É uma reportagem exclusiva do Daily Mail, que fotografou e filmou um complexo habitacional onde moraram, de forma miserável, operários de uma empresa que trabalhou para a Apple.
As imagens são chocantes e mostram como viveram, de forma desumana, trabalhadores que geraram milhões de dólares em lucro para a gigante norte americana.
Salários de 317 euros e renda de 20 euros por condições miseráveis
As imagens e o testemunho recolhido, dentro dos misteriosos dormitórios, mostram agora um complexo deserto onde os trabalhadores de uma empresa que fabricava o iPhone 6 da Apple viviam.
O relato fala em situações desumanas, de espaços exíguos, sobrelotados, sujos e com zonas de banho que seriam usadas em grupos de 20 pessoas em simultâneo nos chuveiros comuns.
Este complexo Shanghai Kangqiao, fora de Shanghai, era onde os operários moravam, após 12 horas a trabalhar. Contudo, este ‘luxo’ ainda lhes era cobrado! 20 euros por mês que lhes saía do salário, do pequeno salário de 250 libras, o que corresponde a cerca de 317 euros por mês.
Viviam 8 pessoas num quarto de 4, conviviam com esgotos a céu aberto e com total falta de privacidade. Seriam mais de 6 mil trabalhadores que deixaram este sítio à pressa, largando para trás uma realidade agora bem conhecida.
Pegatron, a empresa que contratava os operários
A estrutura não deixa mentir sobre o que lá se passava. Mofo e bolor trepam as paredes das casas de banho comuns e os quartos minúsculos, austeros estão agora repletos de camaratas desocupadas do abandono. Este é, sem dúvida, um dormitório sinistro onde os migrantes, muitos deles pobres camponeses, estavam até agora integrados ao serviço da empresa que fabricava produtos Apple.
O canal britânico de informação MailOnline teve acesso exclusivo a 4 blocos de apartamentos, onde os migrantes operários da Apple, contratados pela empresa de Taiwan, a Pegatron, eram obrigados a morar, isto até há 8 semanas atrás quando abandonaram estas instalações.
Turnos de 12 horas para fabricar o iPhone 6
Consta que durante o fabrico do iPhone 6 estariam alojados no complexo cerca de seis mil pessoas, mil das quais foram mandadas embora depois no feriado do ano novo Lunar em Fevereiro, enquanto os outros foram transferidos para dormitórios no complexo principal da fábrica. Depois, muitos foram mandados embora já em meados do processo do iPhone 6s.
As linhas de produção da Pegatron tinham turnos de 12 horas, depois eram enviados para os dormitórios, sítios sombrios onde teriam de esperar para o seu próximo turno.
Mas tudo mudou muito de repente em Fevereiro passado, não houve aviso, aproveitando o feriado do ano novo. Depois há um catapultar de novas informações de mercados, com o anúncio em Abril passado da queda das vendas do iPhone de 16% e que a perda de lucros poderia estar, de alguma forma, relacionada com este êxodo porque já não havia trabalho suficiente para tantas pessoas.
A produção do iPhone é dividida entre a Pegatron e a Foxconn, esta última ainda emprega cerca de 50 mil trabalhadores, migrantes, que também vivem nos dormitórios, dentro dos seus complexos fabris. Em tempos também já ouvimos falar em muitos problemas, desde suicídios a este tipo de sub condições.
Na página do MailOnline existe uma vasta compilação de imagens que comprovam que a empresa de Cupertino terá de “subtrair” aos seus lucros, pois os milhões que estão no somatório final… têm um custo tremendo no que toca a condições de vida, segundo o que está aqui relatado neste artigo.