Hoje é Dia Mundial da Água e para marcar este dia a organização ambientalista ZERO lançou as conclusões de um estudo que revelam que quase um terço da água da torneira não é cobrada, o que significa perdas na ordem dos 235 milhões de euros por ano para municípios.
Conheça as entidades mais e menos eficientes.
De acordo com a organização ZERO, cerca de 30% da água captada, tratada, transportada, armazenada e distribuída, e que corresponde a 242 milhões de metros cúbicos/ano, não chega a ser faturada aos utilizadores, o que equivale a perdas económicas estimadas pela ZERO na ordem dos 235 milhões de euros/ano.
De salientar ainda que no conceito de água não faturada inclui-se a utilização ilegal, as perdas reais, por roturas ou por má utilização, bem como as ofertas deste recurso natural a entidades ou a cidadãos, sem qualquer registo ou transparência.
Os mais e os menos eficientes
No âmbito do estudo foram analisadas 256 entidades gestoras, isto é, Municípios ou empresas, privadas ou públicas.
Na lista dos menos eficientes, o município de Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança, é aquele com perdas de água de maior dimensão, com 77,3% do total (11.658 alojamentos), em segundo lugar estão Amarante, Arouca, Baião, Celorico de Basto e Cinfães, com gestão da Águas do Norte, em resultado da parceria entre o Estado e os municípios, com perdas de 75,1% (72.659 alojamentos), e em terceiro a autarquia de Cabeceiras de Basto, no distrito de Braga, com 73,8%.
Na lista dos mais eficientes a Infraquinta aparece na primeira posição com perdas que não ultrapassam 6,3%, seguida da EPAL (322.813 alojamentos), da região de Lisboa, com 8,5%, e da Indaqua Santo Tirso/Trofa (40.317), com 10,7%.
Um outro dado preocupante prende-se com o facto de 754 383 alojamentos continuarem a não estar ligados à rede (14% de um total de cerca de 4,5 milhões de alojamentos existentes com serviço efetivo), porque os mesmos não estão habitados ou porque possuem origens alternativas de água (furos, poços, etc.).
A maior parte dos Municípios continua a não apresentar, nos seus relatórios de gestão anuais, os dados económico-financeiros pormenorizados relativos ao serviço de abastecimento de água para consumo. Esta má prática não permite conhecer qual o grau de subsidiação municipal do preço da água pago pelos munícipes, pelo que se exige um esforço de normalização contabilística que obrigue a que haja maior detalhe e transparência na disponibilização dos dados sobre custos e proveitos dos serviços.
Via ZERO