Richard Stallman é o principal rosto do purismo que existe no software livre. Mas embora para ele uma sociedade ideal fosse aquela que não dependesse de software proprietário, sabe que a tarefa de substituir tal software por alternativas livres está longe de se concretizar. Mas o Guru não desiste e além de manter sobre fogo cerrado a Microsoft, aponta agora armas à Apple.
O carismático líder do movimento GNU, deslocou-se a Espanha onde deu uma palestra falando da cultura por detrás do software livre, mas obviamente a vertente proprietária nunca está ausente dos seus discursos. Segundo o mesmo:
Se o software não respeita a liberdade e a solidariedade social da comunidade, deixa as pessoas divididas e impotentes, é uma injustiça que as pessoas não possam estudar o software que usam.
Richard Stallman não é aquela pessoa que se possa dizer um aficionado das novas tecnologias, embora isto possa parecer contraditório. Segundo ele, não tem um telemóvel devido a se tratar de um dispositivo “espião” que serve para controlar as pessoas e diz que jamais comprará um iPod. Não prescinde, no entanto, de ligar-se regularmente à internet.
Quanto às posições que sempre teve relativamente à Microsoft, ele não as encara como um fator pessoal:
Não é nada de pessoal, mas essa empresa faz mal à sociedade e não deveria existir. Isto porque o software não é apenas e só o que eles fazem, pelo que poderiam se dedicar a outras coisas.
Mas quem pense que Stallman vê a Apple com melhores olhos, pense então duas vezes, eis o que o guru do software tem a dizer da empresa de Cupertino:
A Apple é muito mais malévola e mais restritiva que a Microsoft, já que limita inclusive o direito de executar aplicações. Ela faz crer às pessoas que é “cool” possuir os seus produtos e realiza jogos de marketing, de modo a não parecer mal aquilo que faz.
O ativista (como gosto de ser chamado), faz ainda críticas bastante cáusticas aos governos das principais economias, no sentido de terem como dever incutir uma cultura maior de formação do software livre em escolas e colégios de modo a influenciar a sociedade a não estar sobre alçada dos jogos das grandes empresas produtoras de software proprietário.
Parece-nos uma tomada de posição de Stallman que já era esperada, já que a Apple devido ao crescimento abrupto que tem registado nos últimos anos, era um alvo de Stallman que estava mesmo à espera de ser atingido. O mais curioso é que apesar da Apple estar envolvida em alguns projetos open source isso não a impediu de ser altamente criticada. Mas nada seria de esperar, afinal a Microsoft também já contribuiu para o kernel do Linux.