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Serão os computadores máquinas de jogos?

Os computadores nos seus primórdios não eram mais que máquinas pouco atractivas para o comum dos mortais, caras, maçudas, que serviam para facilitar uma ou outra função mas mais virados para a vertente empresarial.

Era necessário um técnico altamente especializado sempre que o computador tivesse algum erro ou problema, as pessoas precisavam de uma curta formação para poderem utilizar um “Amiga”, ou um qualquer pc com sistema operativo DOS e ter um manual jeitoso ao lado com todos os comandos.

Tenho um exemplo na família e certamente muitos de vós também terão: a minha mãe trabalhava num consultório quando os computadores apareceram. Ela e todas as colegas, tiveram formação e mesmo assim a maioria das colegas dela desinteressaram-se por completo dizendo que aquilo era “chato” ou complicado, etc.

Esta atitude estava a afastar a promissora indústria dos computadores do consumo caseiro. O verdadeiro motivo da explosão dos PC’s no mercado deveu-se em muito, ou mesmo em grande parte, ou novo universo dos jogos!

Ninguém na altura sabia o que eram jogos virtuais. Depois, as consolas começaram a aparecer em força no mercado na década de 80 e os computadores começaram a trazer sistemas operativos que em alguns casos até já traziam jogos de cartas.

Um dos primeiros a fazer isto foi a Macintosh. O nosso “amigo” Bill Gates viu o potencial e virou-se para todos os lados: utilizadores caseiros com um software mais atractivo com janelas, e utilizadores empresariais com software melhorado, melhor aspecto e mais simplicidade (a simplicidade possível na altura). Computadores como os “Amiga” que trabalhavam com disquetes e ram começaram a ter jogos à venda no mercado, uma disquete com um jogo, como Tetris, Pong para pc, Lemmings e os típicos jogos de carros em 2D.

Aos poucos os computadores começaram a correr jogos, a indústria começou também a ver o potencial das máquinas e começaram a sair coisas mais complexas, o mercado teve que se adaptar e começar a aumentar as performances para que aos poucos se chegassem ao 3D num pc caseiro, com bom desempenho e um preço mais acessível.

Mais e melhor RAM, com mais velocidade e menos tempo de acesso, os processadores a evoluir sem precedentes, como assistimos de ano para ano. A cada 6 meses sai um dispositivo novo com mais 20% de performance que o anterior.

Em 1995 a Microsoft lança o DirectX que chega em peso a partir da versão 5 para o Windows 98 com um suporte muito melhor e mais preparado para correr jogos nesse sistema operativo, com processadores que já permitiam jogos mais complexos e elaborados. O DirectX tornou-se por muito tempo o rei da virtualização, destronando o OpenGL que era utilizado como motor principal para gráficos desde 1992.

Ainda hoje é mantido como alternativa ao DirectX mas evoluiu pouco, se não me engano ainda está na versão 2,1 e tem bastantes limitações, é mais usado para jogos antigos ou computadores com problemas de compatibilidade.

Hoje em dia ninguém irá comprar um computador com uma motherboard topo de gama que permite emparelhar gráficas em SLI com 1GB de DDRIII por um balúrdio se não for para jogar.

Os ecrãs seguiram o mesmo caminho, evoluíram e tornaram o LCD mais puro e refinado, permitindo uma imagem limpa onde a cada dia se batem recordes de resolução e mínimo tempo de resposta.

As maiores feiras de apresentação de produtos informáticos e software do mundo como a “E3” vivem dos jogos e da evolução dos computadores.

A indústria dos computadores pessoais, é outro exemplo, portátil ou desktop, os computadores que o utilizador comum utiliza começam agora a sair no mercado com características mais “soft” apenas para trabalho; um bom exemplo são os novos computadores como o Acer Aspire que fazem o necessário para que alguém trabalhe, de forma actualizada, moderna, com wireless e uma bateria decente e são o mais compacto possível.

De resto, qualquer portátil acima dos 900€ poderia ser considerado altamente inútil se não fosse pela possibilidade de poder correr uma aplicação mais “pesada”, por exemplo um jogo, que utiliza o ultimo DirectX, ou até mesmo aplicações como o Google Earth.

Se pensarmos bem os grandes argumentos para a evolução dos computadores devem-se aos jogos.

A evolução dos ecrãs, da memória, dos processadores e o consumo inerente, do sistema de refrigeração, sim sim, até isto teve de melhorar, hoje em dia qualquer um pode escolher (dependendo do orçamento disponível) entre refrigeração a ar, liquido, entre outros menos conhecidos como os chillers mais utilizados por overclockers.

Uma ligeira cronologia do passado recente e da evolução explosiva dos jogos e da informática nos últimos anos: Os jogos começaram a disparar depois de 1999, devido ao aparecimento em peso de melhores gravadores de cds ligeiramente mais acessíveis já com 4 e depois 8 velocidades.

Os cds regraváveis tinham começado a aparecer em 1998 e a pirataria de música disparou.

Em 1999 aparece a primeira placa gráfica “decente” a Nvidia GeForce que deita por terra a placa lançada pouco antes, a RIVA TNT e TNT2. Esta GeForce 256 utilizava SDRAM.

Concorrentes como 3dfx Voodoo 5 e PowerVR série 3 aparecem e começa uma guerra por ficar no trono do mercado de placas gráficas (até hoje ninguém aqueceu o trono). A concorrência trouxe mais performance, melhores preços, melhores produtos, mais informação.

Em 2003 a Intel lança processadores com multithreading que permitia um bom desempenho ao kernel do sistema operativo, uma separação de tarefas e melhor desempenho de jogos. O aparecimento do processamento multi-tarefa foi mais uma invenção virada para este mercado e pouco tempo depois começam os testes com dual core que agora estão no mercado e são o topo do processamento.

A GeForce tem o seu pico na série 8 e a AMD promete com as ATI.

Hoje fazem-se sistemas operativos, que começam a utilizar as potencialidades dos jogos com ambientes em 3D, ambientes de trabalho em cubo ou outras formas parecidas, sistemas como o Windows Vista tiram partido do poder das placas gráficas, tal como o Ubuntu com um pequeno “addon”.

Neste texto não abordei as consolas, isto porque tanto as mais modernas como as mais antigas, fundamentalmente, estamos a falar de um computador dedicado ao jogos. Estas dependem da evolução dos computadores, pois é do desenvolvimento destes componentes que levam ao refinamento das consolas.

Este artigo está virado apenas para a evolução dos computadores através dos videojogos e não aborda diversas outros aspectos altamente significativos, como melhorias nas comunicações, placas gigabit, ADSL, ADSL2+, broadband, fibra óptica (na calha pela mão da Clix), placas de som, placas de vídeo entre muitos outros componentes.

Conclusão, os computadores são antes de mais potentes máquina de jogos, depois podemos dizer que software de alto desempenho como AutoCAd, edição de vídeo e edição gráfica, utilizam também estes recursos,

Para a Internet, Office, leitor de DVD’s/CD’s e cliente de e-mail, uma máquina com 10 anos serve perfeitamente.

NOTA: Este artigo, foi desenvolvido por Paulo Ribeiro para o Pplware

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