recolhida”, disse Selanikio.

“Tenho a certeza de que, nesta altura, os ouvintes e telespectadores já ouviram falar de rastreio de contactos, algo que eu acho que muito poucos americanos conheciam antes do caso em Dallas. A única coisa que deveria ter acontecido em Dallas, além de tratar o pobre homem com Ébola, (referindo-se a Thomas Eric Duncan, que já faleceu), era rastrear todos os que possam ter entrado em contacto com ele”, explicou o especialista em doenças infecciosas.

Este especialistas explicou ainda que ao rastrear essas pessoas, o CDC desenvolve uma base de dados que recolhe as informações e o vasto historial de cada pessoas detalhando tudo o que possa ser útil, mas também deverá ter a funcionalidade de monitorizar algumas alterações que possam ocorrer ao longo do tempo.

Call Center na cidade de Monrovia, onde as pessoas podem ligar para obter informação e participar algum caso suspeito da doença.

“E, infelizmente, na maioria dos casos, e tenho certeza que em quase todos os casos, na África Ocidental, actualmente, estas actividades do mesmo tipo de contactos e até mesmo outro tipo de recolhas de dados, são feitas em papel”, disse Selanikio.

“Agora podem imaginar com o inacreditável tempo da situação actual que temos com o Ébola, gastar três dias a escrever toda essa informação num computador não é suficiente.”

 

Resposta ao Ébola e os telefones móveis

Assim, uma resposta que poderia resultar, passa pela utilização dos telemóveis. A recolha de dados é muito mais rápida, a propagação da informação muito mais expedita e o contágio poderá ser rapidamente travado.

Em termos de utilização, segundo Selanikio, toda a população da África Ocidental, tem um telemóvel e provavelmente há cidades com 100% de utilização de um telemóvel. No interior, há provavelmente uma taxa de 40 ou 50% de utilização dos telemóveis, mas todos têm forma de ter acesso a um, explicou o especialista.

Assim, a chave para conter o Ébola realmente poderá estar na utilização de dispositivos móveis, rastrear os contactos, disseminar rapidamente a informação e propagar dados em vez de demorar eternidades a recolher, compilar a escrever em bases de dados nos computadores. A velocidade do contágio exige métodos rápidos e eficientes, é aqui que a tecnologia poderá fazer a diferença.

Via Voice of Africa

A doença apareceu pela primeira vez em 1976, no Sudão e no actual Congo, numa vila próxima do rio Ébola , daí seu nome.

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