Foi na passada quarta-feira que a Samsung se juntou à Universidade Lusófona para promover o primeiro Seminário sobre Smart TV Development. O evento pretendeu demonstrar a importância deste novo canal de comunicação para as marcas e também as principais tendências na criação de apps para os equipamentos Smart TV.
O Pplware esteve no público e assistiu às apresentações de Pawel Buczynski, Jakub Sadlowski e Paweł Pruszkowski, Engenheiros de Software da Samsung Electronics R&D Institute da Polónia, que conduziram este seminário.
Antes de partir para as Smart TVs, Pawel Buczynski começou por fazer uma retrospectiva ao caminho traçado pela televisão, desde os seus primórdios em 1920 até aos dias de hoje, em que uma TV é muito mais que um simples aparelho que mostra imagens em movimento.
O grande salto em termos da aproximação das TVs tradicionais às Smart TVs deu-se nos anos 70, quando o teletexto foi inventado. Sim, o teletexto nasceu no Reino Unido nos anos 70, mas só na década de 90 chegou a Portugal pela mão da RTP. Se pensarmos bem, o teletexto não é mais do que uma TV com acesso a conteúdos informativos e de entretenimento que são transmitidos à TV através do próprio sinal.
Muito mais tarde, em 2007, a Samsung lança a InfoLink TV. Não é mais do que uma televisão com ligação a feeds RSS contendo notícias,previsão do tempo e até mesmo variações da bolsa. É nesta fase que pela primeira vez, a televisão é ligada à Internet.
A apresentação da InfoLink TV da Samsung na CES 2008. Fonte: Youtube
O novo conceito “Smart TV” surge apenas em 2010. Já se ouvia falar em “IPTV”, “Web TV”, enfim, uma televisão que estivesse ligada à Internet. No entanto, a Smart TV é muito mais que isso, aquilo que a distingue é a inclusão de aplicações, as chamadas “apps”, afirmou Buczynski. Existem apps de notícias, video on demand, jogos, e cada vez mais se popularizam as apps smart content, por exemplo as de desporto e saúde, bem como as chamadas Lol content, com conteúdos divertidos.
A forma de interagir com as televisões também evoluiu – agora temos câmaras, ratos, teclados, microfones que se podem ligar às TVs, mas virtualmente qualquer dispositivo de hardware pode ser reconhecido, seja por USB, rede wireless ou DLNA.
Para o desenvolvimento das aplicações das Smart TV já existem uma série de tecnologias e standards disponíveis, fortemente assentes em plataformas web. Programar para uma Smart TV é como programar para um servidor HTTP, o esquema de pedido-resposta é muito similar, mostrou-nos Buczynski.
Por fim, houve também oportunidade de mostrar à audiência exemplos de aplicações possíveis de desenvolver, pequenas “brincadeiras” que não são muito complicadas de codificar, mas que podem ser a base de aplicações muito lucrativas.
Buczynski mostrou uma aplicações que tiravam partido do single sing-on utilizando o Facebook Conect e explicou que a própria SDK já inclui coisas como um teclado QWERTY e com reconhecimento de voz integrado. Como é fã de aplicações multi-ecrã, mostrou também um jogo de dominó que podia ser jogado com 4 amigos, cada um vendo no seu smartphone as peças de dominó que tinha disponíveis para jogar. Para terminar a demonstração, mostrou aplicações que tiravam partido do reconhecimento gestual e ambientes 3D em WebGL, com uma galeria de imagens e um Tetris 3D com gestos.
A grande vantagem, afirmou Buczynski, é a facilidade do desenvolvimento de aplicações para estas televisões – como utilizam tecnologias web, o desenvolvimento pode ser feito e testado num browser normalísimo e a portabilidade para a Smart TV é garantida.
Já tem ou pensa adquirir uma Smart TV?