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Regras de segurança da Apple deixam iPad herdado inutilizável

… E nem o testamento nem a certidão de óbito da falecida valeram de prova ao herdeiro.

A Apple recusou-se a quebrar as suas regras de segurança perante o caso de uma mãe que morreu e deixou como herança o seu iPad aos filhos. Não possuindo estes as credenciais de acesso, exigidas pela empresa para procederem ao desbloqueio do equipamento, a Apple exigiu uma declaração de consentimento assinada pela falecida.

Há cerca de 2 anos, uma mulher a quem foi diagnosticado um cancro comprou um iPad para poder comunicar mais com os seus filhos. Infelizmente a senhora não resistiu à doença e acabou por falecer, deixando entre outros bens o tal iPad como herança, sendo que no testamento, segundo um dos seus filhos, estaria explícita a sua vontade de que o gadget ficasse para os seus filhos.

Estando o equipamento bloqueado e os filhos sem a informação necessária para proceder ao seu desbloqueio, um dos herdeiros dirigiu-se à Apple para que o ajudassem a resolver o problema.

Mas as regras de protecção anti-roubo da empresa são claras e sem Apple ID e senha de acesso, não é possível restaurar qualquer equipamento da marca, a não ser que haja uma declaração por escrito por parte do proprietário a dar consentimento para tal.

Ora, se os filhos não dispunham da informação necessária e a sua mãe havia falecido para escrever uma declaração de consentimento, o filho tratou de reunir o máximo de informação que achou ser necessária entregando-a junto da Apple, nomeadamente, a declaração de óbito da mãe, o testamento e ainda uma carta escrita pelo advogado.

Contudo, nenhuma destas provas foi suficiente pelo que a empresa pediu uma ordem judicial que prove que a mãe era mesmo a proprietária do iPad e da conta do iTunes.

Depois da BBC ter divulgado esta história, surgiram uma série de testemunhos que davam conta de histórias semelhantes.

É óptimo saber que as empresas cumprem as suas regras de protecção de dados em caso de perda ou roubo dos equipamentos. Porém, depoimentos como o deste filho fazem levantar questões relacionadas com o aspecto social, com a forma como as empresas e outras instituições lidam perante casos que vão para além das regras e envolvem sentimentos.

Na sua opinião, deverão as empresas não abrir excepções perante as regras institucionais ou, pelo contrário, deverão ter a capacidade de se moldar às diferentes situações?

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